Capítulo 14

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Camila baixou os olhos e encontrou os verdes intensos vidrados nela, a cor mais escura do que o normal e tão penetrante que seu coração parou de bater por um segundo dentro do peito. 

Podia ver o desejo estampado no rosto da atriz e sabia que o seu se igualava ao dela. No entanto, além do desejo havia algo que lhe cortava o coração, uma vontade profunda, um desejo com o qual ela lutou tanto e por tanto tempo...um desejo que ia muito além de fazer amor, tinha a ver com noites frias, juntinhas embaixo de um cobertor, compartilhando momentos simples do cotidiano Com tardes em cadeiras de balanço de mãos dadas enquanto os netos brincavam a seus pés.

A ternura tomou conta dela tão de repente quanto o prazer, e Camila puxou-a de volta em cima de seu corpo para lhe dar um beijo ainda mais doce do que qualquer outro que tinha dado antes. Tão doce quanto a nova onda de prazer que emergiu enquanto as mãos de Lauren exploravam sua pele nua, curva por curva, a sua língua brincando com a dela. Podia sentir vestígios seu gosto na boca da diretora e arrepiou-se diante da lembrança poderosa de Lauren entre suas pernas, lambendo-a como se fosse o doce mais gostoso que já tinham lhe oferecido.

Camila não estava surpresa por querê-la, não quando Lauren era tão gostosa e sexy. Contudo, estava surpresa com a intensidade desse desejo, a atração que ela sentia pareceu multiplicar, mesmo sem ainda ter consumado o ato por inteiro.  E foi por esse desejo incontrolável, que Camila não resistiu ao sentir mão macias e firmes escorregando por seus seios e descendo para o V entre suas pernas, ela não pensou duas vezes em abrir as pernas e ergue-se para receber as caricias de Lauren e as estocadas profundas e fantásticas de seus dedos, mesmo tendo acabado de sair do seu primeiro orgasmo.

— Camila. — lambeu o pescoço da menor antes de chupar a pele entre os dentes e lábios. — Você está tão molhada. Tão molhada, e quente, para mim.

A cada movimento, a palma da mão subindo e descendo sobre a pele sensível dela, Lauren a levava cada vez mais às alturas. Tão nas alturas que ela, de fato, pegou-se tentando se segurar até tudo desmoronar ao seu redor. Como seria possível voar tão alto sem ter a certeza de que voltaria inteira à Terra?

Lauren.

Ela não sabia o que a latina estava tentando lhe dizer; não sabia se estava implorando por mais ou suplicando para que tivesse piedade dela. Os olhos castanhos se entreabriram procurando pelos verdes, encontrando neles a luxúria, a emoção, o desespero e emoções que a Cabello sabia que também estavam estampadas em seus próprios olhos. 

— Estou aqui — Lauren respondeu quando a sentiu tensa, acariciando-a com seu toque, ainda que isso a levasse às alturas rumo a um território desconhecido. — Goze para mim, Camila. Me deixe ter você inteirinha de novo.

Ah, como ela queria ser toda de Lauren, nem que fosse só por essa noite perfeita.

Rapidamente as defesas se desmantelaram sob o toque dela, os lábios sobre os seus, as línguas escorregadias juntas. Enquanto as ondas de prazer a inundaram, Camila ficou surpresa ao não sentir nem vazio nem a menor vergonha pela maneira como se esfregava na outra, se transformando em um ser puramente sexual como ela nunca fora antes.

Assim como no primeiro orgasmo dela, Lauren levou-a até o final e além do delicioso pico do clímax. Segura e ao mesmo tempo intoxicada, Camila foi envolvida pelo calor enquanto ela lhe cobria de beijos nos seios, nas costelas, na barriga, e passando pelo sexo dela para dar beijos suaves na parte interna de cada perna. Ao mesmo tempo em que os lábios passeavam ao acaso sobre ela, suas mãos acariciavam os músculos, os braços, as costas e então ambas as pernas, deixando-a relaxada ao máximo.

Tinha sido divertido, sexy, excitante ficar nua embaixo dela, em cima dela, enquanto Lauren ainda estava vestida. Mas um desejo crescente de tê-la por inteiro, também, deixou Camila impaciente, e logo começou a lhe arrancar a blusa, sem nem ligar se iria rasgar ou esticar.

