Capítulo 19.

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𝐇𝐄𝐋𝐎𝐈𝐒𝐄

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𝐇𝐄𝐋𝐎𝐈𝐒𝐄

Estava atolada, quase literalmente pela quantidade de papéis em minha mesa, no trabalho. O fim da temporada já batia na porta, o que significa que demandava muito mais tempo para deixar tudo organizado até a próxima. Era estressante até meus últimos fios de cabelo.

— O que está fazendo?— questionou entusiasmado como um filhote, na realidade esse era seu ânimo comum mas gosto de compará-lo com um.

— Afundando em um monte de papel.— respondi,
ainda focada em orçamentos e pedidos de entrevistas, mas corei assim que percebi que era ele quem adentrara a sala.

Lando não disse nada mas senti suas mãos subirem do torço até meus ombros, estavam quentes e macias como sempre, e assim que começaram a massagear meus músculos tensos tive vontade de pedi-lo em casamento bem ali. Ele sorriu como se soubesse o que se passava por minha cabeça.

— Você pode tirar uma folga?— pediu com cuidado, sabendo que eu não lhe diria não.

Bufei, me entregando completamente a fricção maravilhosa entre nossas peles, ignorando totalmente as chances imensas de alguém entrar naquela sala nos flagrando naquele momento tão íntimo.

— Acho que cinco minutos...

Lando arfou pelo nariz e se sentou a mesa onde estava todo meu trabalho da semana, seus olhos verdes me encararam e uma expressão tensa pairava sobre ele. Nas últimas semanas, desde Arles, desde que... bem desde que nos beijamos, nada parecia ter mudado muito o que fez um peso enorme sair de meus ombros. Mas deu espaço a novas preocupações, como a de mais alguém decidir que o quer também, e eu- sem certeza do que somos- não poder dizer nada.

— Meus pais perguntaram de você de novo, acho que não aguentam mais nossas desculpas.—contou entre uma risadinha de quem estava se deliciando com tudo aquilo.

Para um pouco de contexto: Assim que eu contei a meus pais que viajaria com Lando, ela fez questão de ligar para a mãe do britânico e comemorar "o que sempre souberam'', tudo virou uma bola de neve e agora toda semana um convite de um almoço na casa dos Norris chegava.

Valeu mãe e sua boca larga.
Desconfio pelo sorriso fino no canto de seus lábios que Lando também era a favor daquela trama, eu por outro lado me arrepiava em pensar na matriarca tagalerando sobre como sempre soube que ficaríamos juntos.

— Hmm, sério?—  me fiz de desentendida e o piloto gargalhou de forma divertida.

— Sério, e eu não sei do que voce está fugindo, minha mãe te ama. Nada mudou.— me tranquilizou passando os dedos pelo meu rosto apavorado. Um gosto amargo me assombrou, nada?

— É, acho que você está certo.— concordei sem graça— Pode marcar algo e me avise apenas.— pedi e o piloto confirmou com um aceno de cabeça que fazia seus cachinhos balançarem de forma invejável, em seguida capturou minha mão vacilante e deixou um beijo tímido entre meus dedos, por fim saiu pela porta satisfeito por ter cumprido seu objetivo.

18•Lando NorrisOnde histórias criam vida. Descubra agora