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Noah Urrea:

Abri meus olhos lentamente, para que se acostumassem com a luz que entrava em meu quarto, e minha cabeça começou a latejar no mesmo instante. Murmurei um palavrão e semicerrei os olhos enquanto procurava meu celular entre os lençóis. Meus dedos acabaram se enroscando em algo que se parecia com seda, e eu olhei para a minha esquerda, levemente confuso.

Uma morena dormia ao meu lado tranquilamente. Ergui os lençóis e notei que ela estava sem roupa. E eu também.

As pontadas em minha cabeça ficaram mais fortes conforme meus olhos passeavam pelo quarto. Roupas estavam jogadas sobre o carpete e algumas garrafas de cerveja também.

Eu não me lembrava de muitas coisas sobre a noite passada, só dos gemidos de Diana. Ou Briana? Eu não me lembrava nem de seu nome. Porra, eu realmente era um fodido insensível.
Me levantei e coloquei minhas jeans surradas, que estavam jogadas sobre o carpete. Uma batida na porta de entrada foi dada no mesmo instante.
Franzi as sobrancelhas.

O ato fez com que minha cabeça latejasse fortemente em protesto. Fechei os olhos com força e massageei minhas têmporas.

A ressaca era uma desgraçada.

As batidas ficaram cada vez mais altas e frenéticas, e eu me perguntei quem era o maldito impaciente que estava batendo em minha porta. Eu não estava esperando por ninguém hoje. Bem, não que eu me lembrasse.

Andei pelo corredor e observei a minha sala, que também estava uma completa bagunça. Eu precisava limpar isso.

Mais uma batida forte foi dada contra a porta e eu resmunguei um palavrão. Andei até ela, girando a maçaneta. Uma loira estava parada em minha frente com uma expressão raivosa. Seus olhos eram uma mistura de fogo e gelo.

- Seu bastardo, miserável de merda, filho da pu..

- Nós nos conhecemos? - a cortei, me apoiando casualmente contra o batente da porta.

Ela se calou por alguns momentos e me analisou atentamente. Seus olhos desceram pelo meu pescoço, depois para meu peito nu, e caíram, finalmente, para a calça jeans escura que pendia em meu quadril.

Ela ergueu os olhos para meu rosto novamente, e eu sorri torto. Seu rosto foi tomado por um leve rubor vermelho, mas ela se recuperou rapidamente.

- Então você não se lembra? - perguntou, me encarando profundamente.

Eu balancei a cabeça.

- Por que eu me lembraria? - perguntei, batendo meu punho fechado contra a parede distraidamente.

- Nós transamos! - falou, indignada pelo fato de eu não me lembrar dela.

- Bem, na verdade seu rosto me é familiar - eu comentei, a analisando. Seus olhos ganharam uma pontada de esperança. - Tina? - perguntei, confuso.

Ela murchou.

- Não. É Sina - me corrigiu, com um sorriso forçado.

- Ah.

Foi tudo que eu disse.

- Então, eu achei que nós poderíamos repetir o que aconteceu essa semana.. - Ela cruzou os braços sobre o peito, deixando seu decote ainda mais visível.

Ao menos ela tinha peitos bonitos. Era uma pena que não fossem realmente dela.

- Acho que não é uma boa ideia, linda.

- Por que? Eu achei que você tinha gostado.

Eu assenti e o canto direito de minha boca se ergueu para cima levemente.

Apenas mais uma {NOANY}Onde histórias criam vida. Descubra agora