Capítulo 2 - O Perigo que te Guarda

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Capítulo Dois — O Perigo que te Guarda

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Capítulo Dois — O Perigo que te Guarda


Ponto de vista de Sophia Hummel

Os dias se arrastam lentamente, como se cada momento estivesse preso nas costas de lemas despreocupadas. Os segundos se estendem em horas, e as horas se arrastam como dias intermináveis. O céu, em sua sinistra escuridão, permanece sobre nós, mesmo quando deveria ser iluminado pelo sol, um mau presságio que prenuncia notícias terríveis.

Escondemo-nos por dias nesta cabana, envoltos pelos símbolos sagrados traçados a sangue nas paredes, que atuam como uma manta protetora, encobrindo minha essência e despistando qualquer suspeita que possa se aproximar. Eles são nosso abrigo em meio ao caos, a única coisa que nos garante uma ilusão de segurança.

Nicholas, imerso em sua natureza sombria, sai uma vez ao dia para caçar algo que possamos comer. O fato de sua essência não se destacar entre as sombras ao seu redor torna sua presença nas florestas circundantes menos suspeita. Por enquanto, nossa prioridade é apenas sobreviver, um dia após o outro.

O fogo crepitante no centro da cabana, amontoados de pedras, luta para permanecer aceso, ameaçando se apagar sob a constante frieza do ambiente. Me aconchego em um dos panos que encontrei por aqui, tentando aquecer meu corpo enquanto me aproximo das chamas dançantes. Nicholas se dirige ao banheiro, onde lava sua faca ensanguentada após uma longa caçada, seu silêncio pesado permeando o ar.

Minha mente, no entanto, é um turbilhão de pensamentos. Lembro-me de minha mãe, a quem deixei em um estado de desespero. Penso em meu pai, preso nas garras do pavoroso Jeremy, e na imagem de Ryan, que saiu correndo pela mata em busca de um eco de sua falecida namorada. E, entre todos esses pensamentos, surge a inquietante dúvida: como poderemos escapar deste lugar? Será que algum dia poderemos voltar a viver na dimensão mortal que nos é familiar?

Durante todo esse tempo, tento me concentrar em uma prece que aprendi em um livro sobre telepatia. A necessidade de saber como estão as pessoas que amo e o que acontece em minha dimensão me consome. Contudo, minhas tentativas de alcançar seus pensamentos falham, deixando-me em um mar de frustração e impotência.

Enquanto o fogo crepita, observando as sombras dançantes que se projetam nas paredes de madeira, sinto-me afundar em um estado de desesperança. As opções para mudar nossa realidade parecem escassas, e a estagnação se torna uma companhia familiar.

— É melhor se alimentar — Nicholas alerta, saindo do banheiro enquanto seca sua faca sagrada com um pequeno pano de bolso.

Eu apenas suspiro, desviando novamente minha atenção para as sombras que o fogo projeta, perdendo-me em pensamentos que parecem nunca ter fim.

— Eu sei que está difícil — ele diz, sentando-se ao meu lado, seu olhar sério penetrando em mim. — Mas precisamos aguentar firme e...

— Não se trata de aguentar firme, Nicholas — interrompo, minha voz um sussurro carregado de inconformismo. — O que está acontecendo é que tudo está desmoronando ao nosso redor, e nós não podemos fazer nada a respeito. Estamos apenas perdidos em nossos próprios pensamentos, esperando para sobreviver mais um dia.

Asas MortaisOnde histórias criam vida. Descubra agora