Um ano depois
Axel Noah Jacob Urrea:
- Cara, para com isso. - Josh me empurrou contra a parede, me impedindo de avançar no universitário bêbado.
- Me solta, porra. - Eu tentei me desvencilhar para avançar mas seu antebraço foi parar no meu pescoço.
Eu não ligava para os olhares que estava recebendo por meu pequeno show, eu iria matá-lo, mas antes me certificaria de arrancar seu pau fora.
- Se acalma - ele disse novamente, nesta vez, um tom de voz mais alto, atraindo minha atenção.
Josh estava ridículo, vestido de batman para esta festa de fraternidade. Hannah era seu par e estava com um macacão preto e orelhas de gata.
Eles dois estavam bregas. Esse era um dos motivos plausíveis para odiar o halloween.
- Tá, me solta logo.
Ele me encarou com hesitação e se afastou aos poucos, eu cerrei meus punhos e respirei fundo.
- Cadê a Any? - perguntei, olhando ao redor. Eu não via sua fantasia por aqui.
Ela estava vestida de princesa. Eu não me lembrava o nome da personagem mas seu vestido era azul e brilhante e seu cabelo estava amarrado em um coque, ela também usava um par de luvas brancas e saltos de cristais.
E eu havia vindo de eu mesmo.
- A Hannah foi no banheiro com ela. Já chamaram a polícia. Você precisa tomar alguma coisa.
Eu encarei o cara que havia tentado colocar as mãos sobre a minha garota a poucos metros de distância. Ele estava sentado sobre uma poltrona, as mãos em forma de concha ao redor do nariz que jorrava sangue.
Eu só havia conseguido acertar um soco no maldito antes de Josh me interromper.
Eu avancei sobre a multidão, que se partiu como um mar vermelho me dando passagem e fui até as portas do fundo. O vento gelado me acalmou um pouco, eu acendi um cigarro e dei uma tragada.
Eu estava tentando parar por eles.Mas agora eu não conseguia, eu precisava do alívio da nicotina mesmo que só por alguns segundos. Eu estava puto e queria destruir algo. O rosto daquele desgraçado, com certeza.
Ouvi o barulho da porta se abrindo ao meu lado e encarei enquanto um cara familiar saía da cozinha. Ele estava fantasiado de homem aranha, só que segurava a máscara em suas mãos, revelando sua identidade.
- E aí - ele disse quando nossos olhares se cruzaram. Eu o reconhecia. Ele era o jogador de futebol que havia tentado chamar Any para sair na lanchonete, ano passado.
Eu o ignorei.
- Parabéns, cara. - Ele se aproximou, suas palavras pareciam sinceras. - Vocês já sabem o sexo do bebê?
- Ainda não.
Soltei a fumaça lentamente.
Any estava grávida. Dois meses.
Eu era sortudo. E em breve, seria pai.
- Ah.
Foi tudo o que ele respondeu.
- Não sei se você se lembra mas eu me chamo Mason. - Ele passou a mãos
por seus cabelos loiros, os bagunçando. - Hum... Sinto muito por a Any ter que ter passado o estresse lá dentro... A nossa fraternidade não tolera ess...- Você não precisa se desculpar - eu o cortei secamente. - A culpa não foi sua.
- Eu sei mas o Drake, o cara que tentou... - Ele parou abruptamente, pensando nas palavras certas. - Ele faz parte da fraternidade - disse por fim. - Achei que seria mais adequado se alguém viesse pedir desculpas...
Any estava grávida. Quase foi estuprada. Esse cara merecia morrer.
- A polícia já chegou? - o interrompi novamente.
- Não. Aposto que chegarão em breve.
Nós ficamos em silêncio, eu encarando a piscina vazia e Mason tenso ao meu lado sem saber o que fazer. Em outras circunstância, eu riria. Eu não precisava da empatia dele, mas reconhecia o gesto admirável.
- Sabe... quero ter uma menina. Não sei por quê. Geralmente caras querem garotos para poder idolatrar mas eu realmente quero uma garota. Ela provavelmente vai se chamar... fé.
Eu ergui as sobrancelhas, confuso.
- É um nome bonito. Diferente - respondi sinceramente.
Joguei meu cigarro numa lata de lixo aberta a poucos metros de distância.
- É mesmo - ele concordou, o olhar distante. Um sorrisinho estúpido e sonhador estampado em seu rosto. - Bem, preciso voltar lá para dentro. Alguém precisa bancar o anfitrião responsável. Até mais, cara.
Any estava sentada sobre o sofá, um pote de sorvete entre suas mãos e a calda de chocolate ao seu lado. O seu apetite havia aumentado consideravelmente nos últimos meses, mas eu não reclamava. Com ele, veio o desejo insaciável por sexo.
Nós transavamos todo santo dia.
Hannah tinha um semblante preocupado, estava encostada casualmente contra a parede, assim como Josh.
O meu apartamento estava decorado com diversas abóboras e papel crepom em formato de monstros. Arte de minha namorada e dos meus amigos.
Any não parecia abalada depois de quase ter sido violada. Eu gostava da calma que ela transmitia, da compreensão e visibilidade de todos os pontos de vistas, já eu simplesmente perdia a cabeça.
Eu virei meu copo de uísque e o enchi novamente.
- Vai com calma, alcoólatra. Só porque hoje é seu aniversário não quer dizer que você tem livre passe para cirrose. - Josh gritou em minha direção e eu somente o ignorei.
Virei meu copo cheio, o líquido desceu cortante e eu fiz uma careta.
- Vinte e um anos... - Josh suspirou. - Eles crescem tão rápido. - Ele fingiu limpar lágrimas falsas.
Hannah sorriu abertamente.
- Muito mesmo.
- Quantos meses? - Any perguntou de repente, encarando a amiga.
O rosto de Hannah foi tomado por um rubor vermelho e Josh ficou mais branco do que já era. Eles ficaram em silêncio, apenae se entreolhando e eu franzi as sobrancelhas.
Eu andei até a sala.
- O que vocês sabem que eu não sei?
Any deu de ombros, um sorrisinho brincava em seus lábios. Ela levou outra colherada de sorvete até a boca antes de falar.
- Hannah está grávida, ué.
- O quê? - eu perguntei, confuso. - Por que vocês não me contaram?
Josg sorriu, constrangimento estampado em seu rosto.
- A Hannah não queria dizer nada por enquanto, ela nem contou para a família dela ainda.
Hannah suspirou, derrotada.
- Duas semanas. E como você descobriu? - Ela fuzilou minha namorada com o olhar.
- Eu reconheço garotas grávidas. - Any respondeu simplesmente. - Mas isso é irrelevante no momento. Você já pensou que nossos filhos vão ser melhores amigos?
- É claro que sim! - Hannah exclamou, parecia tão animada quanto a minha namorada que em breve, se tornaria minha noiva.
Pelos próximos momentos, a conversação girou em torno de bebês e... bebês.
Eu estava feliz por meus amigos.
Eu estava feliz por nós, em geral.
Isso era lar. Nós finalmente havíamos encontrado ele. E eu não o trocaria por absolutamente nada.
○○○○○○○FIM!!🥺✊🏼
LEIAM O PRÓXIMO CAPÍTULO
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Apenas mais uma {NOANY}
FanficNoah Urrea: Egoísta, frio e egocêntrico. Nunca teve relacionamentos sérios, todo o seu lance é casual. Todas são apenas mais uma para ele. Mas isso muda quando ele bate seus encantadores olhos verdes na garota da cafeteria e ele só consegue pensa...