08. Um, dois e três

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Sequer percebi, mas a semana passou feito um vendaval e com isso, mais cobranças escolares. Não havia me dado conta do quão ruim estava em economia até ver o F gigante que o senhor Alker colocou na minha folha de prova.
Bato a porta do meu armário e viro para seguir até o gramado, porém uma cabeleira loira e um par de peitos à la Megan Fox praticamente me encurralam no corredor do vestiário feminino — onde estamos.

— Essa é a cor do seu cabelo, mesmo? — indaga, mas consigo perceber que não há um pingo de curiosidade em sua fala.

— É, é sim — forço um sorriso para não parecer tão mal humorada.

— Você é tão branca — solta um riso. — Sua pele deve ser bem sensível...

— Não imagina o quanto — olho para o lado discretamente.

— Como faz para não tomar sol? Quer dizer, como não fica igual um tomate?

— Ótima pergunta. Eu uso um creme super revolucionário, que você passa na pele e ele te protege de raios solares.

Viro para o lado de forma rápida e abro meu armário outra vez, tirando um frasco deste.

— Olha só. Chama-se protetor solar — sorrio. — Pode ficar com este, ele é ótimo por sinal.

Mantenho o sorriso falso no rosto e me afasto, pronta para seguir até onde eu pretendia ir antes de ser abordada pela garota que desconheço.
Isaac está na arquibancada e acena empolgado para mim. Devolvo o gesto e corro para perto do treinador e das meninas, que se preparam.
Não tenho certeza se fiz a coisa certa, mas estou ultrapassando os meus limites por ter me inscrito para participar da seletiva para a equipe de futebol feminino que vai representar o colégio no campeonato. Vai acontecer no final de junho, antes das férias de verão e teremos bastante tempo, até para mudar de ideia caso eu desista disso tudo.

Olho para a arquibancada outra vez e vejo duas pessoas subindo. Ethan, o desagradável e o cara que está sempre acompanhando ele, a sombra.
Passo uma mão na testa e resmungo, dando pequenos passos pelo espaço e esperando o sinal do professor para que a partida comece; e não demora muito.
Chloe e eu estamos no mesmo time, mas Taylor ficou na equipe adversária. Até o campeonato, teremos cerca de um jogo por mês para decidirmos qual grupo de toda a escola, irá ser a representante no dia do torneio.

Fiquei com a posição de atacante e a dona dos cachos como zagueira, vantagem por ser mais alta que eu. Consigo explorar bem o campo em que estamos jogando e fazer alguns passes, mas uma forte dor de cabeça repentina me atinge. Pisco diversas vezes mas quando encaro meus pés, sinto como se minha cabeça estivesse se enchendo com pedras, ficando cada vez mais pesada.
Dou alguns passos mas dura questão de segundos até eu sentir o baque do meu corpo contra a grama o logo, o borrão de chuteiras se aproximar de mim.

Dou alguns passos mas dura questão de segundos até eu sentir o baque do meu corpo contra a grama o logo, o borrão de chuteiras se aproximar de mim

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Abro os olhos mas não consigo levantar, é como se a vertigem continuasse aqui. Estou deitada numa cama hospitalar e há uma cortina branca ao meu lado.
Ouso tirar a agulha inserida no dorso da minha mão e levanto com calma, me apoiando nos objetos ali presentes. Puxo o pano e me deparo com o treinador, sentado numa cadeira.

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