Capítulo 15

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26/07/**

Eu tinha seis anos quando fiz aquele pedido antes de assoprar as velas. Eu não sabia que tinha que dizer em pensamento e guardar no coração. Eu lembro até hoje das expressões de meus avós. Eu sabia que eles contariam aos meus pais. Mas eles não vieram até mim me repreender. No entanto, na manhã seguinte vi minhas malas prontas e minha vó dizendo que eu teria que ir embora. Eu não perguntei o porquê, mas fingi que aceitaria aquilo numa boa. Então, perto do horário dos meus pais virem me buscar, eu fugi. Fugi para a floresta. Corri tanto que pensei estar em outra cidade. Eu lembro de ter visto alguém perto daquele lago e, depois, tudo escureceu. Era a partir daí que meu inferno particular iniciaria.

(...)

Conviver com os meus pais foi o pior dos meu pesadelos. Eu não sei o que aconteceu com eles, não sei o que fiz, mas percebi que eles tinham mudado. Às vezes eu pensava que era filha adotiva e que eles se arrependeram de me ter por perto. Mas não era isso. Eu sei que não.
O problema não era só eu. Tinha algo, alguém que eles não citavam. Eu não lembro se me envolvi com gente errada, mas tenho certeza que não. Mike foi meu único amigo a vida toda. Não havia mais ninguém.

Quando fiz quinze anos, tudo começou a piorar. O meu presente foi descobrir que seria uma boneca. A boneca perfeita de meus pais. Teria minha vida controlada até os dezoito anos, mas não permiti. Eu apanhei, sim, mas pelo menos fui privada de fazer apenas uma coisa...


08 de setembro.


Rowgson se indignou quando viu que a página estava rasgada e não poderia mais continuar lendo.

No horário em que acordou, nem ao menos se importou em tomar um banho. E, assim, pensando no que leu mais uma vez sobre os seus pais, ela foi andando até o banheiro.

E se... Não. Não pensaria nisso. Não agora.

Mike havia lhe ligado várias vezes nesta manhã, mas Halley não retornou nenhuma das ligações. Queria estar sozinha para poder falar com Kookie. Ele estava demorando a aparecer.

BEWITCHED • JEON JUNGKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora