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Noah Urrea:

Eu havia levado Any até um dos restaurantes que havia perto do campus, a comida aqui era boa e normal. Eu gostava daqui, tudo era receptivo, inclusive os funcionários.

- Você quer comer alguma coisa? - perguntei olhando em seus olhos. Estávamos sentados em uma mesa mais afastada de outras pessoas, eu queria ter um pouco de privacidade.

- Não precisa - ela respondeu, desviando seus olhos para o jarro de flores que decorava o centro da mesa.

- Você comeu alguma coisa hoje?

Ela olhou para mim e suas bochechas coraram, então ela balançou a cabeça negando. Suspirei, levemente irritado.

- Vou pedir algo pra você. - Eu acenei para um garçom que passava perto de nossa mesa. Any começou a batucar seus dedos sobre a mesma.

O funcionário andou rapidamente em nossa direção e colocou um cardápio sobre a mesa. O entreguei para Any e ela o observou por alguns segundos e o devolveu para mim.

Ergui as sobrancelhas.

- Algo de errado?

Ela se curvou timidamente em minha direção.

- Eu estou sem dinheiro - ela sussurrou voltando ao seu lugar, me deixando completamente embriagado com seu cheiro, era um misto de rosas com frutas, alguma coisa do tipo.

Isso era bom, eu queria enterrar meu rosto em seu pescoço.

- Eu pago - respondi devolvendo o cardápio à ela.

Ela fez o seu pedido ao garçom e voltou a me encarar.

- Por que você estava no leilão? -perguntei retirando a gravata que estava apertando meu pescoço. Essa merda estava me incomodando há horas.

- Minha mãe queria que eu fosse. - Ela deu de ombros. Assenti com a cabeça ainda sem entender de onde a mãe de Any conhecia os organizadores do evento.

Mas isso não era algo que realmente importava.

- Eu quero sair com você de novo, amanhã.

Ela balançou a cabeça negativamente.

Porra, essa garota iria me enlouquecer.

- Nós não podemos. - Cerrei minhas mãos em baixo da mesa.

- Por quê?

- Eu já te disse... - Ela desviou seus olhos para um ponto fixo atrás de mim. - Não daria certo.

- Você não sabe, porra - eu falei um pouco mais alto e muito mais ríspido do que eu realmente esperava. Eu atraí a atenção de outras pessoas que estavam ao nosso redor para nossa mesa. Any se encolheu na cadeira e eu me amaldiçoei mentalmente.

Respirei fundo.

- Desculpa, amor. Eu só quero uma chance, eu quero poder te beijar quando eu quiser em público, eu quero te levar até alguns desses encontros, eu quero saber de todos os seus medos e sonhos. Eu quero estar perto de você, eu quero fazer parte da sua vida, por que você não dá uma chance para nós? - perguntei segurando sua mão por cima da mesa.

Ela me encarava com surpresa e a esse ponto até eu estava. Eu nunca pensei que chegaria a realmente me abrir para alguém, e isso me assustou como o inferno.

Foda-se, eu a queria. E se para isso acontecer ela precisasse de mais conversas sobre sentimentos, eu começaria a ler poemas para ela durante horas.

Depois de alguns minutos ela balançou a cabeça em concordância.

Apenas mais uma {NOANY}Onde histórias criam vida. Descubra agora