No cemitério de Highgate, Victor permanece preso com a estranha criatura dentro de uma catacumba.
CRIATURA: Leve-me a Amunet, mortal!
Victor, petrificado de medo, abre a boca para responder, mas a garganta seca não deixa a voz sair. A criatura fica impaciente e aperta o pescoço de Victor.
VICTOR: Eu... eu... não... não conheço A... Amunet.
CRIATURA: Eu sinto a ligação dela com você, mortal. Leve-me a Amunet.
VICTOR: Eu... eu não sei do que você está falando.
CRIATURA: Talvez, você a conheça pelo seu nome mortal. O nome Vanessa te lembra algo?
Uma sensação estranha invade Victor, uma corrente gelada desce da base do seu pescoço, percorrendo toda coluna do jovem médico. Vanessa. Ele se lembrou de todos os momentos que compartilhou com ela, todas as vezes que ela lhe aconselhou e lhe ajudou. Ao mesmo tempo, ele pensou em Mina e em como ela tinha sido levada como isca. Seria ele uma isca para atrair Vanessa?
CRIATURA: Então, mortal? Sabe de quem estou falando? Leve-me até ela. Agora.
VICTOR: Não. Não te levarei até ela e você não me fará de refém. Pode me matar se quiser...
CRIATURA: Mortal, sua vida não me vale de nada. Posso encontrar Amunet com ou sua ajuda, mas não tenho tempo a perder. Preciso que você me leve à Amunet. AGORA.
VICTOR: Se não o que? – Victor toma coragem, ou finge ter alguma e resolve desafiar a criatura. – E quem é você? O que você quer com Vanessa?
CRIATURA: O que todos querem com Vanessa?
Victor se cala por um instante. Ele sabia o que todos queriam com Vanessa. Amunet, a Oculta, a Mãe de Todo Mal. Mas não iria levar a criatura até Vanessa. Não entregaria sua amiga, não diria onde ela está.
CRIATURA: Vejo que sabe mais sobre Amunet do que quer admitir. Mortal, sua lealdade é louvável, mas não é hora para isso. Estamos perdendo tempo.
VICTOR: Estamos?
CRIATURA: As forças que mantem seu mundo equilibrado foram abaladas. Isso me despertou. Preciso encontrar Amunet antes de Amon-Rá, antes que seja tarde demais.
VICTOR: E quem é você?
CRIATURA: Imhotep, antigo conselheiro de Amon-Rá.
Vanessa sente o braço de Ethan ao redor de seu corpo quando acorda. Ele deve ter entrado em quarto e deitado ao seu lado sem que ela percebesse. Sem abrir os olhos ela sorri desejando que esse momento não acabe.
Devagar ela se vira na cama para ficar frente a frente com Ethan. Ao contrário do que ela imaginava, ele não estava dormindo. Ethan estava desperto e arrumado, preparado para sair. Ele sorriu quando ela o olhou nos olhos e a beijou delicadamente nos lábios.
ETHAN: Bom dia, Van.
VANESSA: Todos os dias que acordo com você são bons.
Ele passa a mão na pele pálida de seu rosto e a acaricia. Ethan não sorri.
ETHAN: Vanessa, preciso sair da cidade por uns dias.
VANESSA: Por que?
ETHAN: A lua cheia está chegando e não quero machucar mais ninguém.
VANESSA: Eu vou com você.
ETHAN: Não!
VANESSA: Aquele dia, na casa das bruxas, você...
ETHAN: Vanessa, eu não posso nem imaginar o que seria da minha vida sem você, nunca me perdoaria se algo te acontecesse e fosse minha culpa.
VANESSA: Mas Ethan...
ETHAN: Vanessa, por favor... – ele implorava.
VANESSA: E para onde irá?
ETHAN: Não sei, algum lugar longe, fora da cidade. Devo procurar meu pai Apache.
Vanessa assente. Ela ficava triste por ter que ficar longe de Ethan, mas sabe como é ter que lutar contra algo dentro do corpo e não conseguir manter o controle. Ela sabia que isso não dependia dele. Gostaria de ir junto, de ficar com ele em todos os momentos, mas ele tinha sido enfático. Respeitaria a decisão dele.
ETHAN: E, por favor, não se meta em perigo enquanto eu estiver fora.
Vanessa sorri. Como se ela também tivesse controle sobre isso.
VANESSA: Farei meu melhor.
ETHAN: Eu voltarei. Sempre voltarei para você, Vanessa.
VANESSA: Eu sei, mas vou sentir sua falta.
Ele a beija com intensidade. Um beijo de saudade de quem ainda não foi.
ETHAN: Eu também, Vanessa.
VANESSA: Quando partirá?
Ele retira o relógio do bolso, um presente de seu pai, a única lembrança que lhe resta de sua família, e o consulta.
ETHAN: Daqui a pouco, quero me afastar o máximo que puder da cidade antes que anoiteça.
VANESSA: Cuide-se, Ethan.
ETHAN: Também farei o meu melhor.
Ela enrosca os braços em seu pescoço e o beija novamente, tentando absorver e memorizar cada cheiro, gosto e sensação do momento.
Após ver as mudanças na cidade em que cresceu, Lily percebeu que não pertencia àquele lugar. Belfast era carregada de más recordações. Seu propósito ali foi concluído e ela não tinha razões para ficar. Nem como Brona ela tinha motivos para ficar, agora como Lily tinha menos ainda. Também não sabia se podia se encaixar em Londres, mas pelo menos lá ela conheceu a bondade e o amor. Pelo menos ela tinha uma boa recordação de Londres. Apegada a esta memória ela decidiu voltar à cidade de "luzes mágicas" (como um simpático homem lhe disse uma vez. Precisamente na primeira vez que saiu com Ethan, na primeira vez que saiu com um homem em um encontro, não como uma prostituta.).
Lily pega o primeiro trem de volta à Londres e dessa vez ela tem certeza absoluta que jamais voltará à capital da Irlanda do Norte.
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Após a escuridão abençoada
FanficTalvez houvesse luz após a escuridão abençoada. Talvez o amor ainda pudesse ser vivido. Ethan Chandler apertou o gatilho naquela noite sem fim, mas o alvo não foi Vanessa. Sou fã de Penny Dreadful e fiquei desolada quando a série acabou. Assisti tan...