Capítulo 52

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- Pai, já conversamos sobre isso. Não posso envolver vocês mais do que já envolvi.

- Independente do que você tenha feito, vai continuar sendo a minha filha. A não ser que tenha matado alguém, claro. - Ele fala em um tom brincalhão e ao perceber que eu e o Sweet Pea não rimos, ele arregala os olhos.

- O que? Você não... Meu deus. - Ele faz uma expressão que mistura um pouco de surpresa, medo e decepção.

Sinto como se o meu coração tivesse partido diante da reação dele e me levanto rapidamente.

- Aonde você vai? - Sweet Pea pergunta parecendo preocupado.

- Eu preciso de ar. - Pego o meu casaco e saio de casa.

Lágrimas começam a rolar pelo meu rosto e eu tento enxugá-las. Começo a soluçar de tanto chorar e tento desesperadamente controlar isso enquanto desço as escadas do prédio.

[...]

Sentada em um banco qualquer do Central Park, eu olho ao redor e observo as pessoas se divertindo. Crianças correm por todos os lados e brincam com os seus cachorros, enquanto os pais se mantém sentados na grama, apreciando o momento.

Isso só me faz pensar em como eu gostaria de ter momentos tão bons quanto esse. Coloco a mão sobre a minha barriga e me pergunto se um dia esse feto vai poder ser feliz assim, caso eu resolva ter o bebê. Até agora as únicas pessoas que sabem sobre isso é o Jughead e a Penny; e um está longe demais e a outra quer me matar. Eu sou mesmo muito sortuda.

Alguém senta do meu lado e eu continuo olhando para frente.

- O que você quer?

- Sweet Pea disse que você vem bastante aqui.

- É... Gosto daqui.

- Eu te amo, filha. Eu sou o seu pai e sinto que devo te escutar antes de te julgar. Me perdoe pela minha reação, mas eu fiquei surpreso e assustado. Nunca imaginei que a minha garotinha faria algo assim. - Ele fala depois de um tempo em silêncio.

- Eu entendo, pai. É só que... eu me sinto sozinha diariamente, apesar do Sweet Pea ser incrível comigo 100% do tempo. E ver a sua reação me machucou.

- Nós precisamos conversar. E eu prometo que vou apenas sentar e escutar o que você tem a dizer, sem julgamentos precipitados.

- Tudo bem... - Me levanto e ele faz o mesmo, parando na minha frente. Andrew me abraça e beija a minha testa carinhosamente, antes de começarmos a andar.

Demos a volta no Central Park e foi tempo suficiente para contar tudo. Expliquei tudo o que aconteceu nos mínimos detalhes e ele escutou tudo calado. Assim que terminei de contar tudo a ele, nós paramos em frente ao seu carro.

- Então você mentiu para mim e inventou uma desculpa qualquer para vir para cá e fugir?

- Sim, e nunca existiu uma boa oportunidade de emprego. Muito menos em TI. - Falo a última frase como se fosse óbvio.

- Não precisava ter mentido para mim.

- Não queria envolver ninguém nisso. E mesmo assim fui egoísta o suficiente a ponto de ligar para o Sweet Pea. Ele deve fingir muito bem que não me odeia.

- Ele não te odeia. Você é lerda demais para perceber que ele gosta de você.

- Pai, você é velho, não sabe de nada. - Ele ri e olha para mim enquanto abre a porta do carro.

- Uma hora ou outra ele mesmo vai te dizer isso e você vai lembrar que o seu velho pai já tinha te avisado. - Ele entra no carro e eu faço o mesmo.

[...]

Faz umas 2 horas que chegamos e eu estou no meu quarto, pensando em uma forma de contar para eles algo que eu venho escondendo há um tempo, a minha gravidez. Deitada sobre a minha cama, apenas com a toalha enrolada no meu corpo, eu encaro o teto.

- Por que isso tem que ser tão difícil?

- Filha? Já estamos prontos!

- To terminando de retocar a maquiagem! - Minto e me levanto rapidamente. Olho as horas e me assusto com o tanto de tempo que passei olhando para o teto.

Procuro desesperadamente por uma roupa e acabo optando por uma saia jeans, uma blusa e um all star. Arrumo o meu cabelo, passo um rímel, um gloss e me sento na minha cama.

Ouço batidas na porta e a abro.

- Só retocando a maquiagem, né? - Sweet Pea diz e eu sorrio.

- Desculpa, acabei me distraindo.

- Pronta?

- Uhum.

Essa noite vai ser longa.

[...]

Assim que chegamos no restaurante, fizemos os nossos pedido e agora estamos sentados aguardando.

- Pai, hoje à tarde eu não te contei tudo...

- Quer que eu saia para vocês conversarem? - Sweet Pea apoia as duas mãos na mesa para se levantar.

- Não! Isso é algo que vocês dois precisam saber. Eu tenho escondido uma coisa de todo mundo já faz um tempo e eu acho que não posso mais esconder isso de vocês.

- Pior que um assassinato não é. - Encaro o Sweet Pea e ele percebe que eu não estou brincando.

- Eu... - Respiro fundo e assim que abro a boca para terminar de falar, o garçom chega. - Eu estou morrendo de fome. - Sorrio forçadamente e pego o meu prato de comida.

- Você não ia contar uma coisa super importante?

- Ah, esquece. Não era tão importante assim...

- Lexy...

- Eu to grávida.




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⏰ Última atualização: Oct 08, 2022 ⏰

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