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Briella

Max deixou o carro dele no parque e ligou para alguém que não identifiquei para ir buscar.

Fomos em silêncio até identificar que Max seguia para minha casa.

- Não quero voltar para casa agora, Max. Não estou pronta para encarar tudo e todos.

- Sei o que estou fazendo Bri.

Fico em silêncio novamente por que no fundo eu confio em Max. Sei que ele não me deixaria na mão.
Ele ama Dener e já me disse isso, ele o considera seu melhor amigo. Mas sei que nos aproximamos muito e também o considero meu melhor amigo aqui, então deixo que ele me ajude sem questionar.

Paramos em frente minha casa.
Max olha para a casa, pensa e suspira.

- Bem... Quero que você entre em casa de cabeça erguida, com determinação e coragem. Você é nova mas já é muito mais confiante do que muitas mulheres adultas que eu conheço. Então, mesmo que esteja doendo e sofrendo, vai ser forte. Estarei com você cada dia até se recuperar de tudo isso. Se vai falar com Dener ou não, eu não sei. Você é quem vai decidir. Mas, saiba que você é melhor do que pensa, não se subestime. Se ele fez o que fez é por que é um otário, sem noção.

Max suspira e continua.

- Vou cuidar de um detalhes para você. Me mantenha informado de tudo e quando se sentir sufocada aqui, corre para minha casa. Vou cuidar de você gatinha.

Ouço atentamente cada palavra de Max e ele está certo. E é isso mesmo que vou fazer. Enfrentar de cabeça erguida, não foi eu que errei, mesmo triste com tudo, preciso superar. Mas Dener que não me procure, por que não respondo pelos meus atos com ele. Com certeza não respondo.

- Obrigada, Max. Você é muito especial desde que cheguei aqui. Confio em você e tudo o que disse me fortaleceu e sei que posso entrar em casa agora.

- Você que é especial, gatinha. O idiota do meu amigo é que não sabe o que está fazendo da vida dele. O otário... que me aguarde...!

Max me abraça e sua amizade é nítida, não existe interesse em nossa relação. Suas palavras e ações são verdadeiras!

- Amanhã eu devolvo o seu carro. Está bem?

- Está bem.

Nos despedimos e Max arranca o carro com velocidade.

Não sei por que, mas sinto que Max ficou muito irritado com o que acabei de revelar.

Ergo a cabeça e entro em casa.

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Passo pela sala e está em meia luz. Ouço alguém na sala de jantar e esse horário Mary deve estar arrumando a mesa depois do jantar.

- Olá, minha querida. Estávamos preocupados com você.

- Estou bem, Mary. Passei o dia passeando um pouco, estava cansada de estar em casa.

- Vocês adolescentes e esse cansaço de estar em casa. Ela sorri. Imagine quando estiverem com nossa idade. Ela sorri ainda mais.

Fico feliz pelo senso de humor de Mary, mas não tenho ânimo para sorrir.

- Sabe onde meu pai está?

- Foi deitar querida. Disse que estava cansado. O dia hoje foi muito tenso por aqui.

- Tudo bem.
Digo apenas, pois quero sair dali e fugir dessa conversa.

Mary parece perceber que não quero entrar no assunto.

- Seu pai pediu para avisar quando você chegasse. É bom você passar pelo seu quarto.

- Ah, não. Mary. Hoje eu só quero me deitar. Pode por favor ir avisar papai que cheguei e que estou bem?

- Faço isso para você mas me prometa que vai comer antes de dormir, está bem? Viu deixar sua comida separada só para você esquentar quando sentir a sua fome noturna. Ela sorri insinuando minhas vindas pela madrugada na cozinha.

- Obrigada, Mary. Boa noite.

Subo e sigo em direção ao meu quarto.

Ao abrir a minha porta, sou surpreendida. Fico sem reação de imediato, mas a visão que me traria alegria a um dia atrás agora me deixa muito enfurecida.

Dener está sentado na poltrona próximo a varanda.

- Precisamos conversar.

Ele diz...

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Eu não estou acreditando. Dener quer conversar agora? Depois de me enganar e me ignorar?
Fala sério. Não comigo, Dener. Não mesmo!

Vou em sua direção e ele levanta.

- Ah... Agora você quer conversar?

Chego bem próximo de Dener e lanço meu olhar mais furioso, toda minha raiva agora vem em minhas palavras.

- Calma, Brie. Eu preciso te explicar.

Dener tenta se aproximar devagar e sua voz é baixa. Com certeza estou passando medo, por que minha cara realmente não está boa.

- Calma, Denn? Como você me quer calma. Eu não quero sua explicação.

Digo colocando o dedo no meio dos seus peitos. Ele se vira de costas para a direção da porta que está aberta. Abre a boca para falar mais não permito.

- Não ouse falar Dener. Você me enganou, me ignorou e chegou com uma notícia que não tem o que explicar.
Não quero participar de nada da sua vida.
NÃO ME EXPLIQUE NADA DENER.

Digo quase gritando.

- Brie você vai acordar todo mundo.

Fico mais nervosa ainda e empurro Dener em direção a porta.

- A claro... Ninguém pode saber que o orgulho da família, pegou a priminha PIRRALHA...

- Não fale isso Brie. Você não sabe...

- NÃO QUERO SABER DE NADA DENER. VOCÊ MENTIU ESSE TEMPO TODO.

- Para de gritar Briella.

Dener pede com cara de espanto. Fico com muita raiva por que ele é um covarde.

- Vou gritar ainda mais se não sair daqui imediatamente, seu... Idiota covarde!

Seu olhar é de dor... Mas não me importo. Eu também estou sentindo pelo que ele fez comigo.

- Brie, eu quero que saiba...

- SAI AGORA, DENER!!!

Falo muito alto e não me importo se alguém vai escutar. Não quero falar com esse garoto agora. Não posso mais suportar olhar para essa cara.

- Não faz isso com a gente, Brie...

Dener fala quase chorando.

- Deveria ter pensado antes de me enganar, Dener. Não sou a pirralhinha boba que você pensou. Achou mesmo que eu iria implorar por sua atenção, depois de saber disso? Você se enganou!

Fecho a porta na cara dele e me jogo atrás da porta chorando de raiva.

É treta...
😬😠

Por que estou inspirada hoje rsrs. Outro capítulo para vocês. 💕😘

Irresistível TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora