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Nem Adrien quanto Marinette retomaram o assunto do que aconteceu na biblioteca, já que o clima entre os dois havia ficado estranho, ainda mais quando decidiram jogar Xadrez. Não estavam conversando do jeito que conversavam antes, mas a azulada continuava a pensar que era questão de tempo.

A garota tentou, por dias, criar coragem para falar com o loiro sobre o assunto que parecia inevitável, mas tudo parecia em vão. Quando pensava que estava pronta e que poderia encarar isso, andava para trás sempre que o via. Sempre que estava perto dele, o coração aparentava bater mais forte e uma sensação engraçada se instalava em seu estômago, que a fazia ter vontade de rir e de esconder-se ao mesmo tempo.

Era tão estranho perceber que queria repetir o simples beijo que dera em Adrien. Em sua mente, repetia a si mesma que nada do que aconteceu há três dias atrás era simples, já que fora cheio de significado. Sempre que o via queria relembrar como era a sensação, a todo momento ansiando por mais. Mas, ainda assim, continuava com um alguém que deveria se casar, portanto, deveria agir como uma noiva, mas havia leis restritas sobre amantes.

Como Marinette estava destinada à se casar e caso alguém ousasse a tocá-la que não fosse seu noivo, ou tirar a sua virginidade, esse amante sortudo iria ser morto. Era o preço à se pagar até então e ela não se preocupava com isso até beijar Adrien.

As partidas de Xadrez, por três dias, ficaram com o clima estranho, um silêncio desconfortável planava sobre eles, mas continuaram a tentar jogar. Era um costume deles e não poderia perder só por conta de um simples beijo. No quarto dia depois do ocorrido, uma quinta-feira, quando acabara de declarar xeque contra seu adversário, ele murmurou:

— Eu gostei. — pegou a peça negra e a mudou de lugar, ocupando o do cavalo que a garota havia acabado de colocar no local. — Você não perguntou ou não deve ter pensado em fazer isso, mas eu quero deixar claro que eu gostei. — ele pegou o cavalo branco, feito de madeira e que havia acabado de sair do jogo e o aproximou do rosto; era como se estivesse falando com a peça.

"Quero deixar claro que eu gosto de você. Em todas as personalidades; gosto da princesa, da Marinette, da Alteza, da minha amiga, da leitora e da noiva de um príncipe. Devo ressaltar que jurei minha fidelidade à você e que sei do risco que corro se mais alguém souber sobre o que aconteceu, mas não me vejo com mais ninguém a não ser com você. E, como você não pode ser minha, irei ser seu, e somente seu, guarda; e, você, não precisa ser a minha princesa. Para retribuir, apenas continue sendo a minha amiga." Ele pousou a peça, delicadamente, perto das outras que havia capturado e, enfim, olhou nos olhos da azulada.

"Gosto de você, Marinette. Com todo o meu coração, minha alma e minha vida. Mas, eu entendo que você não pode ser minha e também sei que não pode retribuir de igual para igual, mas preciso que você saiba que eu sou totalmente devotado à você."

Ela permaneceu em silêncio, o olhando nos olhos verdes. Como alguém conseguia dizer palavras tão lindas e puras como aquelas sem gaguejar nenhuma vez, sendo que se tratava de seus sentimentos?

De repente, como se tivesse tomado um choque, ela entendeu o que aqueles sentimentos engraçados e estranhos, que estavam à atormentando há um tempo, eram. E eles eram grandes e importantes demais para serem ignorados tão facilmente.

Era um fato que ela gostava dele, e, talvez, na mesma proporção que o mesmo. E ela era idiota por não ter percebido o que era antes. Teoricamente, o sentimento do guarda era recíproco. Mas, ela não podia praticá-lo. Era inadmissível. Não queria perdê-lo.

Ao mesmo tanto, ela queria fazer isso. Queria estar com Adrien por ele ser quem era: por cuidar dela, ajudá-la e ser tudo que ela mais precisava em momentos cruciais. Perguntou à si mesma se Luka seria, pelo menos, parecido com Adrien e se ela poderia amá-lo do jeito que gostava do guarda.

destiny | [AU] AdrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora