Quase 3 meses depois.
~~ pov. Rafaella ~~
Depois dos últimos acontecimentos, finalmente eu e Gizelly tivemos sossego, minha mãe e minha sogra foram embora. Na consulta de 6 meses, contamos tudo a nossa obstreta que chamou nossa atenção severamente deixando claro que tínhamos que seguir drasticamente as recomendações.
Gizelly recebeu uma carta da OAB que informava o afastamento do seu cargo de advocacia por 5 meses, após esse tempo ela poderia voltar ao trabalho. Marcela foi condenada há 7 anos de prisão, Daniel por ter confessado o crime, pegou 5 anos e alguns meses, palmas para a justiça de merda do nosso país. Agradeci mentalmente a Deus quando minha vida parou de ter virado uma notícia todos os dias nos sites de fofoca, só precisava de sossego.
Mari, Bia e Hari nos visitava diariamente, Gabi sempre que vinha pra São Paulo passava aqui também. Letícia, Tábata e Taís nos pegaram de surpresa chegando aqui em casa, detalhe, cheias de presentes pra Aylla, Letícia iria ser madrinha dela de consagração. Manu também nos visitou trazendo vários mimos, ela ia ser madrinha de representar. Aylla ganhava tanta coisa, que tivemos que colocar no guarda-roupa de um dos quartos de hóspedes, não sabia qual das meninas eram mais exageradas. Meus pais e minha sogra ligavam todos os dias pra saberem como estávamos, ansiosos para logo a neta nascer.
Gizelly como estava em casa, ficava o tempo todo comigo me mimando ao extremo, hora ou outra ajudava Maria com os afazeres de casa. Confesso, ter ela em casa comigo todos os dias me trazia uma paz e tranquilidade. Passávamos o dia vendo filmes, séries, às vezes íamos pra área externa da casa e brincávamos com os cachorros, eu ficava sentada bricando somente com Luna e Jackinho, como Alfredo e Troi eram grandes e desastrados, Gizelly brincava com eles.
Na agência tudo corria bem, Mari sempre me deixava a par de tudo, as lojas estavam vendendo muito, tanto a daqui quanto a do Rio, o que me deixava feliz. Recebia todos os dias mensagens carinhosas dos nossos fãs e eu tirava um tempinho para agradecé-los, enfim, tudo estava caminhando certo.
...
Eu estava com 36 semanas de gestação quase completando 37, eu havia feito o exame para avaliar o risco de trabalho de parto prematuro junto com o exame morfológico, Elena disse que por se tratar de uma gravidez de risco muitas vezes não era possível esperar até os 9 meses e todo o cuidado era necessário, assumo, eu estava com medo e a única que conseguia me passar um pouco de tranquilidade era Gizelly e minha mãe que já estava aqui em casa uma semana.
Era quinta-feira, nós três estávamos na varanda conversando, do nada, comecei a sentir uma contração, ás vezes eu sentia, mas dessa vez estava forte, escorei os braços sobre a mesa apoiando a cabeça e respirei fundo.
Gizelly:tá sentindo algo Rafa? perguntou.
Rafa:contração forte.
Genilda:vamos pra sala pra você se deitar. me levantei com a ajuda de minha mãe e fomos pro sofá. a intensidade da contração aumentou, dores me atingiram na parte baixa do ventre.
Rafa:tá doendo. Gizelly me olhou assustada.
Gizelly:vou ligar pra Elena. disse nervosa pegando o celular.
Genilda:filha calma, respira fundo. ela falava calmamente, nesse momento senti um líquido escorrendo por entre minhas pernas, minha bolsa havia se rompido e eu não contive o desespero, eu estava realmente entrando em trabalho de parto prematuro.
Genilda:a bolsa dela estourou, sua filha vai nascer. disse a Gizelly assim que ela voltou.
Gizelly:pega a bolsa com as coisinhas da Aylla, eu vou levá-la pro carro. minha mãe assentiu e Gizelly me pegou no colo me levando pro carro.
Minha mãe voltou com a bolsa, entrou no carro e Gizelly deu partida pra clínica. Cada vez mais as contrações e dores aumentava a intensidade e o meu desespero também.
Rafa:amor eu tô com medo.
Gizelly:calma, vai dar tudo certo. ela tentava me acalmar, mas eu via no seu olhar que ela estava do mesmo jeito que eu. Minha mãe também tentava me acalmar.
Eu sabia que o parto prematuro estava previsto, a doutora Elena havia nos falado e até fiz os exames, mas eu não estava preparada psicologicamente pra isso, tinha medo de alguma complicação, eu não queria perder minha filha.
Gizelly parou o carro no estacionamento da clínica e novamente me pegou no colo e se encaminhou pra dentro da clínica seguida de minha mãe. Elena já nos esperava, duas enfermeiras ajudaram a me deitar na maca e eu fui levada pra sala. Elena me pedia pra manter a calma, mandando eu respirar fundo, ela falava algumas coisas com as enfermeiras e olhava a minha dilatação de minuto em minuto. Gizelly entrou na sala e veio até mim, depositou um beijo em minha testa.
Elena:Rafaella, sua filha está pronta pra nascer. ela disse e Gizelly segurou firme em minha mão.
Gizelly:vamos lá meu amor, você consegue, eu tô aqui com você. falou com um sorriso no rosto e eu assenti.
Comecei a fazer força sentindo dores nada agradáveis, Elena falava calma me ajudando, Gizelly me incentivava apertando firme em minha mão, e cada vez mais eu fazia força até ouvir o choro da nossa filha invadindo a sala de parto, eu estava exausta, mas o medo que me atormentava antes havia se tornado em uma felicidade enorme, uma sensação indescritível.
Rafa:bem-vinda meu amor. falei assim que a enfermeira a colocou em meu colo.
Gizelly:seja bem-vinda minha pequena. ela disse fazendo um breve carinho em nossa filha com um sorriso enorme no rosto, seus olhos estavam marejados.
Elena:parabéns mamães, ela é linda. disse se aproximando de nós.
Gizelly:tá tudo bem com ela né doutora? perguntou preocupada.
Elena:apesar dela ter nascido antes, o que já era previsto, ela está bem sim, faltava só mais alguns dias para a Rafa completar as 37 semanas, mas vamos fazer alguns exames para certificar e ela vai ficar em observação. ela respondeu tirando um peso do meu coração.
Logo uma enfermeira veio e pegou minha filha dos meus braços e saiu da sala, fiquei frustada, queria ficar mais tempo com ela.
Elena:depois ela volta, não se preocupe. assenti e ela se retirou da sala.
Rafa:obrigada por ter ficado ao meu lado me incentivando.
Gizelly:eu sempre vou está ao seu lado meu amor. sorri e ela me deu um breve selinho.
Agora eu poderia dizer que estava em paz, tranquila e feliz, apesar de tudo que havia acontecido, hoje minha filha havia nascido e estava bem, eu me via imensamente grata, eu tinha meus amigos, minha família, minha mulher e agora minha filha, minha pequena Aylla.
...
Notas da autora:
Desculpem qualquer coisa, pq realmente não entendo nada sobre um parto, mas fiz oq pude.
E só quero dizer que agora não vai ter mais tombos ok? Ok.
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The Intensity Of That Love
FanficTalvez a gente se encontre, talvez o amor nos encontre. Talvez...