E aqui estou eu de novo,deitada nessa maquina com instruções de não se mova ou podemos não registrar muito bem. Fique parada e relaxe. Tudo bem,consigo ficar parada mas relaxar? Sem chance,camarada. Toda vez que entro nessa máquina, quando saio me sinto como se já tivessem achado algo. Algo que compre que não há mais esperança. Droga,eu deveria estar alegre até, não consigo mais dançar mais tem muitas outras pessoas piores do que eu por aí, hum. Que hipócrita da minha parte. Sempre terão pessoas piores por aí, isso não significa que eu não possa me sentir triste. Doente. Odeio essa palavra mas não mais do que odeio a palavra "Câncer".
- Ok,já acabamos aqui,você pode voltar pra sua sala e já iremos falar os resultados. Uma enfermeira me conduz para o meu quarto junto com a minha mãe.
Deito na cama e me cobro toda com o lençol branco,sinto os cheiros,cheiro de remédio,sangue,cheiro de desinfetante. Eu deveria odiar hospitais também mas não odeio. Eu até gosto. É calmo se for bem organizado mas com certeza não quero passar mais tempo que o necessário.
- Quer alguma coisa? - pergunta minha mãe.
- Pode me trazer aqueles biscoitos de máquina por favor?
- Eu já volto.
- Você por aqui? Olho para a minha colega de quarto,como estávamos sempre juntas acabamos virando amigas.
- Bela piada. Hum,cadê o seu pai?
- Ele não pode vir hoje.
- Ah,que pena. Vou te fazer companhia então.
- Como foi em casa?
- Você não conseguiu ir de novo? Molly estava aqui a algum tempo,ela é mais velha que eu e ela nunca sai do hospital,os médicos ainda não descobriram o que ela tem,agente não toca no assunto mas sabemos que se não descobrirem não tem como tratar e aí...
- Eu sempre digo e repito: Sou um mistério mesmo! Ela da uma risada anasalada.
- Você por outro lado é um livro aberto. O que houve? Não teve um bom dia? Eu posso deixar você feliz,sabe sei um monte de piadas piegas.
- Não é nada é só que eu fico pensando nas coisas...
- Não pense demais,deixa rolar. A vida é uma coisa estranha,Jade. Agente só tem que nadar com a maré, só isso. As coisas vão tomando um rumo,você vai ver. Agora tudo o que parece é que estamos ferradas mas há mais nisso,eu sei. Há mais do que doentes numa sala com cheiro de limpeza. Há mais do que órgãos rebeldes que param de funcionar,agente tem uma vida. Talvez não seja igual a de todo mundo mas ainda temos vida.
- É,acho que sim. Eu sempre digo que você deveria escrever um livro. Você não me escuta. Ia ganhar muito dinheiro,eu sei. Molly Coleram escritora.
- Ah,não meu sobrenome é tão feio eu provavelmente trocaria e...ela começa a tossir.
- E trocaria por algo do tipo... Mais tosse e agora ela volta com a mão com sangue.
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Nem sempre é para sempre Vol.1 da Duologia Para Sempre (Concluída)
RomanceEu tinha uma vida normal,era uma garota normal com problemas normais,até que um dia aconteceu,eu vi tudo desabar bem diante dos meus olhos. As pessoas dizem que você não sabe dar valor ao que tem até perder tudo,as pessoas estão erradas,eu dava valo...