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Noah Urrea:
4//10
—☆—

Eu estava cansado pra cacete.

Raquel havia dito que precisava comer algo porque segundo ela, estava passando mal comendo somente frutas e verduras.

Eu fui fazer algo na cozinha para nós comermos e logo após fui até o restaurante verificar se a reserva que eu havia feito para mim e Any saírmos mais tarde estava bem.

O lugar era de tirar o fôlego, um enorme arranha céu com um terraço que servia comida italiana. Eu nunca havia achado esse tipo de coisa atraente. Jantar à luz de velas e uma vista para a cidade toda.

Era algo que eu não me imaginava fazendo nunca.

Mas então Any entrou em minha vida e me fez querer tudo isso e mais um pouco.

Eu deveria achar algo normal, mas eu ainda assustava com tudo isso.

Me virei na cama quando comecei a ouvir sons de porta sendo aberta e conversas ecoando pelo corredor.

Bufei. Raquel não poderia chamar alguém para cá sem minha permissão.

Me levantei e fui em direção ao corredor.
Pisquei algumas vezes para me acostumar à claridade aqui fora. Meu quarto estava escuro e aconchegante, totalmente o oposto desta luz toda.

- Raquel, já disse pra você não chamar ninguém para.. - parei no meio da frase quando avistei Any parada ao lado de Josh.

Ela encarava o piso do corredor enquanto segurava uma mala num tom vermelho desbotado.

Ela ergueu os olhos para mim, havia um misto de tristeza e decepção em seu olhar, então seus olhos caíram para o resto do meu corpo e eu me lembrei de que eu estava somente de cueca.

Raquel se virou e assobiou. Ela veio até mim e contornou com o dedo indicador uma das tatuagens que haviam em meu peito.

- Querido, seus amigos estão na porta.

Afastei sua mão de mim e observei enquanto Any se virava e ia até o elevador.

- Ela é minha namorada, porra - eu disse indo até ela, atrás de mim ouvi Josh murmurando algo à Raquel.

Segurei o pulso de Any, ela parou de costas para mim, esperei que ela se virasse mas ela continuou olhando para frente.

A girei pelos ombros cautelosamente.

- Oi, amor - eu disse arrumando uma mecha de cabelo que caía sobre seus olhos atrás de sua orelha.

- Desculpe, não sabia que você estava acompanhado, acho que foi tolice minha pensar que éramos exclusivos - ela disse fitando a porta do elevador.

Franzi a testa.

- Nós somos - afirmei. - Essa é a prima louca de Josh, nós não fizemos absolutamente nada.

Ela analisou minha expressão por alguns segundos e assentiu.

- Minha mãe me expulsou de casa - ela falou as palavras rapidamente e fechou os olhos com força.

Olhei para mala em suas mãos. Agora fazia sentido.

Eu havia ficado confuso. Charlotte não me expulsaria de casa mas também não era o melhor tipo de mãe do mundo.

- O quê?

Ela abriu os olhos.

- É o que você ouviu. - Ela deu de ombros tentando parecer indiferente, mas no seu olhar havia uma certa mágoa.

- Não tem problema. Você pode ficar aqui.
Ea negou com a cabeça.

- Não me parece justo.

- Não é justo você não ter aonde ficar, pelo menos por enquanto você não arranja outro lugar.

Apenas mais uma {NOANY}Onde histórias criam vida. Descubra agora