Noah Urrea:
-Então agora você é tipo, muito milionário? - Any perguntou enquanto me observava logo após eu ter lhe contado sobre todo o dinheiro que eu havia ganhado.
Suas bochechas estavam coradas e ela cheirava levemente à álcool.
Ela me disse que tomou duas doses de tequila antes de eu chegar até aqui e que haviam sido suas primeiras, ela nunca havia experimentado antes, então isso era o suficiente para deixá-la solta.
- Sim - eu concordei com indiferença puxando seu corpo para mais perto do meu.
Minha mão congelou no caminho de enrolar uma mecha de seu cabelo em meu dedo.
Mas que porra?
Eu não gostava desse tipo de afeto com outras garotas, mas tudo sobre ela era completamente diferente.
O bar não estava tão lotado e Any estava sentada ao meu lado com a cabeça apoiada na curva do meu pescoço. O topo de seu cabelo cheirava à morangos e fazia cócegas em meu maxilar.
- Estou com fome - ela disse de repente, se afastando e me encarando com as sobrancelhas franzidas.
Eu sorri.
- Vamos te alimentar então. - Eu fiz sinal para uma das garçonetes que me lançou um olhar malicioso e fez uma corrida rápida até onde nós estávamos.
- No que posso ajudar? - ela perguntou enquanto enrolava uma mecha de seu cabelo loiro no dedo.
Ergui as sobrancelhas e quando ela finalmente notou Any sentada ao meu lado franziu o nariz.
- Eu quero dois hambúrgueres, uma porção grande de batatas fritas e dois refrigerantes. - Ela anotou tudo e se afastou.
- Ela encarou você como se quisesse te devorar e depois me lançou um olhar mortal. Foi assustador - a voz de Any soou arrastada e eu soltei uma risada.
Porra, eu estava adorando isso.- É uma pena que eu só esteja interessado em uma única garota morena que tem os cabelos quase pretos.
- Bom, porque aposto que ela também está muito interessada em você.
Inferno, eu estava gostando muito dessa versão meio bêbada dela.
- Hoje você parece falante - eu disse à ela. - Se for pra você continuar assim, vou começar a te trazer em bares mais vezes.
- Tem razão, vou ficar calada. - No próximo segundo a comida foi entregue à nossa mesa. Ela assobiou e deu uma mordida em seu hambúrguer.
- Isso é muito bom - ela disse enquanto mastigava de olhos fechados.
Eu dei uma mordida no meu também.
- Tem razão - eu concordei após engolir e levar algumas batatas fritas até minha boca.
- Eu preciso de um milk-shake, Noah. Me arranja um milk-shake, por favor. - Any falou prolongando meu nome e colocou uma batata na boca.Foi inevitável me perguntar se ela diria meu nome assim enquanto gozava, e se suas bochechas iriam ficar coradas como estavam agora.
Ótimo, agora eu estava tendo que lidar com uma ereção em um maldito bar.
- Claro. Você pode ter quantos quiser. - Seus olhos brilharam em aprovação. Pedi um milk-shake de morango à garçonete.
Meia hora depois estávamos alimentados e sentandos em banquetas altas e giratórias em frente ao bar.
- Eu quero outra dose de tequila. - Any disse dando um sorriso bêbado e preguiçoso ao barman que sorriu e assentiu, pegando a garrafa.
Ele despejou o líquido no copo.
- Você vai ficar mal amanhã, não exagere muito - a alertei e o barman se apoiou no balcão com um olhar divertido.
- Essa é a minha parte preferida - ele disse e Any levou o copo até seus lábios e jogou a cabeça para trás. Depois chacoalhou a cabeça para os lados como se quisesse limpá-la.
Seus cabelos se balançaram em todas direções.
Eu comecei a rir.
- Essa definitivamente é a melhor cena que eu já vi em toda minha vida - eu afirmei e passei o polegar no canto dos lábios de Any, limpando a bebida que escorreu por seu queixo.
Num movimento inesperado, ela virou a cabeça e meu dedo deslizou para dentro de sua boca. Seus olhos eram puro fogo e de repente, minhas calças eram apertadas demais.
- Caralho, amor. - Me inclinei para sussurrar em seu ouvido. - Se você continuar fazendo coisas desse tipo, eu vou possuí-la no banheiro deste maldito bar.
- Vamos lá - ela disse dando um pulo da banqueta tropeçando em seus próprios pés. Segurei seu braço, a impedindo de ir de encontro ao chão e a ajudei a se sentar novamente.
Passei a mão pela minha nuca.
- Hoje não - respondi encarando sua expressão decepcionada.
- Tudo bem. - Ela deu de ombros e se virou para o barman.
- Vocês tem um karaokê aqui? - ela perguntou com os olhos brilhando e ele assentiu levemente apontando para uma moça que cantava num pequeno palco improvisado que Any nesse estado, provavelmente não tinha notado.
- Eu vou cantar - ela disse me fitando e se levantando com cautela. Segurei seu braço novamente e ergui as sobrancelhas.
- Melhor não. Você precisa descansar, amanhã temos que ir até a faculdade. - Ela pareceu se lembrar e assentiu.
- Você tem razão - ela disse. - Preciso ir para minha casa, você pode me levar? - ela perguntou encarando o chão e eu vi novamente a versão da garota tímida e fechada.
- Claro. - Me levantei e deixei dólares o suficiente no balcão para pagar todas nossas despesas.
Fomos até a saída do bar e já havia escurecido totalmente. Ajudei Any a se sentar no banco do passageiro e dei a volta no carro. Assim que deslizei para dentro, dei a partida.
- Obrigada. - Any murmurou antes de se virar para o lado da janela e apoiar sua cabeça na porta. Entendi que ela não queria falar neste momento e fiquei em silêncio até chegarmos à sua casa.
Percebi uma silhueta sentada numa cadeira na pequena varanda enquanto a fumaça do cigarro entre seus dedos impedia que eu pudesde observar seu rosto.
Aparentemente era uma mulher pelos cabelos compridos, cheguei a conclusão de que fosse a mãe de Any ou algo assim.
- Chegamos - eu anunciei observando ela se levantar assustada encarando a mulher em nossa frente.
Ela resmungou algo incompreensível e saiu rapidamente do carro falando que me ligaria no dia seguinte.
Franzi a testa e esperei por ela entrar, mas ela esperou até que meu carro saísse de vista para dar passos em direção à varanda.
Dirigi até meu apartamento estranhando sua atitude, mas deveria ser apenas por causa da bebida.
Simplesmente dei de ombros.
□□□□□□□□□□□□Último de hoje.
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Apenas mais uma {NOANY}
FanfictionNoah Urrea: Egoísta, frio e egocêntrico. Nunca teve relacionamentos sérios, todo o seu lance é casual. Todas são apenas mais uma para ele. Mas isso muda quando ele bate seus encantadores olhos verdes na garota da cafeteria e ele só consegue pensa...