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Noah Urrea:

Eu odiava o natal.

As pessoas pareciam animadas demais, todo estabelecimento era decorado com as luzes e árvores extravagantes, todas confeitarias só passavam a produzir doces com coberturas vermelhas vibrantes e verdes.

Minha mãe costumava encher meu saco para os jantares em família, ela me privava de comer os biscoitos ridículos em formato de bonecos de neve até os convidados chegarem, então eu aliviava minha frustração de adolescente rebelde comendo uma das filhas dos convidados.

Por outro lado, meu pai sempre me deixava uma grana em uma daquelas meias ridículas sobre a lareira. Era o suficiente para eu restaurar meu carro, aos poucos. Agora era engraçado como tudo que era dele, passou a ser meu. Por mais que eu tivesse sido uma criança difícil e um adolescente pior ainda de lidar, ele havia me deixado uma porrada de coisas.

Tomei outro gole de uísque enquanto encarava a tevê a minha frente. Any estava fora com Hannah, fazendo compras. Josh tinha passado em casa e me arrastado para um jantar com sua família, disse que sua mãe estava com saudades, em consideração a senhora Carter, eu coloquei uma camiseta de botões, calça social e tentei pentear os cabelos para trás, o que não deu muito certo, já que eu não os cortava a um bom tempo.

- Ei, Noahzito, quer ir lá fora? - a prima oferecida de Josh me convidou pela milésima vez.

Eu recusei, pela milésima vez.

Eu não entendia qual era a dessa menina, devia ter dezesseis ou dezessete anos, era bem novinha. Estava usando um vestido vermelho, as curvas sutis a mostra, talvez se eu não estivesse com Any, eu teria aceitado o convite.

Ela fez biquinho.

- Por favor, preciso de ajuda para trazer os presentes para dentro.

Eu entornei o copo completamente, batendo o anel de meu dedo indicador contra o cristal. Suspirei irritado pela insistência da garota e me levantei, batendo o copo sobre a mesinha ao meu lado.

- Esses presentes pesa quanto? Por que não pede ajuda pro porra do seu primo ou sei lá? - Eu arregacei as mangas até meus cotovelos, expondo as artes em meu braço, a mansão dos pais de Josh estava muito quente mas lá fora estava caindo uma leve geada.

Os olhos verdes de Madison exploraram cada parte da minha pele exposta e eu tentei não ficar mais puto do que já estava.

- Vamos logo - murmurei passando por ela e indo até o hall de entrada, a garagem ficava a poucos metros de distância da porta, a rua estava repleta de carros.

- Sabe, acho que a gente podia testar o capô... - a voz melosa de Madison soou atrás de mim quando estávamos alheios de todos, na garagem.

Eu bufei.

- Eu tenho namorada - eu respondi fechando os punhos e os unindo lado a lado, onde a palavra ANY se completava.

Era uma tatuagem nova, eu tinha feito há algumas horas atrás, eu só não sabia se Any iria gostar, Josh achou loucura, mas a opinião dele não importava muito.

Ela torceu o nariz discretamente.

- Brega.

Eu a ignorei e comecei a levar os presentes para dentro em diversas viagens. Quando eu estava carregando uma caixa azul com um enorme laço em cima, observei quando a prima de Josh se desequilibrou sobre a fina camada de neve.

Eu soltei os presentes no chão e andei até ela a tempo de segurar seu pulso, mas acabei caindo no chão junto com ela. Seu corpo estava sobre mim, mãos espalmadas sobre meu peitoral. Eu coloquei as mãos em suas cinturas, na intenção de retirá-la, mas então ouvi barulhos de portas batendo e olhei para o lado.

Apenas mais uma {NOANY}Onde histórias criam vida. Descubra agora