Capítulo 13 - Podemos Chamar de Amor

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Capítulo Treze — Podemos Chamar de Amor

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Capítulo Treze — Podemos Chamar de Amor



Ponto de Vista de Nicholas Wachowski

— Tem certeza de que sabe o caminho de volta? — indaga Aurora, sua voz carregada de uma preocupação que, embora disfarçada, é palpável.

— São apenas dois quarteirões do hotel — respondo, com a convicção que minha familiaridade com a cidade me proporciona. — Eu conheço este lugar como a palma da minha mão.

Desço da caminhonete, acompanhando Sophia com um olhar vigilante, mantendo a postura firme e alerta.

— Tenham cuidado — alerta Amélia, seu tom sério e carregado de um aviso que não se pode desconsiderar. Ela se afasta conosco, antes de seguir de volta ao hotel, seus passos rápidos e precisos.

Dirijo meu olhar fixo ao estabelecimento à nossa frente. O ambiente, embora não seja exatamente o tipo de restaurante que eu escolheria para uma refeição tranquila, é o melhor que esta cidade tem a oferecer no momento. O bar é moderno e, para minha surpresa, serve pratos de qualidade inusitada para um local com tal aparência. Há, ainda, sombrios que, por mais que pertençam a dimensões distantes e sejam imersos em suas próprias culturas, encontram prazer nos hábitos humanos, repetindo-os até aqui, como se quisessem ainda fazer parte da realidade que os rodeia.

— Achei que estivesse com fome — respondo a Sophia, observando-a por um breve momento antes de ela me conceder um sorriso sutil, como uma confirmação silenciosa do que acaba de ser dito.

Antes de adentrar o recinto, dou uma última olhada ao redor, meu instinto se ativando em busca de qualquer sinal que possa comprometer nossa segurança. Não há qualquer presença que me cause desconfiança imediata, mas o hábito de vigilância nunca falha. A música céltica, com sua melodia envolvente, parece estar em todos os cantos do bar, criando uma sensação de festividade que, paradoxalmente, pode esconder mais do que revela. Em sua diversidade, é uma música que une tanto sombrios de boa índole quanto aqueles de intenções duvidosas. De modo a despistar qualquer observador, mantemos uma postura inabalável.

Escolho uma mesa afastada das demais, num canto discreto do bar, próximo à saída dos fundos. Sempre é bom ter uma rota de fuga preparada, caso alguma ameaça surja. Embora ainda estejamos sob os efeitos da prece, sei que a cautela nunca é demais. Em nosso mundo, mesmo o menor dos descuidos pode ser fatal.

Agora, com a situação minimamente controlada, minha mente está focada em um único objetivo. Algo que tenho adiado, mas que não posso mais ignorar.

— Sophia... — chamo-lhe, com uma voz baixa, carregada de uma suavidade que, talvez, nem eu mesmo reconheço em meu tom. Ao mesmo tempo, minha mão se move para o bolso, onde a pequena caixinha avermelhada repousa, aguardando o momento certo.

Porém, antes que eu possa prosseguir, a garçonete se aproxima com passos rápidos e sem muita delicadeza.

— E os pombinhos, vão querer o quê? — sua voz carrega uma ironia implícita, quase zombando de nossa presença como se fôssemos meros objetos a serem dispensados. O estalo do chiclete que ela mastiga ecoa de forma irritante, aumentando a sensação de desdém que ela emite.

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