Sábado, 10 de agosto de 2019
8:00
O motorista da Big Hit foi pontualíssimo, e apesar da fama dos brasileiros de não serem, Luísa fez questão de acordar a todos com muita antecedência para que não cometessem nenhuma gafe e assim, às oito em ponto, todos estavam aguardando em frente ao hotel.
Apesar de ser verão em Seul, o motorista não parecia disposto a ligar o ar-condicionado. Sentindo as bochechas corarem e gotinhas de suor brotarem na linha do cabelo, Luísa desceu a janela do carro, esperando que a brisa a refrescasse. O vento embaraçava seu cabelo, mas mal se incomodava já que observava as ruas movimentadas de Seul. Ontem, como chegaram à noite, vira menos do que agora, com a claridade. Cada coisa que via, fosse uma conveniência, um bar ou até mesmo a nuvem de fumaça causada pelo grande número de fumantes, a faziam lembrar dos momentos que vivera quando morava na cidade. Luísa desejou poder passear mais de carro pela cidade, pois como o hotel era perto do prédio da Big Hit, o percurso tinha sido curto demais para matar a saudade.
O prédio da Big Hit era menos intimidante do que Luísa imaginara. Ele com certeza deixava sua marca bem no meio do quarteirão, de uma rua não tão movimentada, mas estava longe de ser suntuoso. Porém, havia boatos circulando sobre uma possível mudança da empresa para um edifício maior e que iria acomodar lojas e café paras as fãs. Entretanto, Luísa ficou feliz que isso ainda não tinha acontecido, pois queria muito poder visitar o prédio atual, cujo interior fora palco de muitos marcos na história do grupo.
Quando o carro se aproximou do edifício, Luísa pôde ver umas quatro garotas em frente a ele, espiando pelo vidro como se pudessem ter sorte o suficiente de vê-los. Luísa sorriu ao vê-las e deu-se conta mais uma vez do quão sortuda ela era por poder vê-los de pertinho pela segunda vez. O motorista entrou na garagem subterrânea do prédio, desceu a rampa e virou à direita, já que não havia vagas próximas ao elevador, teve que estacionar quase ao final do estacionamento. Luísa, que ouvia música com seus fones de ouvido, o que era muito eficaz para relaxá-la, retirou-os, guardando-os na bolsa.
O interior do edifício possuía, como muitas construções sul coreanas, instalações de última geração e um visual clean. Porém, passaram por uma sala, bastante despojada, que parecia de comum acesso aos funcionários, "Talvez por ser uma empresa de entretenimento" – Luísa concluiu, pois não era comum os ambientes corporativos de trabalho coreanos oferecerem esse tipo de lazer aos funcionários. A rigidez em relação ao trabalho fora um dos fatores que pesou na decisão dela de não ficar mais tempo em Seul. Apesar de só estudar, ela ouvia muitos relatos de amigos e colegas que trabalhavam que a carga horária era brutal, assim como a exigência dos empregadores.
Após subirem alguns andares, chegarem ao local onde havia estúdios de dança de diferentes tamanhos. Alguns tinham um vidro na porta que permitia que quem passasse pelo corredor enxergasse dentro, e assim, Luísa pode ver diversas pessoas dançando, o que ela deduziu tratar-se de trainees.
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Entre dois mundos
FanfictionQuando a jornalista Luísa foi chamada para entrevistar o grupo de Kpop mais famoso do mundo, ela não imaginava que esse breve encontro daria início a um intenso e secreto romance com o líder do grupo, Kim Namjoon.