Capítulo 51

29 4 1
                                    


[...]

Assim que chego na minha casa, sinto um frio na barriga e uma grande vontade de chorar. Se tem uma coisa que eu nunca fiz, foi ficar longe do meu pai. Acho que nunca chegamos a passar uma semana longe um do outro.

- Como vou fazer isso? - Falo para mim mesma, esquecendo que o Sweet Pea está do meu lado.

- Se quiser que eu vá com você...

- Não, tá tudo bem. Eu consigo. - Digo tentando convencer mais a mim mesma do que convencê-lo.

Saio do carro e paro em frente à porta da minha casa. Respiro fundo e me abaixo para pegar a chave embaixo do tapete. Destranco a porta e entro.

Vejo o meu pai deitado no sofá, com o balde de frango vazio ao lado do sofá. Sorrio com a cena e me aproximo dele. O cubro com o cobertor e beijo a sua testa. Ele nem se move e eu pondero sobre falar com ele ou não. Pego um papel e uma caneta e escrevo uma carta.

"Estou indo para NY, consegui uma boa proposta de emprego e acredito que isso possa me fazer crescer na vida de alguma forma. Espero que entenda a minha viagem repentina. Sinto muito não ter tido a oportunidade de falar pessoalmente com você, foi tudo muito rápido.

Eu queria que as coisas fossem mais fáceis. Queria poder te levar comigo, mas não posso ser tão egoísta a ponto de te pedir isso. O senhor sempre vai ser bem-vindo, onde quer que eu vá. E se tem uma coisa que você pode ter certeza, é que eu te amo. E tudo o que faço é por amor. Espero ansiosamente pela sua visita."

- Lexy Campbell

Coloco a carta sobre a mesinha de centro e coloco o controle da Tv em cima da carta para que ela não voe. Limpo o meu rosto que já se encontra repleto de lágrimas e vou para o andar de cima da casa, à procura do meu quarto.

Assim que entro no quarto, vou até a minha cama e pego o meu carregador. Pego uma mochila qualquer e coloco as coisas mais importantes (para mim) : carregador, fone, meu livro favorito, um casaco, um canivete, minha jaqueta de serpente, etc, etc, etc...

Troco de roupa rapidamente e saio da casa.

- Tá pronta? - Sweet Pea diz assim que eu entro no carro.

- Não, mas eu não tenho escolha.

[...]

1 mês depois

Ajudo a preparar a mesa junto com o Sweet Pea e assim que terminamos, a campainha toca. Corro animada para abrir a porta e assim que a abro, vejo um rosto conhecido.

- Pai! - Praticamente pulo em seus braços, o que o faz rir e me abraçar de volta.

- Também senti saudades, filha. - Ele beija a minha bochecha e eu abro espaço para que ele entre.

- Senhor Campbell. - Sweet Pea o cumprimenta formalmente e meu pai ri.

- Não precisa me tratar com formalidade, garoto. Você é da família. - Sweet Pea fica surpreso, mas sorri e assente.

- Claro, senhor Andrew.

- Só Andrew, por favor.

Ajudo meu pai a tirar o casaco e o convido para sentar conosco e almoçar.

O Conto De Uma Serpente (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora