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Junho de 2014

      — Eu vou até aí e te jogar aqui nesse lago! — Willow grita.
      Continuo parada em cima da pedra relutando enquanto todos os outros já saltaram. Eu sou a única medrosa.
      — Ei confie em mim, você vai gostar. — Landon também está lá.
      É nosso último dia em Bali, depois daqui vamos para oito dias no próximo destino e no fim deles Landon voltará para Chicago e nós seguiremos viagem.
      Sorrio para ele e movo a cabeça negando. Eu não vou saltar.
      — E se eu subir e saltar com você?
      Landon tem muita confiança em si mesmo e sobre o fato que eu faria qualquer coisa com ele, mesmo que a gente se conheça há doze dias. Talvez seja eu que dê essa impressão a ele.
      — Anda Ollie!
      — Você é chato demais. — Resmungo.
      Olho para baixo outra vez, não é uma queda grande na verdade, eu posso fazer isso. Então, lá vou eu.
      Vou um pouco para trás e então corro saltando na borda, sentindo a brisa em meu rosto e a pulsação acelerar antes de cair na água gelada fechando meus olhos. Contrariando meus medos a sensação é incrível.
     Quando volto a superfície do lago estou plenamente satisfeita por ter saltado e os outros estão me aplaudindo.
      Charles joga água em meu rosto. — Pronto Livvy, nem doeu né?!
      — Deixe ela, cara. — Landon nada até mim. — Ela não tem culpa de ser medrosa.
      — Eu só estava analisando a situação. — Me justifico.
      Ninguém acredita em mim obviamente, medrosa é meu nome do meio.
      Nós somos um grupo de oito pessoas, eu, Willow, Charles, Landon, Avery, Robert e Liam. A maior parte do tempo estamos todos juntos, inclusive na hora de dormir já que estamos nos amontoando na mesma cabana. Eu gosto muito da bagunça.
      Lábios tocam meu pescoço devagar. — Eu gostaria de ter subido lá e pulado com você.
      — Você demorou muito. — Digo a Landon inclinando meu pescoço para mais beijos. — Então, qual os planos para essa noite?
      Ele olha para os outros esperando uma resposta também, nós nem nos programamos porque nosso vôo sai bem cedo.
     — Eu andei sondando, tem um restaurante de beira de praia, disseram que eles tem o melhor peixe.  — Robert nos informa. — Acho que vale a pena só jantar e voltar. Concordam?
      Avery está do lado de fora do lago, mas ergue a mão. — Eu estou dentro.
      Todos nós acabamos seguindo a ideia, nós já passamos oito dias explorando lugares mesmo, hoje só precisamos relaxar.
      — E tem karaokê! — Willow grita animada.
      Charles franze a testa e dá um tapinha nela. Todo mundo aprendeu que ela é péssima no karaokê, mas ela ama.
      — E vamos de preparar os ouvidos. — Landon resmunga.
      — Ok, que tal uma luta na água? — Avery pula na água outra vez. — Os caras seguram a gente no ombro.
      — Avery, você perguntou a nós primeiro se queremos vocês em nossos ombros?
       Ela lança um olhar de "foda-se" para Liam e então vai para Robert agarrando as costas dele. — Eu não estava pedindo a você.
      Eu ainda estou olhando a cena quando Landon me puxa e se afunda um pouco no lago para eu subir em seu ombro.
      — Acaba com elas, Ollie!
      Dou risada porque ele já deve ter notado que eu sempre sou a primeira a cair, mas ainda assim continua a acreditar no meu potencial.
      O dia é legal, mais desacelerado do que os que vieram antes, ainda assim me sinto exausta quando saio do banho essa noite. Estou enrolada na toalha preparada para fazer malabarismo e me trocar na frente de todos sem me expor, mas a cabana de um único cômodo está em silêncio.
      Exceto por Landon que está ao celular sentado na beira da cama que dividimos nos dois últimos dias. Ele está de costas para mim e então eu jogo a toalha no chão para me vestir.
      — Que diferença faz uma semana a mais ou a menos? Eu vou estar aí preso pelo resto da vida depois. — Landon fala sem me notar ali. — Eu vou estar aí em menos de dez dias.
      Aposto que é a mãe dele, ele nunca atende quando é o pai dele.
      Visto uma calcinha e subo um short jeans pelas pernas enquanto continuo bisbilhotando a conversa.
      — Não fale disso, eu não quero saber até eu estar aí. Você sabe o que acho desse assunto. — Ele se vira quando estou pegando o top para usar e ergue um dedo fazendo que não. — Mãe tenho que ir jantar. Até depois.
       Acho que ele desliga sem esperar ela falar alguma coisa e então se levanta olhando diretamente para a parte nua do meu corpo.
      — Eles querem que você volte já? — Pergunto sobre a ligação.
      — Shhh.
      Landon nem sequer me olha, ele está agindo como se nunca tivesse visto peitos, e eu os cubro com os braços cruzados para forçá-lo a me olhar direito.
       — Onde está todo mundo? — Quero saber.
       — Foram na frente, eu disse que já já os encontraríamos. — As mãos dele seguram meus braços para os descruzar, o que deixo ele fazer. — Achei que a gente podia aproveitar a privacidade.
       Os polegares dele acariciam meus mamilos que respondem ficando rígidos. Landon se senta e me guia para o seu colo, os olhos dele nos meus quando suas mãos se enchem com meus seios e eu suspiro.
      — Sobre o que você não quer que sua mãe fale até estar lá? — Pergunto a ele.
      — Agora não Ollie. — Ele fala e se inclina para frente mordendo um mamilo devagar me fazendo gemer. — Quer conversar ou aproveitar o tempo sozinhos?
      As duas coisas? Eu gosto de conversar com ele, mas desde que eu descobri sexo estou um pouco viciada.
      — De novo... — Empurro meus seios no rosto dele e a partir daí a gente se perde de vez.
      Somos sussurros, gemidos e toques. Somos pele quente e roupas jogadas no chão até que ele esteja dentro de mim e eu esteja ditando o ritmo sentada nele segurando seu ombro montando seu pau. E não paro até saciar nós dois.
      Estou encostada com o rosto em seu ombro respirando forte me recuperando do orgasmo enquanto Landon faz carinho em minhas costas subindo e descendo devagar.
       — Sobre casamento.
       Desencosto o rosto de seu ombro e o olho sem entender.
      — A pergunta que fez antes, minha mãe volta a esse assunto. Aparentemente um parceiro em potencial do meu pai tem uma filha e eles querem nos apresentar. — Ele me conta e dá uma risada. — Aparentemente o próximo passo após se formar e ter um trabalho é se casar.
      — Aparentemente sim. — Digo porque já escutei discursos parecidos do meu pai. — Mas você é a porra do Landon Griffin, ninguém pode te fazer algo que não queira.
      Ele sorri e faz carinho em meu rosto nos deitando de lado na cama, um de frente para o outro.
      Encosto a mão no rosto dele. — Se eu disser isso a eles vou receber uma risada em troca. — Landon diz. — Mas foda-se isso, ainda temos oito dias.
      Ainda oito dias, já oito dias. Não sei bem o que pensar.
      — A mãe da Willow foi ver o apartamento, Henrich disse que vão ficar com ele. — Ele muda de assunto. — Não acredito que vai passar quatro anos onde eu passei.
      Nem eu. Mas é uma boa localização, um bom preço, um bom apartamento. Henrich vai para um lugar mais barato agora que Landon vai voltar para os Estados Unidos.
       — Olha pelo lado bom, não vai ser fácil te esquecer. Sempre que eu estiver naquele quarto vou pensar: foi aqui que aquele cara gostoso levou minha virgindade.
       Ele me encara segurando meu queixo.
       — Aquele cara gostoso? Não vai lembrar nem do meu nome? Você acaba com meu ego pequena Ollie. — Os lábios dele encostam nos meus devagar e eu o abraço. — Dizem que as mulheres nunca esquecem o primeiro.
      Também acho que seria difícil esquecer, por isso sei que quando ele for vão sobrar boas lembranças desses dias. Landon será minha primeira aventura, mas tenho que ser honesta comigo mesmo para não me iludir. Só vai durar mais oito dias.
      — Eu já te disse que você será um capítulo incrível no livro da vida da nova Olivia Hill. É suficiente?
      — Mais do que suficiente.
      Nós dois ficamos em silêncio, pernas entrelaçadas, braços se apertando, e olhos nos olhos.
      — Nós deveríamos ir. — Eu quebro o silêncio me sentando. — Vamos acabar chegando lá quando já estiverem voltando.
      — Você está certa.
     Eu me visto outra vez e antes de ir respondo uma mensagem de Sarah, ela está feliz de trabalhar na empresa e estou orgulhosa dela. É o que ela ama e o que meus pais esperavam dela, está tudo certo.
     — Você e sua irmã se dão bem? — Landon pergunta quando tranca a cabana.
     — Já fomos mais, antes dela ir para a faculdade, mas ela é quatro anos mais velha, eu ainda nem estava na escola secundária quando ela foi para a faculdade. — Começo a caminhar. — Não parece uma diferença grande, mas na prática é bastante as vezes, o suficiente para nos tornar o tipo de irmãs que ocasionalmente se escrevem, mas não do tipo confidentes.
      Sinto os dedos de Landon nos meus e abro a mão o deixando escorregar a sua na minha e entrelaçar nossos dedos.
      — Ao menos sempre vão ter uma a outra.
     Assinto e caminho com ele na direção do restaurante, não é muito longe da cabana que alugamos. Nós estamos do outro lado da rua quando escuto o som inconfundível de Willow cantando como se um gato estivesse sendo estrangulado.
      — Meu Deus, temos que tirar ela de lá. — Eu rio e puxo a mão de Landon para atravessar a rua, mas ele me puxa de volta me trazendo contra o seu peito.
      Os lábios dele estão nos meus assim que estamos frente a frente, e não é lento, é voraz, sua boca devorando a minha enquanto fecho meus olhos e retribuo até que ele parece satisfeito.
      — Quando eu for vou lembrar da sua boca, e do seu nome, e tudo sobre você. — Fala baixo.
      Talvez sim, talvez não. E se ele lembrar? Não vai fazer diferença nenhuma. Eu ainda estarei em Londres estudando e ele vai estar em Chicago trabalhando e vendo seus pais arranjarem um casamento para ele.
     — Você precisa parar de ser tão bom. Vai tornar isso difícil para mim. — Digo e me viro atravessando a rua.
     
    

     
     

     

Todas as batidas imperfeitasOnde histórias criam vida. Descubra agora