Capítulo 20.

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𝗟𝗔𝗡𝗗𝗢

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𝗟𝗔𝗡𝗗𝗢

Eu não me sentia assim há muito tempo. Tremendo em uma roupa formal demais, esperando alguém em específico passar por uma porta. O salão estava decorado, era exorbitante demais— o padrão das comemorações desse que agora era meu mundo— e mesmo assim sentia que nunca me acostumaria com tanto luxo, ou com tudo que aconteceu comigo no último ano.

Quando recebi a notícia de que realmente correria pela Mclaren não pude contar a ninguém, nem mesmo minha mãe, o que era uma droga— sério, experimente jantar com seus pais e não poder falar que vai ser um piloto de fórmula 1– é agonizante e minha mãe me olhava como quem sabia que eu escondia algo dela. De qualquer forma, o foco é que por mais terrível que fosse não contar a eles, era pior ainda não ter Heloise ali para contar.

Eu costumava conversar com ela quando me mudei para correr a fórmula europeia, mas isso não demorou para acabar.

A cada dia eu tinha mais compromissos, mais treinos, mais entrevistas e cobranças, e ela, claro, não se sentou esperando por mim e também vivia sua vida a alguns países de distância. O tempo livre se tornou mais raro, e quando percebi a única época em que falava com ela, minha melhor amiga, eram as festas do final do ano, o tempo que quando éramos crianças, passávamos juntos.

A s famílias Thatcher e Norris não passavam uma ação de graças separados, até mesmo o natal era conjunto. Mas o nosso feriado favorito era o ano novo, tinha menos regras e momentos de falação chata sobre gratidão e coisas assim. Dessa forma ninguém se preocupava com o nosso sumiço para vivermos nossos próprios momentos, juntos. Me lembro de esperar o momento em que ela chegava junto a seus pais, aquele milésimo de segundo onde meu coração acelerava um pouco e eu me sentia abobado demais até para mim.

Eu não entendia naquela época, mas agora sei que Heloise sempre teve meu coração para si.

Tudo só melhorava quando eu olhava para a pequena garota loirinha e zoava seus vestidos— sempre escolhidos pela mãe, e que ela odiava— Heloise me chamava de idiota e íamos brincar juntos pelo resto da noite. A meia noite era ainda mais emocionante, até para eu que não passava de uma criança tímida tentando não chamar muita atenção, aquele momento era especial. Todos se juntavam no quintal, olhando para o céu e esperando a hora mágica em que tudo se reiniciava.

O relógio do mundo marcava 00:00, uma chance nova de começar, claro que, na minha concepção significava mais um ano para jogar mais videogames ou algo assim, mas parecia muito maior do que isso. Os casais se beijavam e se abraçavam comemorando o aniversário do mundo, e Heloise sorria encantada para os fogos antes de sussurrar um "feliz ano novo, idiota", e beijar minha bochecha.

E agora viveríamos aquela noite juntos novamente. Juntos do jeito que eu quis por muito tempo.

— Norris não acredito que me deixou vir sozinha até aqui, sabe que eu odeio lugares lotados sozinha.— resmungou me fazendo sorrir como um bobo.

18•Lando NorrisOnde histórias criam vida. Descubra agora