Follow your instinct

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Apesar de ainda ser dia, o tempo tinha escurecido. As nuvens de chuva deixaram o dia cinza ainda mais escuro, antecipando o crepúsculo. Imohtep sabia que não era o momento ideal, que ele deveria esperar a penumbra da noite, mas ele tinha pressa. Com sorte, as ruas estariam tão vazias quanto à noite e os poucos que se arriscassem na chuva não notariam sua presença. Era só tomar cuidado. Esperar a escuridão total demandaria tempo que ele não tinha. Precisava encontrar Amunet e ainda não sabia aonde. Todo tempo era precioso agora.

Sobre a forte chuva que agora caía, ele saiu de seu esconderijo no cemitério e partiu para explorar a cidade. Em breve, muito em breve estaria com Amunet. Seus instintos o levariam até ela.

A chuva caía insistentemente sobre o número 10 da Exhibition Road. Catriona Hartdegen escolheu estrategicamente o endereço para sua residência. Perto do Museu de História Natural, ela poderia ir e vir do trabalho sem perder tempo. Boatos de que uma instituição acadêmica se instalaria nas proximidades só fizeram aumentar o seu interesse e dar a certeza de que moraria ali até o fim de seus dias.

O interior conservava as características do dono anterior do imóvel. A residência era toda revestida de madeira. As partes de concreto estavam cobertas com um papel de parede bege e simples. Os móveis eram de madeira e couro preto, nada muito sofisticado. De decoração, a moça apenas pendurou cortinas na janela, basicamente para manter o calor do ambiente em dias frios e impedir que o sol forte, nos raros dias sem nuvens, estragasse seus livros que estavam por todo o lugar.

Um bater incessante na porta interrompe a tranquilidade do interior do imóvel. Catriona estava sentada confortavelmente em frente à lareira lendo sobre mitologia egípcia quando foi interrompida. Ela marca a página que está lendo com um pedaço de papel e levanta-se para atender.

Ela se assusta ao ver Vanessa parada na porta. As roupas estavam ensopadas com a chuva e os cabelos soltos e molhados estavam grudados no rosto.

CATRIONA: Vanessa! O que aconteceu?

Vanessa não respondeu à pergunta, apenas cruzou os braços na frente do corpo em um abraço solo e continuou imóvel. Catriona a guiou para dentro de casa e retirou o casaco pesado devido à agua. Vanessa não relutou em nenhum momento. Ela não tinha mais ação para nada. Queria chorar, mas seu orgulho não a deixava derramar mais nenhuma lágrima.

CATRIONA: Venha. – Ela praticamente arrastou Vanessa para a frente da lareira. – Vou pegar uma toalha para você se secar, enquanto isso, fique em frente à lareira.

Vanessa a observou subir as escadas rapidamente e voltou em instantes com uma enorme toalha branca e felpuda e colocou sobre os ombros de Vanessa.

VANESSA: Obrigada. – Ela disse quase que sussurrando.

Catriona não queria insistir e perguntar o que aconteceu para Vanessa estar na casa dela àquele horário. Então apenas assentiu com um sorriso.

CATRIONA: Vou fazer um chá. Vai te aquecer mais rápido. – Ela saiu para a cozinha sem esperar resposta. A casa não era grande, de modo que rapidamente já tinha colocado uma panela no fogo para esquentar a água e o leite e já estava de volta à sala. – Pelo pouco que convivi com minha mãe, ela me alertou para não ficar com a roupa molhada no corpo. Você pode pegar um resfriado. Não usamos o mesmo estilo de roupas, mas acho que tenho alguma coisa que possa servir. – Ela falava rapidamente, e tentava manter um tom tranquilo e alegre. O que quer que tinha acontecido com Vanessa, ela sabia que ela falaria no momento certo. – Subindo as escadas, o primeiro quarto à direita. Fique à vontade e pegue o quiser. Enquanto você se troca eu termino o chá.

Vanessa assentiu, deu um leve sorriso de agradecimento e subiu as escadas com cuidado.

As roupas molhadas deixaram sua pele gelada. Apesar do quarto não estar frio, Vanessa tremia longe da lareira. Ela calmamente abriu a primeira gaveta da cômoda e tirou uma peça de roupa. Uma calça com recorte masculino. Definitivamente ela não vestiria algo assim. Resolveu tentar a segunda gaveta e encontrou um traje de esgrima. Novamente, não. Na terceira gaveta ela encontrou uma camisola branca comum. O tecido era fino e ela continuaria com frio, mas pelo menos eram roupas secas.

Após a escuridão abençoadaOnde histórias criam vida. Descubra agora