- Pai, já conversamos sobre isso. Não posso envolver vocês mais do que já envolvi.
- Independente do que você tenha feito, vai continuar sendo a minha filha. A não ser que tenha matado alguém, claro. - Ele fala em um tom brincalhão e ao perceber que eu e o Sweet Pea não rimos, ele arregala os olhos.
- O que? Você não... Meu deus. - Ele faz uma expressão que mistura um pouco de surpresa, medo e decepção.
Sinto como se o meu coração tivesse partido diante da reação dele e me levanto rapidamente.
- Aonde você vai? - Sweet Pea pergunta parecendo preocupado.
- Eu preciso de ar. - Pego o meu casaco e saio de casa.
Lágrimas começam a rolar pelo meu rosto e eu tento enxugá-las. Começo a soluçar de tanto chorar e tento desesperadamente controlar isso enquanto desço as escadas do prédio.
[...]
Sentada em um banco qualquer do Central Park, eu olho ao redor e observo as pessoas se divertindo. Crianças correm por todos os lados e brincam com os seus cachorros, enquanto os pais se mantém sentados na grama, apreciando o momento.
Isso só me faz pensar em como eu gostaria de ter momentos tão bons quanto esse. Coloco a mão sobre a minha barriga e me pergunto se um dia esse feto vai poder ser feliz assim, caso eu resolva ter o bebê. Até agora as únicas pessoas que sabem sobre isso é o Jughead e a Penny; e um está longe demais e a outra quer me matar. Eu sou mesmo muito sortuda.
Alguém senta do meu lado e eu continuo olhando para frente.
- O que você quer?
- Sweet Pea disse que você vem bastante aqui.
- É... Gosto daqui.
- Eu te amo, filha. Eu sou o seu pai e sinto que devo te escutar antes de te julgar. Me perdoe pela minha reação, mas eu fiquei surpreso e assustado. Nunca imaginei que a minha garotinha faria algo assim. - Ele fala depois de um tempo em silêncio.
- Eu entendo, pai. É só que... eu me sinto sozinha diariamente, apesar do Sweet Pea ser incrível comigo 100% do tempo. E ver a sua reação me machucou.
- Nós precisamos conversar. E eu prometo que vou apenas sentar e escutar o que você tem a dizer, sem julgamentos precipitados.
- Tudo bem... - Me levanto e ele faz o mesmo, parando na minha frente. Andrew me abraça e beija a minha testa carinhosamente, antes de começarmos a andar.
Demos a volta no Central Park e foi tempo suficiente para contar tudo. Expliquei tudo o que aconteceu nos mínimos detalhes e ele escutou tudo calado. Assim que terminei de contar tudo a ele, nós paramos em frente ao seu carro.
- Então você mentiu para mim e inventou uma desculpa qualquer para vir para cá e fugir?
- Sim, e nunca existiu uma boa oportunidade de emprego. Muito menos em TI. - Falo a última frase como se fosse óbvio.
- Não precisava ter mentido para mim.
- Não queria envolver ninguém nisso. E mesmo assim fui egoísta o suficiente a ponto de ligar para o Sweet Pea. Ele deve fingir muito bem que não me odeia.
- Ele não te odeia. Você é lerda demais para perceber que ele gosta de você.
- Pai, você é velho, não sabe de nada. - Ele ri e olha para mim enquanto abre a porta do carro.
- Uma hora ou outra ele mesmo vai te dizer isso e você vai lembrar que o seu velho pai já tinha te avisado. - Ele entra no carro e eu faço o mesmo.
[...]
Faz umas 2 horas que chegamos e eu estou no meu quarto, pensando em uma forma de contar para eles algo que eu venho escondendo há um tempo, a minha gravidez. Deitada sobre a minha cama, apenas com a toalha enrolada no meu corpo, eu encaro o teto.
- Por que isso tem que ser tão difícil?
- Filha? Já estamos prontos!
- To terminando de retocar a maquiagem! - Minto e me levanto rapidamente. Olho as horas e me assusto com o tanto de tempo que passei olhando para o teto.
Procuro desesperadamente por uma roupa e acabo optando por uma saia jeans, uma blusa e um all star. Arrumo o meu cabelo, passo um rímel, um gloss e me sento na minha cama.
Ouço batidas na porta e a abro.
- Só retocando a maquiagem, né? - Sweet Pea diz e eu sorrio.
- Desculpa, acabei me distraindo.
- Pronta?
- Uhum.
Essa noite vai ser longa.
[...]
Assim que chegamos no restaurante, fizemos os nossos pedido e agora estamos sentados aguardando.
- Pai, hoje à tarde eu não te contei tudo...
- Quer que eu saia para vocês conversarem? - Sweet Pea apoia as duas mãos na mesa para se levantar.
- Não! Isso é algo que vocês dois precisam saber. Eu tenho escondido uma coisa de todo mundo já faz um tempo e eu acho que não posso mais esconder isso de vocês.
- Pior que um assassinato não é. - Encaro o Sweet Pea e ele percebe que eu não estou brincando.
- Eu... - Respiro fundo e assim que abro a boca para terminar de falar, o garçom chega. - Eu estou morrendo de fome. - Sorrio forçadamente e pego o meu prato de comida.
- Você não ia contar uma coisa super importante?
- Ah, esquece. Não era tão importante assim...
- Lexy...
- Eu to grávida.
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O Conto De Uma Serpente (EM REVISÃO)
FanficLexy Campbell, uma menina de 17 anos, cresceu em uma cidadezinha chamada Riverdale. Riverdale é conhecida por ser bem tranquila, mas nem tudo é o que parece ser...