Após a escuridão abençoada

Amunet

Com Catriona e Lyle, Sir Malcolm parte de carruagem para o norte de Londres. Mesmo sem saber a localização exata, eles têm pressa. Os galopes dos cavalos não parecem serem rápidos o suficiente.

Sir Malcolm ainda tem esperança de conseguir alcançar Vanessa, mas onde ela estaria?

Enquanto rumam para o norte, Sir Malcolm resolve contar sobre o escaravelho que deu de presente para Claire Ives antes do nascimento de Vanessa. Ele nunca tinha falado sobre isto com ninguém e nem se lembrava mais dessa história. Não parecia ter importância, mas depois de um tempo lidando com os demônios que afligem Vanessa, alguma coisa nele o fez recordar da joia. Talvez ela fosse a chave para tantos problemas.

MALCOLM: Mr. Lyle, Miss Hartdegen, eu nunca contei isso para ninguém e acredito que nem Vanessa sabe dessa história, mas achei sensato perguntar a opinião de especialistas como vocês.

MR. LYLE: Muito sensato, Sir Malcolm. Posso dizer que os escaravelhos possuíam grande simbologia para os egípcios. Tanto que essa foi o único item retirado da múmia de Katebet. Escaravelhos eram usados para proteção.

CATRIONA: Não apenas, Mr. Lyle. Os escaravelhos também são símbolos da ressureição. Os insetos se alimenta, de um grão de esterco, que se assemelha ao ovo que a fêmea coloca. Eles viam um novo inseto saindo do grão de esterco e parecia que eles eram auto concebidos.

MR. LYLE: Isso leva ao deus Sol, chèrie, pois é ele que dá o dom da vida. O inseto, a seu modo, possuía um caráter de divindade para os egípcios.

CATRIONA: Rá.

MR. LYLE: Perfeitamente. O escaravelho era inclusive uma das formas que Rá assumia.

CATRIONA: Também podemos lembrar que o escaravelho morre se tornando esterco e do esterco nasce outro escaravelho. O inseto sempre morrendo e nascendo de novo, em uma renovação eterna.

MALCOLM: Então isso quer dizer que Vanessa pode mesmo ser a reencarnação de Amunet?

MR. LYLE: Impossível dizer, Sir. Malcolm. Só temos especulações por enquanto. Será que Miss Ives ainda possui a joia? Seria interessante analisarmos a peça para saber com o que estamos lidando.

MALCOLM: Não sei. Nunca conversei com Vanessa sobre a família dela depois que ela veio morar comigo. Mas talvez esteja na casa da colina.

No cemitério de Highgate Vanessa está frente a frente com Imohtep. Parada na porta da catacumba sua face branca é iluminada pela luz da lua e a visão é ao mesmo tempo divina e fantasmagórica.

IMOHTEP: Amunet, estava te esperando.

Ao ouvir o nome Amunet, Vanessa se contorce, seus olhos reviram e seu corpo é possuído pela antiga deusa.

VANESSA/AMUNET: O que você quer?

IMOHTEP: Fico satisfeito por ter seguido meu chamado. Não achava que conseguiria te alcançar, mas parece que você está ainda mais poderosa.

VANESSA/AMUNET: Você não sabe nada sobre o poder.

IMOHTEP: Creio que não, minha deusa oculta. Mas fui desperto. Algo estranho e forte está acontecendo neste mundo.

VANESSA/AMUNET: O que você sente?

IMOHTEP: Dois irmãos se tornam um. Duas forças se juntam.

VANESSA/AMUNET: Isso não seria possível.

IMOHTEP: Amunet, eu conheço os segredos de Amon-Rá. Sei do que ele é capaz. Mas o lugar que ele quer tomar não o pertence. Pertence a você, Amunet.