•Epílogo•

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O dia passou rapidamente, já era mais das sete da noite quando Simona e eu saímos da minha antiga casa.

Estávamos no carro voltando para a cobertura quando me lembrei do funeral de Maggie, tinha que começar a organizá-lo e também pedir Simona para contatar a irmã de Mag, Julia, a essa altura ela já sabia da morte da irmã, — pelo menos eu pensava assim.

— Tenho que começar a preparar o funeral de Mag. — comentei, minhas mãos quietas no meu colo enquanto eu olhava fixamente para frente.

— Está um pouco cedo para isso, anjo.

Franzi o cenho, olhando para ele. Simona não desviou os olhos da rua, dirigindo sem pressa.

— Cedo? Já tem três dias que Maggie morreu, ela não pode ficar congelada no necrotério da famiglia para sempre!

Simona meneou a cabeça, parecia cauteloso comigo. Eu não era uma bomba relógio, apenas não estava entendendo o porquê Simona estava adiando isso.

— Eu sei Antonella, mas não é do nosso costume enterrar o corpo ainda cedo, vamos esperar mais alguns dias.

Revirei os olhos, olhando pela janela, furiosa. Por que infernos ele estava colocando obstáculos no meu caminho?

Se passaram alguns minutos, nenhum de nós dizemos nada, apenas ficamos ali, quietos e perdidos em nossos pensamentos.

— Antonella, está brava comigo? — perguntou de repente, seu tom suave e baixo.

— Não. — continuei olhando pela janela, mais alguns minutos se passaram e eu não consegui ficar calada. — Por que eu não posso preparar o funeral de Maggie?

Ouvi Simona puxar o ar e soltá-lo com força.

— Apenas não, Antonella. — ele parecia impaciente agora, inquieto com irritação.

— Mas eu quero saber porquê não! — exclamei, jogando os braços para cima. Meus olhos se encheram de lágrimas de repente, senti aquele familiar aperto no coração. — Maggie não merece congelar naquele maldito lugar!

Simona cerrou o maxilar, suas mãos apertando o volante com força.

Ele virou em uma rua que eu não conhecia, para o lado oposto de onde a cobertura ficava.

— Simona, o que está fazendo?

Ele não me respondeu, ficou calado enquanto estacionava na frente de um pequeno prédio de — no máximo — cinco andares de tijolos vermelhos.

Olhei confusa para fora, tinha pessoas entrando e saindo do mesmo, homens bem vestidos e outros simples, mulheres seminuas — pelo menos eu achava — acompanhando velhos barrigudos,  — ou só velhos mesmo.

— Por que me trouxe aqui? — perguntei, saindo do carro quando ele saiu.

Simona se encontrou comigo e me agarrou, me prendendo contra ele enquanto me levava para dentro do lugar.

— É aqui que eu trabalho. — respondeu assim que entramos no prédio.

Arregalei os olhos surpresa. Era um cassino, mas também tinha uma pista de dança e mulheres seminuas em palcos suspensos, outras vestindo apenas uma calcinha.

— Sério? Você trabalha aqui? — perguntei estupefata, olhando as mulheres enquanto passávamos. — Isso não me parece um local de trabalho.

Simona riu ao meu lado, talvez pelo  tom seco que eu usei.

Ele me levou por um corredor estreito até um lance de escadas, que deu em outro corredor cheio de portas.

Nicola saiu de uma delas, e assim que nos viu congelou, parecendo surpreso.

Indecente | Série "Donos da máfia" | Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora