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As horas seguintes foram de puro desespero, negação e aflição para Adrien. Ele passou por várias fases no meio de tudo aquilo, enquanto chorava baixinho e esperava.

Se perguntou sobre os ferimentos, a dor que ela poderia estar sentindo, se iria conseguir se levantar, se iria ser a mesma Marinette e como iria seguir, caso a garota não acordasse.

Repassou em sua mente os melhores momentos com a garota. O melhor deles era o simples e primeiro beijo, o segundo era ambos lendo Sherlock Holmes antes do baile, seguido pela a continuação no quarto que a garota se hospedou, o quarto a dança, o quinto a aula de arco e flecha, e depois iam os outros, um a um, como as partidas de xadrez e as conversas.

E então, veio a culpa. O loiro se sentiu imensamente culpado por algo que não deveria, mas, em sua mente, ele dizia a si mesmo que se ele não tivesse bancado o herói e ido atrás de Marinette, ela não estaria ali, naquela situação.

Mentalmente, o guarda queria acreditar que ele não tinha culpa nenhuma disso, mas ninguém iria dizer isso para si e ele não sabia se iria crer nisso. Tudo que ele desejava era ter sua princesa de volta.

Ficou sentado sozinho por horas e já havia chorado tanto que não sabia se tinha lágrimas em seu corpo. Viu enfermeiras entrarem e saírem. Ninguém lhe dava notícia de nada, apenas diziam para os pais da garota, mas o loiro não iria tentar escutar a conversa.

E, então, alguém se sentou ao seu lado, com o vestido se espalhando ao seu redor. Pela roupa, ele reconheceu ser a rainha e ergueu o olhar para a mulher, se esforçou para cumprimentá-la, mas sua voz não saiu. Sabine segurou o rosto dele e limpou as lágrimas com os polegares.

— Não se culpe, Adrien. — a mulher sorriu. Era a primeira vez que agia daquele modo com ele. — Você sempre fez o melhor para minha filha. É o melhor guarda que nós poderíamos querer, você faz mais do que o necessário. Que tal ir beber um pouco de água?

— Você... — a voz soou falhada e era informal para se dirigir para alguém superior à ele. — A senhora poderia me dizer como... ela está?

— Eles estavam duvidando de que ela estava com morte encefálica e iriam declarar a morte depois de um tempo tentando, mas ela voltou. Desacordada, com o braço quebrado, mas, por enquanto, bem. — a mulher arrumou as mechas do cabelo dele e abriu um leve sorriso. Seus olhos estavam inchados, deveriam estar como os dele. — Não sei o que ela fazia lá em cima, mas fico feliz de você ter a encontrado.

Naquele momento, o esverdeado contou o que havia acontecido da sua parte, escondendo a maior parte do seu sentimento. Não sabia o que ela estava fazendo lá, mas, de alguma forma, havia o encontrado e o chamado.

— Desculpe por isso, Majestade. — ele murmurou, sentindo o nariz arder pela a vontade de chorar. — Eu deveria...

— Adrien, está tudo bem. — ela o interrompeu e passou o braço ao redor do corpo do garoto. — Se você quer ouvir que eu te desculpo, tudo bem: eu lhe perdoo. Mas você não tem culpa de absolutamente nada.

— Eu falhei, Majestade. — ele murmurou e concluiu que a rainha tinha cheiro de rosa.

— Não falhou. Você foi perfeito. — ela sussurrou e ele abriu um leve sorriso. Marinette tinha o mesmo tom de voz que ela e, praticamente, a mesma personalidade.

A rainha se levantou, estendendo a mão para o guarda, que aceitou e, enfim, ficou de pé. Ainda sentia o vazio no peito, mas estava melhor com o apoio que a mãe da garota havia lhe dado.

— Que tal beber uma água e depois esperar. Dessa vez, juntos. — ela sorriu, ao seu lado.

O esverdeado serviu dois copos de água, um para si e o outro para a mãe da garota desacordada. O cabelo da princesa era igual ao da sua mãe: tão escuro que chegava a ser azul.

destiny | [AU] AdrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora