SORRINDO FEITO BOBA

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Acordo com suaves beijos no meu pescoço e abro meus olhos devagar, me espreguiçando vagarosamente. E vejo o Henrique, que está de lado na cama, usando só a cueca preta, apoiado no cotovelo e me encarando com um sorriso no rosto.

- Linda, desculpe te acordar – diz me dando um beijo rápido e eu sorrio – mas já são oito horas da manhã e eu queria poder tomar um café tranquilo com você.

Olho para a mesinha, que está próxima a uma imensa janela, que pega a parede toda do lado esquerdo da cama e vejo que ele pediu um café especial para nós.

Ainda segurando o edredom,começo a procurar minhas roupas e ele me estende um roupão branco que parece ser bem macio. Sorrio agradecendo e o visto, enquanto me demoro um pouco observando o corpo quase nu dele.

Ele se senta na cadeira e me puxa para o seu colo. Assim que sento, ele afunda o rosto no meu cabelo, me fazendo rir e ficar arrepiada ao mesmo tempo.

- Adoro quando você faz isso - digo, me servindo com um pouco de suco de laranja.

-Que bom, amor, porque eu adoro sentir o cheiro gostoso do seu cabelo - ele enfia novamente o rosto nas minhas mechas ruivas.

Penso em como ele me faz sentir feliz por vivenciar coisas simples como essa e ou poder curtir um churras com amigos, como fizemos ontem.

-Ta pensando no que, linda? - ele me encara curioso.

- Tava pensando em como o churrasco de ontem foi especial, amor - viro para encara-lo - poder comemorar uma conquista tão desejada pelos meus amigos e ter você lá, foi muito bom.

-Foi bom demais estar la! - ele parece refletir algo - eles estavam tentando esse bebê a muito tempo?

-Sim, há alguns anos já!

Lembro de quando eles decidiram que seria a hora de terem um bebê e como a Mel ficava mal a cada mês que o positivo não vinha, das vezes que ela chegou a pensar que jamais vivenciaria uma gestação.

- Amor, você pensa em ter mais filhos?  – sou pega de surpresa com a pergunta e acabo engasgando com o suco.

Quando era pequena, sempre sonhei com uma casa cheia de filhos, mas quando me casei com o João, nós queríamos apenas dois, com três anos de diferença entre eles, mas ele se foi antes que pudéssemos concretizar esse desejo. Retorno dos meus devaneios e percebo que o Henrique me olha intrigado, esperando a resposta e ao mesmo tempo tentando desvendar meus pensamentos. Opto por omitir meus planos com o João.

- Quando criança eu queria ter vários, mas depois da Lucia, nunca mais havia pensado nisso, amor – falo enquanto mordo um morango – e você?

Ele me abraça um pouco mais forte, já aprendi que quando faz isso, é porque está desconfortável com alguma coisa, então me viro para encará-lo e ofereço o morango para ele dar uma mordida também.

- Na verdade, sendo bem sincero – ele morde mais um pedaço do morango – eu nunca tinha me imaginado tendo filhos, até agora.

Penso em um bebê com o jeitinho dele e me derreto de amores ao imaginar um mini ser com esses olhos pretos encantadores e isso me faz sorrir. O encaro e ele parece distante, divagando como eu estava a pouco.

- Você precisa conhecer a Lucia – digo para quebrar o silencio.

- Sim, quero muito conhecê-la – ele fala naturalmente – na verdade pensei que iria conhecer hoje, na festa da Melissa.

- E iria mesmo, mas ela e minha mãe quiseram ficar em casa - Penso nela e lembro que não olhei meu celular.

Caminho até a sala para pega-lo e em seguida volto para o colo dele, olhando as milhões de notificações que tenho. Sinto-o se esticar um pouco sobre meu obro para espiar.

RECOMEÇAROnde histórias criam vida. Descubra agora