A agente adorava o deito como as mãos delas ficavam juntos enquanto desabotoavam e desciam o zíper do jeans da maior; as da atriz grandes e pálidas; as dela menores e bronzeadas. 

Quando estava perto da Jauregui ela se sentia mais sensual do que jamais se permitira ser com qualquer outra pessoa. Não que Camila tenha se permitido ser aquele tipo de mulher com ela, nem mesmo esta noite. Lauren só fazia aflorar aquela sensualidade nela, desde o primeiro momento em que se viram.

Camila não era promíscua, mas também não fora uma freira nos últimos dez anos. Ainda assim, com Lauren sentia-se como se estivesse fazendo amor pela primeira vez. Elas eram mais do que um casal que não resistiam à tentação de estar juntas... eram uma perfeição.

Ou, no mínimo, ela pensou quando Lauren jogou a blusa no chão, chutou o jeans e pegou uma camisinha na gaveta do criado-mudo, ficando só de sutiã e calcinha, Camila pensou ela era uma perfeição.

Nunca tinha visto uma mulher tão linda em toda a sua vida. Ela sabia que o rosto da atriz chegava perto da perfeição, mas a clavícula alta, os seios redondos, a barriga era na medida certa e as coxas musculosas e marcadas, tudo envolto por aquela pele pálida e macia...

— Agora sou eu que preciso de um momento para apreciar você — ela lhe disse quando Lauren subiu em cima dela.

Erguendo uma mão que tremia tanto com desejo quanto com animação, Camila passou de leve a ponta de um dos dedos sobre a barriga dela. Erguendo o rosto para beijar-lhe a pele, com lábios e língua, passou de novo a língua em cada milímetro de perfeição que acabara de tocar.

Os músculos de Lauren mexeram e saltaram sob a mão e os lábios quando Camila sussurrou:

— Acho que vou precisar de dois minutos.

— Leve o tempo que precisar.

A voz dela estava rouca de desejo, e a latina adorava saber que ela quem fazia aquilo com a atriz. Seu corpo nunca seria páreo para o dela — o de ninguém seria —, mas sempre poderia desafiá-la: paixão por paixão, desejo por desejo, beijo por beijo.

Mas a necessidade de tê-la tornou-se ainda mais profunda, tão profunda que as mãos de Camila tremeram ao passar pelo torso dela até não querer mais perder tempo e ter de puxar o elástico da cueca boxer para se posicionar sobre a ereção dela. Um minuto depois Lauren já estava com a camisinha e de volta em cima dela, Camila com as mãos uma de cada lado da cabeça.

Lauren não se mexeu, não se enfiou dentro dela, nem sequer beijou-a de novo. Em vez disso, só fixou seus olhos nos dela, como se houvesse uma resposta que pudesse encontrar se procurasse direito e tivesse paciência para tirá-la de lá.

Camila.

A maneira como a atriz murmurou o nome dela, com tanto desejo, a fez apertar seus dedos juntos com mais força, e levantar a cabeça para que os lábios pudessem se encontrar em um beijo bruto, ambas mordendo, chupando, tirando uma da outra aquilo de que precisavam e retribuindo na mesma medida.

Camila não conseguia superar a surpresa de por enfim sentir o calor da pele de Lauren, os seios macios e volumosos, as coxas se mexendo contra seu corpo, e por saber que todas aquelas fantasias secretas que tivera sobre ela desde o dia em que se conheceram estavam por fim se tornando realidade.

Ah, e nunca tinha se sentido tão viva como quando se abriu e Lauren enfim a penetrou. Seus músculos internos se esticando com aquele membro duro e grosso tornaram o prazer tão intenso que ela fechou os olhos, e seus quadris se levantaram sem querer para receber ainda mais fundo, os tornozelos enroscados atrás dos quadris de Lauren, trazendo-a para ainda mais perto.

Conectadas por inteiro, Camila praticamente conseguia sentir o coração da atriz batendo dentro dela quando seu nome foi pronunciado de novo, e isso quase foi suficiente para ela gozar. Mas, antes que pudesse fazer o menor som para dizer o quanto estava perto do limite, os lábios de Lauren cobriram os dela em um beijo tão doce e tão suave que a paixão que aumentava sem parar a fez enroscar as pernas ainda com mais força ao redor dos quadris da outra. E, minutos depois, quando ela soltou seus lábios dos de Camila, tudo dentro dela se recusava a deixá-la ir.

Foram semanas escondendo nas sombras seus sentimentos por Lauren. Era um segredo que tentava esconder de todos, mais ainda de si mesma.

Esta noite, os segredos guardados com todo o cuidado não tinham sido páreo para o desejo. Camila enfiou as mãos nos cabelos negros dela, puxando os lábios de volta para os seus. Ela não estava se entregando por uma noite apenas, estava exigindo que Lauren tirasse tudo dela. Nunca fora assim para ela. Ela nunca fora tão voraz, tão insaciável.

Em sincronia perfeita, as duas se moviam juntas, os quadris dela colidindo com o da atriz, o corpo dela implorando por cada estocada dura e profunda. O que era um doce pecado tornou-se obsceno quando ambas enlouqueceram nos braços uma da outra.

Camila não conseguia se lembrar de se sentir tão bem, tão lânguida, tão satisfeita, ainda que o peso de Lauren a estivesse pressionando sobre o colchão e os lençóis emaranhados estivessem presos sob sua panturrilha.

— Fizemos uma bagunça nos seus lençóis — ela murmurou no pescoço de Lauren, lambendo o suor salgado bem atrás da orelha. — Agora está tudo enroscado.

— Que bom!

Não pôde deixar de notar a satisfação profunda na voz rouca de Lauren, nem o fato de que bastou a vibração do peito dela penetrar no seu para que seu corpo saciado voltasse à vida .

Sabendo que estaria segura enquanto a noite ainda as envolvesse, e querendo tirar o máximo de proveito de cada uma daquelas horas roubadas, Camila declarou:

— Agora estou pronta para a sobremesa.

Lauren levantou a cabeça e sorriu para ela.

— Eu achei que isso fosse a sobremesa.

Camila pressionou os lábios delas e adorou se perder naquele beijo.

— Não, isso foi só para garantir que teríamos apetite para o cupcake.

Lauren deu uma gargalhada sonora, coisa que Camila adorava e adorava ainda mais o fato de saber que ela era a causadora disso. 

— Os cupcakes estão aqui — a agente lembrou enquanto Lauren caminhava linda e nua pelo quarto até a cômoda, abrindo uma gaveta e puxando alguma coisa de dentro. Satisfeito minutos atrás, o coração de Camila agora estava batendo forte e acelerado ao imaginar o que Lauren planejara para ela. Em especial quando ordenou:

— Feche os olhos.

— Por quê?

Ela sorriu de lado e disse:

— Confie em mim, você vai gostar.

O uso fácil das palavras Confie em mim a fez sentar-se na cama, com um nó no estômago. Era tão mais fácil entregar o corpo do que confiar em uma estrela de cinema. Mas, ao olhar dentro dos olhos de Lauren e ver a maneira carinhosa como a observava, Camila ficou surpresa chocada, na verdade ao perceber que confiava nela de verdade. Pelo menos por essa noite, quando tinha absoluta certeza de que não haveria nada nem ninguém entre elas.

Com uma longa expiração, ela fechou os olhos, e, um momento depois, sentiu algo macio lhe envolver os olhos. Antes que pudesse perguntar por que estava lhe cobrindo os olhos, Camila sentiu o cheiro de açúcar e chocolate.

— Dê uma mordida.

Ela mordeu o bolinho colocado suavemente contra seus lábios, e cada uma de suas papilas gustativas ganhou vida. — Mmmm. — Começou a lamber a cobertura que sentia no canto de seu lábio superior, mas a língua de Lauren chegou lá primeiro.

— Delicioso.

Lauren colocou o bolinho de volta nos lábios de Camila e ela deu outra mordida. Nenhuma sobremesa nunca teve um gosto tão bom antes, e Camila estava mais do que pronta para sentir a boca de Lauren sobre a dela mais uma vez, quando ela a surpreendeu com a sensação de algo gelado na ponta de um seio e, pouco depois, no outro.

