𝐇𝐄𝐋𝐎𝐈𝐒𝐄
Voei entre as catracas que davam acesso ao paddock,era cedo,mais do que o necessário com certeza.Mas eu estava preocupada com o dia de treinos livres,minha primeira cobertura oficial da temporada da f1.E eu deveria estar empolgada,radiante como o sol.Mas graças aos acontecimentos na noite anterior,e aos drinks também,eu me sentia tão animada quanto para uma prova de matemática analítica.
Maldita festa.
Preciso de café ou vou continuar o dia com o sabor amargo que sinto desde ontem.Com esse ponto esclarecido evito o motorhome da scuderia inglesa e me aventuro por outros,e o primeiro do paddock enche meus olhos.Entro com cautela no local e vejo as cores prata e verde água decorarem tudo de forma elegante.Alguns de meus colegas já estão ali,tirando proveito do café da manhã oferecido a imprensa,mas nenhum daqueles ovos mexidos e bagels me chamam a atenção,muito menos a minha ressaca.
Ressaca essa que não saberia especificar o quanto é moral,o quanto é pelas bebidas.
Novamente,maldita festa.Finalmente acho a máquina de café genérico por lá,não é muito empolgante quanto a que o piloto britânico mantém em seu quarto reservado,mas bem era o que eu teria por agora.Saco um euro do bolso e a máquina engole a nota,seleciono a opção do café puro e alguns barulhos estranhos me dizem que está tudo acontecendo.O líquido escuro começa a pingar com lentidão no copo,e minha paciência se esgota a cada gota,quando termina seu trabalho quase solto um suspiro de alívio mas achei que seria drama demais, até mesmo para mim.
—Você não deveria tomar isso,é horrível.—diz com desdém e nariz enrugado.
—É o que tenho por hoje,e eu pre ci so de café.—me justifico dando de ombros,a engenheira não parece concordar e saca o copo térmico de minha mão.
—Vem comigo.—chama apontando com a cabeça,como se estivesse prestes a me levar para um lugar secreto.A sigo sem questionar muito,afinal Celina trabalhava ali,ela com certeza sabia onde o café bom ficava.
Seu escarpim ecoa pelos corredores do motorhome,e todos que passam por ela a cumprimentam com olhares mistos de terror e admiração,um pouco como o meu.A polonesa sabia ser intimidante,talvez pela forma que ela usava escarpins tão bem quanto ajudava Toto a comandar a equipe mais bem sucedida do grid.
—Prontinho.—me entrega uma caneca fumegante com a famoso estrela prata estampada,posso sentir o vapor tocar meu rosto e o cheiro de grão tostado invadir minhas narinas.
—Muito obrigada,esse deve ser o ponto alto do meu dia.—exclamo e a loira larga uma risada breve,Lewis Hamilton entra na sala e só então percebo onde estamos.
Em seu quarto reservado.Eu simplesmente invadi seu local privado em meu primeiro dia de trabalho.
—Visitas!—entrega um sorriso com seus dentes charmosos,mais para Celina do que para mim.—Cafeína é um vício sabia Heloise.—diz de forma descontraída mas atenciosa.
Sim eu acabei de levar o mais próximo do que eu imagino ser uma bronca de Lewis Hamilton,somos quase melhores amigos.
—A você nem imagina o quanto.—retruco e viro um gole da bebida,a engenheira observa tudo com os cantos de seus olhos oceânicos.
—Deixa a garota em paz Hamilton.—prova o piloto que lança um olhar cerrado e irônico a ela que soa rotineiro.
—Apenas dizendo.—se defende e levanta seus braços em redenção que a faz revirar os olhos,e eu podia sentir as faíscas em mim,a sim a química intensa entre os dois quase me dava calafrios.
—Hmm preciso ir de qualquer forma,obrigada pelo café Celina.—digo e volto a ter a atenção da loira,que insiste que eu fique mais-murmura que é culpa do piloto-mas no fim se contenta com a promessa que almoçaríamos juntas.
Com 10% de sono a menos e algumas risadas proporcionadas pelo,casal?,me sinto menos miserável do que no início da manhã.Talvez o céu esteja até mais azul.
—Helo!Helo!—falei cedo demais?Talvez se eu ignorar...—Heloise eu sei que você está escutando.—não preciso me virar para saber que vou encontrar seu rosto arrependido,com olhos de cachorrinho e talvez uma chantagem emocional.
—Estou ocupada Lando.—respondo seguindo meu caminho,seus passos ainda me seguem de forma silenciosa.—O que?
O britânico ajeita sua postura dentro macacão semi aberto,posso reparar como está nervoso batucando com os dedos em seu quadril uma música que só ele ouve,e me olhando com seus malditos olhos verdes.
—Lando eu tenho que trabalhar...—uso um tom mais calmo para que ele diga de uma vez o que quer falar,não posso perder mais um minuto ali,era a minha chance e eu não poderia estragar tudo para ouvi-lo.
—Eu só queria...você sabe.—coça sua nuca e minha única resposta é cruzar os braços.—Olha me desculpa Helo,eu perdi a cabeça porque talvez você esteja certa.—pede colocando suas mãos em meus ombros,olha tão profundamente em meus olhos que até me assusto com o que ele pode ter visto ali.
Automaticamente descruzo meus braços,como se desmontasse a armadura que montei para enfrentá-lo hoje.Na realidade ela a desmonta,com tanta facilidade que parece patético chamá-la de armadura.
—Talvez?—sugiro levantando minhas sobrancelhas bem penteadas a ele.
—Ela passou a noite me ignorando pra falar com outros pilotos.—suspira e agarro uma das mãos em meus ombros.
—Sinto muito por isso Lando, ela não te merece.—digo e prendo o ar em meu esôfago com a forma que ele me encara.
—Tudo bem,eu sou um tapado de ter acreditado nela.
—Talvez um pouco.—brinco e sua risada fina alivia o peso que sentia,a culpa de tê-lo chamado assim.—Eu te desculpo Norris,mas se me trocar outra vez eu...
—Não vou,nunca mais cometerei o mesmo erro.—responde confiante do que diz.
—Certo.—confirmo e seus olhos sorriem a mim.
—Certo.
Me perdoem o capítulo curto kk
espero que tenham gostado mesmo assim.
Prometo tentar atualizar mais essa semana já que vou ter um tempo livre!
Fiquem bem ❤️𝐑𝐄𝐃𝐄𝐒 𝐒𝐎𝐂𝐈𝐀𝐈𝐒
@heloisethatcher
@celinanowak
@autoragiu
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18•Lando Norris
FanfictionO que é uma alma gêmea? É como um melhor amigo, mas mais do que isso. É a pessoa que te conhece mais do que qualquer outra. Que te faz ser a melhor versão de si mesmo. Lando e Heloise cresceram com a certeza que eram melhores amigos, daqueles que le...