Prólogo

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Meus fios claros presos no topo de minha cabeça

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Meus fios claros presos no topo de minha cabeça.Meu cardigan da sorte cobrindo o moletom escuro que combinava com a calça jeans preta.O batom nude preenchendo cada vinha de meus lábios.Admirei a imagem pela milésima vez no espelho do banheiro do autódromo,me sentia confiante como nunca antes.

Esse era a minha oportunidade e ninguém me tiraria isso.

Abri a porta com pressa já ajeitando as papeladas em minhas mãos,o frio espanhol de alguma forma ainda me alcançava me fazendo tremer sob as camadas de roupa que vestia.O cheiro do café vindo do hospitality da tradicional scuderia inglesa me atraía como nunca antes.Eu pagaria mais do que moedas por um copo da bebida amarga e fumegante.

Tirei de minha mochila as credenciais,não sem antes encara-las por um tempo que beirava o constrangedor,mas não podia evitar elas pareciam como barras de ouro a meus olhos. As coloquei ao redor de meu pescoço e assim adentrei ao motorhome da Mclaren.

Em meio a toda correria de jornalistas,e funcionários em roupas brancas e laranjas eu a encontrei,a desejada máquina de café.Uma fila de amantes de cafeína,como eu,esperavam por sua vez de saborear aquela iguaria.Apenas passos me separam do copo de isopor que nunca pareceu tão saboroso,e quando minha vez chegou não hesitei em garantir o meu.

O café não era dos melhores,para mim ingleses não dominam essa arte já que preferem seus chás com leite e coisas do tipo.E posso garantir já que sofro com esse mal há anos.Depois de terminar meu,horripilante porém quente,café me apressei para alcançar os pilotos na área reservada a imprensa.

Tentei de alguma forma ajeitar minha postura,todos ali eram mais velhos e mais experientes do que uma novata como eu,mas eu não iria deixar que esses tubarões me engolissem.

Eu poderia ser apenas um peixinho chegando ao mar aberto,mas eu seria o peixinho mais esperto de todos.

Me espremi entre meus colegas de profissão,montei o tripé e a câmera no melhor local que pude,e invejei aqueles que não tinham chefes idiotas e que não eram mandados sozinhos para fazer entrevistas.Aos poucos os pilotos passavam por nós,seguiam a ordem de seus agentes de imagem e cediam entrevistas ao que eram escolhidos.

E claro que como "carne nova" eu nunca era escolhida.Afinal nenhum deles saberia o que a garota de delineado amarelo e rabo de cavalo teria a perguntar a eles.Talvez nem pensassem que eu era uma jornalista,e sim uma fã que de alguma forma tinha credenciais de imprensa.

Pobre Heloise,sempre subestimada.Mas eles que se danem,me ouviriam de qualquer forma.

Lewis Hamilton estava prestes a me ignorar como o resto quando decidi estabelecer um contato visual tão profundo,que talvez,de alguma forma desse certo.O inglês respondia as perguntas de um dos tubarões ao meu lado,em algum momento percebeu a maluca que o encarava e passou a desviar seu olhar a mim hora ou outra.

Ao fim de sua entrevista passou reto pelo meus apelos,ótimo talvez ganhasse uma ordem judicial para que me mantivesse a metros de distância.Mas então congelou seu caminho e entre risadas se dirigiu a mim.

—Você está bem sweetie?—perguntou com um sorriso calmo.Droga Lewis Hamilton tinha a voz de um anjo,e a aparência de um.

—Sim,desculpa estava tentando chamar sua atenção.—respondi e o modo que ele sorriu me fez repensar minhas escolhas de vida.Talvez eu devesse virar uma fã.

—Bom você conseguiu!O que tem para me perguntar?—o inglês disse com charme e sua agente lhe lançou olhares duvidosos,talvez sua escolha rendesse um check up em um psiquiatra.Eu não sei se eu daria uma chance a jornalista estranha que ficou me encarando de forma totalmente bizarra,mas Lewis aparentemente é tudo aquilo que dizem ser.

—Lewis,todos ficaram um poucos impressionados com o que aparentemente é uma nova tecnologia da Mercedes.Nos testes aqui em Barcelona vocês já utilizaram esse novo sistema,você acha que isso pode causar polêmica com as outras equipes?—questionei com meu queixo erguido e pulmões cheios de coragem.

O piloto ergueu suas sobrancelhas provavelmente impressionado com a pirralha que lhe perguntou o que ninguém quis perguntar.Todos estavam falando pelos cantos sobre o DAS,as imagens on board da dupla fizeram todos questionar o que era aquela tecnologia,como funcionava.E porque ninguém mais a tinha.

—Bom acho que a equipe tem tudo acertado dentro dos protocolos da FIA,se o DAS render polêmicas será por escolha das outras equipes em fazê-lo desnecessariamente.—respondeu com um sorriso breve e pude jurar que ele parecia orgulhoso.

—Obrigada Lewis,e boa sorte na temporada.—desejei e recebi um aceno de cabeça do britânico.Parei a gravação querendo soltar gritos eufóricos,mas contive cada um deles em meus lábios pressionados.

—Você não me disse o seu nome.—sua voz bateu em minha nuca e me virei novamente ao piloto.

—Heloise Thatcher.—respondi extendendo minha mão a ele,torcendo que o hexacampeão não reparasse em minhas unhas mal pintadas.

—Como Margaret Thatcher?—questionou e sua risada fez seus olhos castanhos se tornarem pequenos.

—Nem me lembre dessa infeliz coincidência,Hamilton.—respondi entre risadas e o piloto simplesmente depositou um beijo em minha mão,ignorando totalmente a cena de nosso aperto de mãos que eu tinha em mente.

—Bem vinda ao show,Thatcher.—desejou.

Bem vindo ao topo da minha lista de preferidos Lewis.

—Obrigada.—respondi e o piloto se foi seguido de sua agente que me dava olhares pouco amigáveis.Tive que respirar duas vezes mais forte para acreditar no momento que tinha vivenciado,Lewis fucking Hamilton era o dono da minha primeira entrevista como repórter.

Eu chego no hotel exausta,jogo meus saltos finos para longe e relaxo meu corpo na cama macia.Aaa cama de hotéis,como e por quê tão confortáveis?

Depois de alguns segundo encarando o teto,na esperança de que uma força sobrenatural crescesse em mim e me desse vontade de abrir meu MacBook,ouço batidas na porta.Aparentemente cinco minutos de descanso são demais a pedir.

Bufo com raiva antes de me colocar em pé,algumas pegadas ficam marcadas no chão abafado e quando percebo já estou na porta.Ela range assim que a abro com a melhor cara de simpatia que consigo.

—Boa noite.—diz com um sorriso de quem não quer nada.

O que diabos ele estava fazendo aqui? E por Deus,como ele sabia o meu quarto de hotel?

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olá e sejam bem vindos a mais uma história (alguém me para! )
espero que gostem da Heloise e de tudo,escrevi com muito carinho pelos pedidos de vocês🤍

18•Lando NorrisOnde histórias criam vida. Descubra agora