— Você sabia que o cupcake tinha recheio?

Ela estava tão perdida na expectativa intoxicante do que a atriz estava prestes a fazer que mal conseguia falar.

— Não consigo dizer qual é o sabor. Será que pode me ajudar?

Lauren, por favor.

Ela trouxe Camila de volta ao estágio de imploração, mas ela não se importava, não quando sentiu a respiração morna de Lauren sobre sua pele e, então, a língua se movendo sobre ela enquanto lambia com voracidade seus mamilos bastante sensíveis. Apertou seus ombros sem ver quando ela passou a lamber o outro seio do mesmo jeito depravado e perfeitamente sedutor e sem-vergonha. Só quando conseguiu lamber até a última gota foi que Lauren trouxe de volta a boca junto à dela e beijou-a. Quando ela estava sem fôlego nenhum, quis saber:

— Diga-me, Camila. Qual era o sabor?

Amor.

Ele tinha gosto de amor.

A palavra proibida de quatro letras surgiu em sua cabeça sem pensar, não uma, mas duas vezes, fazendo-a ficar tensa nos braços dela. Percebendo sua angústia de imediato, Lauren tirou o lenço que usara como venda improvisada dos olhos e passou as mãos devagar pelos braços dela.

— Prometi que esta noite não faria nada que não quisesse — ela disse, com uma voz tranquilizadora. — Foi a venda?

Claro que não. Ela gostara muito daquela parte. 

Esticou os braços e os enroscou em volta do pescoço dela.

— Você não fez nada errado.

E, de fato, ela não tinha feito. Era Camila que teria de se esforçar feito louca para se proteger na manhã seguinte. E foi por isso que ficou feliz pelo pequeno incidente. Foi perfeito para lembrá-la de que, mesmo que lhe entregasse o corpo, ela precisava guardar seu coração.

Tentando recuperar o tom de brincadeira de antes, ela continuou:

— Mas agora estou me sentindo bem grudenta.

Os olhos verdes dela se fixaram nos de Camila  por um longo momento, até que as preces dela para que Lauren desconsiderasse seu comportamento foram atendidas. Lauren pegou-a no colo e carregou-a até o banheiro.

Ao ligar a água, as mãos pálidas dela tateavam a pele bronzeada, a boca brincando na curva onde o pescoço se encontra com o ombro. Mal havia trinta centímetros de água no fundo da banheira quando Lauren falou: — Preciso de você de novo, Camila.

— Sim — ela concordou enquanto escorregavam para dentro da água rasa. — De novo.

Lauren correu rapidamente para as gavetas que tinham abaixo da pia e achou uma camisinha, colocou-a a tempo e foi para a banheira, sentou e chamou Camila, para depois a encaixar em cima de si no momento certo. Ela achou que a segunda vez seria maravilhosa, mas nem de perto tão especial quanto a primeira.

Contudo, quando Lauren a puxou antes de penetrá-la de novo, tão fundo e tão rápido a ponto de ter que se agarrar mais forte na borda da banheira, e quando gritou de prazer com as mordidinhas suaves dos dentes dela e dos chupões carinhosos em seus seios, junto com a firmeza das mãos que seguravam seus quadris, Camila sabia que o jeito como faziam amor nunca seria comum, nem simples.

Nem mesmo se passassem décadas nos braços uma da outra, em vez de apenas uma noite.

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Mais tarde, quando estavam banhadas e secas de novo, e ela se sentia mais exausta do que nunca, Lauren a carregou com toda a gentileza de volta até os lençóis emaranhados da cama, acomodoua e puxou-a para perto de si.

Camila nunca dormira bem dividindo a cama com alguém, nem mesmo com a irmã, quando Sofi tinha pesadelos na infância e subia na cama dela. E a decisão de Camila de passar a noite com Lauren não incluía dormir com ela assim. Era apenas sexo. No entanto, com os braços  quentes de Lauren ao seu redor, e uma das mãos enroscada na dela, ambas descansando sobre seu coração, Camila não teve forças para lutar contra a profundeza do sono, nem contra a ternura de ficar com Lauren desse jeito.

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