BEWITCHED • JEON JUNGKOOK

Capítulo 21

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10 de setembro.

Dias atrás Halley havia lido uma frase que a deixou reflexiva por dias, não foi capaz de compreender a mensagem que ela queria passar. Mas agora, neste instante, ela entendeu que precisava viver o que foi escrito para poder não só compreender, mas também sentir.

E ela sente. Sente muito. E dói.

Dia 25 de agosto. É assim que começa a última página. Com letras tremidas, quase ilegíveis, com alguns grãos de areias grudados não propositalmente na borda. E haviam umas marcas na página, a certeza de que ela chorava enquanto estava escrevendo.

Não foi culpa minha. Ele que veio para cima de mim. Parece que tinha tudo planejado. Por que será que escolheu um lugar tão longe e tão alto? Num penhasco, meu Deus!
Fomos ali para conversar, tentar um acordo quanto à publicação do livro...
Não precisávamos ter discutido daquela maneira, era só ter me ouvido e aceitado que nem tudo é como a gente quer.

Ele me ofendeu, me agrediu fisica e moralmente. Eu juro que só me defendi. É uma milagre eu estar viva agora. Sinto muito não poder dizer o mesmo sobre ele. E como sinto...

Eu sei que a culpa cairá sobre mim, já que não haviam testemunhas. Mas ninguém precisa saber que eu estava lá com ele. Por isso, ao chegar à margem do rio com ele já sem vida agarrado a mim, eu o deixei numa caverna escondida entre rochas, mato e galhos secos.

Não sei do que adiantou tudo isso, já que a chave desse maldito livro foi levada pela correnteza junto da alma de seu verdadeiro dono, JK.

Aquela sensação de perder um ente querido misturado à culpa veio com tudo. Rowgson chorou tanto que seus olhos já não aguentavam mais, pois já estava ardendo, como se feridos, com o excesso de lágrimas. Doía tudo. 

Rowgson é uma assassina e isso a deixou arrasada de tal forma que desistir de suas buscas por respostas se tornou uma grande possibilidade, embora quebre a promessa que fez ao Kookie quanto à não desistir ao ler aquela página.

Mas como ela faria isso com esse peso sobre suas costas? Kookie está morto por sua culpa e, agora, tudo que pensa é que essa sua busca por respostas não tem mais cabimento. Ela não merece mais saber o que de fato aconteceu consigo, pois não fará sentido quando estiver atrás das grades. Porque o que fez...

Cada palavra do que leu daquela página, tudo narrado minuciosamente por ela que pareceu não se importar com o fato de estar narrando um crime, foi como se pudesse lembrar daquele dia, da discussão que ambos tiveram antes dela o empurrar daquele penhasco.