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Dener

- Mãe, eu sinto muito por ter feito você chorar dessa maneira. Me desculpa, mãe. Jamais a tratarei dessa forma novamente.

- Está perdoado meu filho. Mas tenho sim, uma parcela de culpa em tudo isso e só ouvindo de você é que me dou conta.

Ela me encara um pouco incerta do que vai dizer mas toma coragem.

- Dener meu amor, quando seu pai não te assumiu eu fiquei muito triste, deprimida e...

- Aquele vagabundo, mãe. Ele é o culpado de tudo.

- Ah, Dener. Como eu queria que fosse.

Ela me olha com receio.

- O que está dizendo? Ela não fala... fico impaciente. Mãe, como assim?

Ela busca forças respirando o mais fundo possível e volta a falar.

- A primeira vez que namorei o seu pai foi em uma brincadeira entre amigos. Eles pressionaram e ficamos juntos aquela noite. Depois disso eu me apaixonei. Ela baixa a cabeça envergonhada.

Levanto a cabeça dela com delicadeza.

- Não tem por que se envergonhar mãe.

- Ah meu filho, não teria se fosse uma simples paixão. Ela fica em silêncio por alguns segundos. Ele não me queria... era apaixonado por outra garota, mas eu insisti ou melhor eu o forcei. Ela abaixa novamente a cabeça e eu processo cada palavra. Ele fugia, dizia que tinha sido só daquela vez, que amava outra garota, falava para eu me valorizar por que era linda e que tinha vários garotos que me queriam, mas eu não conseguia pensar em outra pessoa. Então, o persegui, a garota que ele gostava não tinha chance com ele por que eu estava sempre em cima, ela começou a namorar e ele ficou muito deprimido. Aproveitei da situação e ele ficou comigo. Ela fala as últimas palavras cansada e ofegante. Ele nunca me amou filho, eu alimentei esse sentimento tentando ser feliz, mentindo para todos com um falso amor correspondido. Quando engravidei de você ele já não aguentava mais estar preso ao meu lado.

Levanto tentando absorver tudo que ouvi. Coloco as mãos na cabeça.

- Filho... por favor me perdoe...

- Você me deixou odia-lo mãe...

- Meu amor, desculpa. Me arrependo disso todos os dias. Mais entenda, filho, por favor. Você era muito novo para saber de tudo isso.

Me afasto um pouco.

- Não me julgue tanto, Dener. Eu errei e todos esses anos paguei pelo que fiz. A melhor parte da minha vida são vocês. Não vire as costas pra mim por favor.

Todo mundo erra nessa casa ou só uma coincidência? Lembro da conversa com Ava e meu coração fica um pouco mais calmo.

- Não vou mãe. Os erros nos fazem valorizar os acertos e estarei ao seu lado esperando para lhe ver acertando e sendo feliz.

- Obrigada meu amor... ela beija meu rosto e me olha nos olhos.
O maior erro é forçar alguém a ficar quando a outra pessoa não quer... seus olhos demonstram uma tristeza ao dizer isso...
Filho, me promete uma coisa? Assinto com a cabeça. Nunca deixe um amor verdadeiro escapar dos seus braços o proteja com todas as forças, por que, não existe nada pior do que amar e não ser amado.

Abaixo a cabeça... e toda dor em lembrar que Briella não está aqui para saber que me decidi e que está a quilômetros de mim depois de ter dito que estava cansada... cansada das minhas malditas inseguranças.

- O que foi meu amor? Ficou pensativo. Falei algo de errado?

Não suporto mais me prender a um passado, preciso confessar e viver o presente, não quero perder Briella... droga!

- Mãe... eu... minhas palavras se embaraçam. Estou... Apaixonado... Ela sorri. Eu a amo, mãe. Eu... amo, Briella, mãe. Mas tio Leopold, o que vai pensar?

Minha mãe fica calada alguns minutos, e então...

- Se é correspondido, meu filho, não a deixe escapar...

Nesse mesmo instante Tio Leopold e Ava entram na sala.

- Quem não pode escapar? Tio Leopold pergunta nos olhando.

Minha mãe aperta as minhas mãos.

- Está na hora de se libertar por completo, meu amor. Me encoraja com o olhar me fazendo entender o que devo fazer.

- Tio... precisamos conversar.

😲

Maratona 2/4

Irresistível TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora