CHURRASCO DA MEL

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>>>>>>> CAPÍTULO NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE  18 ANOS!<<<<<<<<

São quase oito horas da noite, olho meu celular pela vigésima vez e como todas as outras, nada do Henrique. Penso no quanto isso é estranho, pois nessa semana ele nunca ficou tanto tempo sem me mandar ao menos uma mensagem, então jogo o celular na cama frustrada. Começo a mexer no guarda roupa, quando minha mãe entra com a Lucia no colo.

- Filha, você vai ficar muito chateada se a gente ficar em casa?

Me sinto mais desanimada ainda pra ir, mas não posso desapontar a Mel e o Paulo, então tento sorrir e tranquiliza-la.

- Fazer o que, Dona Claudia – A Lucia cai na gargalhada, ela adora me ver chamando minha mãe assim.

Me aproximo das duas e começo a fazer cócegas na minha pequena.

-Você ri é – eu falo enquanto continuo a atacá-la e ela tenta tirar minhas mãos, em meios a pedidos para que eu pare e risadas.

- Mamãe, eu quero ficar com a vovó – Ela abraça minha mãe ternamente.

- Ahh filha, a vovó já ficou contigo o dia todo, vamos deixá-la descansar? – Faço um biquinho – E os seus padrinhos também estão com saudades de você.

Minha mãe a abraça ainda mais forte e me olha.

-Pode deixar essa princesa comigo. Não será trabalho algum – ela beija a Lucia na testa.

Desabo na cama e o desanimo toma conta de mim de vez.

- Mas a senhora vai hein, trate de colocar uma roupa linda e vá comemorar – ela sorri e pisca.

Fico tentando captar o que ela quis dizer, mas atribuo ao meu contrato de trabalho fechado hoje, por isso forço um sorriso e volto a olhar o guarda roupa. Como será um churrasco entre os familiares e amigos mais próximos da Mel, nem me encano em me arrumar muito. Pego uma camiseta baby-look do Pearl Jam, uma saia jeans e finalizo com minha botinha allstar preta. Percebo que minha mãe está me analisando, então viro pra ela, perguntando se está bom.

- Está exótica – ela solta uma risadinha e eu reviro os olhos ao pensar que o Henrique concordaria plenamente.

- Então está ótimo! – Nós duas rimos

Me olho mais uma vez no espelho e lembro de passar um batom.

- Você acha que eu devo prender? - pergunto levantando o cabelo, simulando um rabo de cavalo.

- Eu prefiro solto – eu concordo e solto meus cachinhos sobre meus ombros.

Pego minha carteira, o batom e o celular, onde dou uma espiada rápida e, para minha frustração, continuo sem mensagens. Jogo tudo dentro de uma bolsa transversal preta, confiro no espelho como fiquei e saio satisfeita do quarto.

Me despeço deles e desço para o carro. Quando ligo o rádio, ele ainda está sintonizado naquela estação e escuto a voz do Henrique invadir meus ouvidos.

"Eu tento te esquecer

Outras bocas beijo para me perder

Mas quando a manha chega

Traz com ela a saudade de você"

A saudade que sinto parece apertar meu peito, então resolvo mandar mais uma mensagem e ao ligar o app vejo que ele esteve online a dez minutos.

Lílian 20:16

Está tudo bem?

Me manda notícias.

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