Capítulo 5

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Camila observava através da janela de seu trailer, no set de Gravity, o clima perfeito que estava fazendo, o calor do sol tomando conta da neblina da manhã de São Francisco, deixando o ar de dia perfeito, enquanto ela ligava para o agente se sua irmã.

Sentiu uma repentina vontade de sair do trabalho para curtir esse tempo, andar a caiaque por horas, cair na água, andar pelas montanhas a pé, enquanto curtia a vista da cidade maravilhosa em que estava trabalhando.

Por anos, Sofia trabalhou como atriz em lindas cidades ao redor do mundo, mas Camila nunca considerara se mudar para qualquer uma delas.

Até agora. 

Era óbvio que o fato de a casa que estavam alugando por temporada em Noe Valley ser uma gracinha ajudava muito. Não importava o quanto saía cedo para chegar ao set, ou o quanto voltava tarde para casa, havia sempre alguém andando com o cachorro ou de bicicleta. Para uma cidade grande, São Francisco conseguia ser a combinação perfeita de uma metrópole com uma cidadezinha.

Luke Parker atendeu ao telefone.

— Mila, que bom ter notícias suas. Quero saber todas as novidades, em especial as da  MA-RA-VI-LHO-SA LAUREN JAUREGUI. Se ela estiver tão linda quanto da última vez que a vi, não sei como alguém consegue fazer alguma coisa no set.

Camila gostava muito do agente de Sofia. Embora fosse bastante astuto quando necessário, e um mestre da negociação, não se sentia obrigado a fazer o papel de agente o tempo todo. Mais de
uma vez os dois ficaram um pouquinho “tontos” comemorando os sucessos de Sofia. O fato de ser gay também ajudava, se não por outra coisa, pelo simples fato de Camila saber que nunca precisaria se preocupar se a irmã estaria segura com ele. Era, em grande parte, uma das razões pelas quais ela mesma baixara a guarda com ele muitos anos antes.

Ao contrario da maneira que ela se sentia em relação à Lauren, que a cada oportunidade que ela tinha, subia mais muros entre elas.

Camila era tão sensual quanto as outras mulheres, e com certeza gostava de sexo quando encontrava o tempo e a pessoa certa, mas nunca misturou sexo com trabalho. Jamais. No entanto, parecia que, toda vez que ela e Lauren estavam no mesmo ambiente, não importava o quanto tentasse focar no trabalho, ela não conseguia evitar a consciência cada vez mais latente que tomava conta de uma célula por vez, desde seu coração batendo rápido demais até as pontas de seus dedos dos pés que se encolhiam nos sapatos cada vez que a Jauregui dizia seu nome.

— A filmagem está indo bem demais — ela contou. — E é a realização de um sonho da Sofia trabalhar com Lauren.

Luke fez um som de aprovação do outro lado da linha.

— Claro que ela é. Aquela mulher é um sonho e ponto final. Você sabe — Luke acrescentou com uma voz pensativa — que ela não seria má opção.

— Para quê?

— Para te tirar dessa seca terrível.

O telefone quase caiu da mão dela.

— Você é maluco.

Ela respondeu muito rápido, de um jeito muito forçado. Justo ela, que estava sempre reclamando e tudo mais. Dava para sentir que Luke estava sorrindo do outro lado da linha quando ele comentou:

— Ela sempre teve bom gosto para mulheres. Uma pena para mim, que tenho que confessar, por Lauren Jauregui até EUZINHO virava hetero, se bem que não seria bem hetero, você sabe não é?- deu um sorriso malicioso — deixa pra lá — ele continuou com um resmungo barulhento com relação à orientação sexual de Lauren — , mas bom pra você. E, até onde consigo me lembrar da nossa reunião de elenco, ela não tirava os olhos de você.

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