Apenas mais uma {NOANY}

19

   Noah Urrea:
    2//10
    —☆—

- Você tem certeza de que é uma boa idéia? - Any me perguntou nervosa.

Estávamos discutindo sobre entrarmos juntos na faculdade, Any achava que iríamos atrair muita atenção e que as garotas iriam querer matá-la, mas isso não estaria acontecendo se eu estivesse por perto.

- Sim, não devemos satisfação a ninguém, amor - eu disse e peguei sua mão que estava pousada em cima de seu joelho, a levei até meus lábios e depositei um beijo sobre a mesma.

Sua expressão se suavizou e ela suspirou, hesitante.

- Está bem. - Ela abriu a porta do meu carro. - Só espero que ninguém me mate - ela resmungou baixinho para ela mesma e eu soltei uma risada.

- Ninguém vai te matar. - Eu dei a volta no carro. Ela ajeitou sua bolsa em seu ombro, parecendo incomodada.

- Deixa que eu levo. - eu disse retirando a bolsa dela, me surpreendi com o peso que ela carregava, não era para uma garota levar tanta coisa sozinha.

Passei a alça por cima da minha cabeça. Any sufucou um riso em sua garganta e e desviou os olhos para longe.

- O que foi? - perguntei divertido.

Sua bolsa era florida, no estilo carteiro. Eu sabia que não combinava comigo, muito menos com minha camiseta de banda e aparentemente ela também.

- Nada. - Ela sorriu.

Começamos a caminhar até a entrada do campus. Varias cabeças se viraram para nos observar enquanto andávamos até a entrada do edifício em que Any tinha suas aulas.

- Amanda! - uma garota ruiva com um sorriso falso exclamou se aproximando da gente.

Any franziu a testa.

- É Any.

A ruiva abanou com a mão, não se importando.

- Eu sabia, estava apenas brincando. - Ela mudou o olhar de Any para mim e depois para a bolsa florida. Ela torceu o nariz discretamente e abriu mais um de seus sorrisos falsos.

- E então... Vocês são namorados? - Any abriu a boca e fechou diversas vezes, sem saber o que dizer.

- Somos - respondi surpreendendo a ruiva e a morena. - Mas não acho que seja da sua conta, de qualquer forma.

Ela assentiu e se virou para ir embora.

Passei o braço ao redor do pescoço de Any e forcei ela a continuar andando porque ela havia ficado paralisada.

- Namorados? - ela perguntou deitando a cabeça em meu ombro.

- Sim - respondi indiferente, eu já havia aceitado esse fato para mim mesmo fazia muito tempo.

Eu não poderia ser apenas amigo dela, eu precissva de mais. Não era o suficiente.

Ela sorriu e continuamos andando até chegar ao seu prédio. Quando chegamos na porta de sua sala nós demos um beijo de despedida.

- No refeitório a gente se vê - eu disse a ela, andando até minha próxima aula.

...

Já se faziam cinco minutos desde que eu esperava Any na porta do refeitório.

Josh havia desistido há três minutos e se sentou em uma mesa, agora ele conversava com duas garotas enquanto comia.

Uma garota de óculos veio agitada pelo corredor, seus olhos se iluminaram quando ela me viu.

- Você é namorado da Any, não é? - ela perguntou para mim, impaciente. Ergui as sobrancelhas e assenti.

- Vem comigo - ela disse dando passos rápidos em direção ao pátio. Franzi a testa sem saber do que ela estava dizendo e aonde ela queria chegar.

Mas como ela havia a citado Any, eu a segui.

O pátio estava deserto exceto por um grupo de garotas que formavam uma rodinha atrás de outro edifício. Entre várias cabeças percebi os fios escuros familiares.

Quando me dei conta do que estava acontecendo, corri até elas.

- Me deixe ir. - Any falava entre lágrimas.

- Não, ele não gosta de você, querida. Você é apenas mais uma, quando ele se cansar de você vai voltar para nós - a ruiva de mais cedo falava.

- Deixem ela sair, porra - rosnei, atraindo a atenção das garotas. Cerrei meus punhos e empurrei algumas pessoas que atrapalhavam minha passagem.

Retirei Any para fora do centro da roda e passei meus dedos por as lágrimas que escorriam por seu rosto, as limpando.

- Me dê alguns minutos - eu pedi, segurando suas mãos.

Ela assentiu e eu me afastei.

Caminhei até a ruiva e a puxei pelo braço, ela se debateu algumas vezes mas eu não me importei.

Quando estávamos afastados das outras garotas eu finalmente a soltei.

- Quem é você? - não dei tempo para ela responder e continuei. - Provavelmente nós ficamos ou dormimos juntos, mas sabe o porquê de eu não me lembrar de você?

Ela ficou em silêncio e eu me aproximei.

- Você sabe o porquê? - eu repeti em tom baixo e ameaçador, eu estava completamente louco de raiva.

Ela balançou a cabeça negativamente, hesitante. Seus olhos verdes eram puro choque enquanto me fitavam.

- Porque você não significou porra nenhuma para mim, você sim é apenas mais uma. - Ela piscou os olhos rapidamente e deu um passo para trás, como se eu estivesse lhe acertado com um tapa. - Existem dois tipo de garota. - Eu sorri torto. - As que só servem para foder, e as com que você sai em encontros e provavelmente se casa e tem belos bebês. Acho que não preciso dizer em qual dos dois você se encaixa, apenas se pergunte se eu te liguei no dia seguinte ou se te chamei para um encontro e você saberá a resposta.

Ela ficou completamente paralisada, por um momento, eu senti pena dela mas minha repulsa ainda era maior.

- A Any não merece toda sua raiva e ódio, se você dirigir a palavra à ela outra vez, eu vou acabar com sua reputação na merda desse campus.

Ela assentiu.

- Agora repasse a mensagem para suas outras amigas. - Eu me virei sem esperar uma resposta.

Any estava no mesmo local em que eu havia a deixado, só que agora ela conversava com a garota de óculos.

- Você pode nos dar alguns instantes? - perguntei à ela. Ela assentiu e se afastou.

- As ignore, elas não sabem o que dizem. Eu não me vejo me cansando de você nem hoje, nem nunca.

Ela parecia menos perturbada com minhas palavras e isso me tranquilizou.

- É minha culpa, eu nunca vou deixar que alguém te faça chorar novamente, amor - eu disse a puxando para um abraço.

Eu estava começando a me assustar com a velocidade de que as coisas estavam indo, mas era um sentimento muito bom.

E eu não estava disposto a perdê-lo por nada.
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