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Adrien acabou entrando na estranha e escura vila com as mãos para cima, mostrando rendição. Percebeu que as pessoas os olhavam de forma estranha e sua grande maioria usava roupas pretas. Estavam totalmente atentos para cada ato que os guardas reais ousassem fazer.

— O que querem aqui? — uma mulher parou Adrien, tocando em seu peitoral. Era menor que ele, mas tinha uma voz de tão grande autoridade que ele jurou ser alguém totalmente desimportante e sem valor algum.

— Bom dia, senhorita. — ele disse, olhando para a garota, que tinha o cabelo curto e castanho e os olhos negros e ferozes. — Queremos falar com o líder.

— Quem são vocês? — ela perguntou, praticamente cuspindo as palavras. Adrien sentia medo dela, mas não ousou demonstrar isso.

— Eu sou o Tenente Adrien e esses são meus soldados. — disse, cordialmente, apontando para si e, logo depois, para os outros atrás de si. — Somos guardas-reais. Tudo que queremos é falar com o líder.

Os olhos negros como asas de um corvo o analisou de cima a baixo, com antipatia e desprezo. Adrien nunca havia visto uma mulher ser extremamente autoritária como aquela em toda sua vida e, por esse motivo, ele se sentia intimidado pela a mesma. Não iria demonstrar aquele sentimento e iria manter a cabeça erguida e se manteve firme em olhar fixamente nos olhos pretos dela.

— Certo, Tenente. — sua voz estava repleta de sarcasmo. — Me siga.

Ele a obedeceu e o grupo de pessoas atrás de si continuou o seguindo de forma cautelosa. O loiro, logicamente, reparou no local em que estavam; tudo parecia um tanto destruído ou mal cuidado. Não sabia dizer o porquê tudo estava naquela situação, mas ele sentiu que queria ajudar todas as pessoas que residiam naquele lugar do jeito que podia.

Eles pararam na frente de uma casa, que mais parecia uma cabana, assim como todas as outras. A garota pediu para que o revistassem e assim foi feito: todas as armas de Adrien foram retiradas de si, como era previsto, mas, caso corresse perigo, seus guardas saberiam o que fazer.

Então, entraram no local, que parecia uma sala de reuniões. A garota se sentou na cadeira da cabeceira, demonstrando ser, realmente, uma autoridade.

O loiro esperou em pé, atento a qualquer movimento que acontecesse na sala. Ele percebeu os olhos escuros o observando, mas não se deixou ser intimidado. A garota, ainda com a voz sarcástica, rompeu o silêncio:

— O que está esperando, Tenente? — ela se inclinou um pouco para frente. — Sente-se e comece a falar o que precisa falar.

— Estou esperando seu líder. — ele a respondeu, a fazendo rir.

— E o que estava esperando? Um homem alto, de bigode, com um tampão no olho e carrancudo? Eu sou quem você procura. — ela apontou para si mesma. — E acredito que estou perdendo tempo com você, senhor.

— Sinto muito. Não sabia que você era a líder. — respondeu, se sentando no lugar em que foi indicado.

— Você não perguntou nada sobre mim, apenas disse que queria conversar com o líder. Bem, aqui estou eu, Margot Gagnon, por enquanto, a que está no comando. Agora, fale o que tem que falar.

Adrien não abriu o contrato que tinha em mãos, que detalhava, exatamente o que o rei havia proposto, pois já havia decorado tudo que estava ali. Ele deixou extremamente claro que o rei queria investir naquele local e levar melhores condições de vida, oferecer trabalho para os desempregados e fazer as vontades daquela população. Enquanto Adrien falava, Margot prestou atenção em cada detalhe e não o interrompeu em nenhum momento.

— Bom, senhor, é um ótimo contrato. — a garota disse, assim que ele terminou e falar. — Você poderia esperar um momento? Preciso conversar com meu conselho.

destiny | [AU] AdrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora