Capítulo 1

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Pérola Mendes

Tava voltando da escola com a Kelly, e, nesse exato momento, ela teve a brilhante ideia de tocar a campainha do povo da rua de baixo.

Vocês devem estar pensando que ela é doida, né? Mas eu confesso: eu sou mais doida ainda por ir atrás dela.

Pérola: Kelly, isso vai dar merda, poxa.

Kelly: Vai nada! A gente só vai tocar a campainha. Lá na rua de baixo nem tem movimento. Para de frescura – disse, me puxando pelo braço.

Pérola: Na moral, tu é louca... – murmurei baixinho.

Kelly: Eu vou tocar. Aí, no três, a gente corre, belê?

Concordei com a cabeça, porque, né... pior que eu tava entrando nessa.

Kelly: Um, dois... CORREEEEE, CARALHOOOO!

Saiu disparada, e eu fui atrás dela. Só que, antes de dar mais que dois passos, senti o impacto do meu corpo se chocando com alguém.

Quando olhei para cima, quase desmaiei. Era ele. O Matador. Meu crush de anos. O cara por quem eu era apaixonada desde criança.

Seis anos atrás

Eu tava tomando sorvete na praça com a Kelly, toda tranquila, quando notei um pequeno movimento do outro lado da rua.

Era ele. O Matador. Um fuzil atravessado nas costas e uma expressão que misturava calma e perigo.

Pérola: Olha, Kelly, ele não é lindo?

Kelly: Para com isso, amiga! Ele é muito mais velho que tu. Tu é só uma criança, e ele é bandido, mas não é pedófilo.

Pérola: Eu sei, não precisa ficar me lembrando disso.

Fiquei ali, imaginando uma vida feliz ao lado dele enquanto tomava o sorvete. Na minha cabeça de criança, já estava casada, com filhos e tudo.

Até que ele percebeu que eu tava olhando. Ele me encarou por alguns segundos. Toda sem graça, soltei um sorriso bobo. Ele, sem dó, me deu língua e virou o rosto.

Naquele dia, chorei horrores no meu quarto. Não riam de mim, gente. Eu era só uma criança!

De volta ao presente

Matador: Aê, garota, tá dormindo acordada, é?

Pérola: Desculpa, tá – disse, olhando pra Kelly em busca de apoio. – Né, Kelly?

Kelly: É, desculpa aí, foi mal.

Matador: Desculpa é meu caralho. Se eu pegar vocês duas incomodando os moradores de novo, vou levar as duas pro desenrolo. Morô?

Concordei com a cabeça, tentando não olhar diretamente pra ele, que já tava saindo.

Matador: Duas crianças mesmo... – resmungou enquanto virava a esquina.

Se eu não tinha uma chance antes, imagina agora. Ele me acha uma criança. Que merda.

Pérola: Eu falei que isso ia dar merda – disse, olhando pra cara cínica da Kelly, que parecia estar achando tudo muito engraçado.

Kelly: Ai, amiga, para, isso foi hilário!

Tentei segurar, mas não consegui. Nós duas começamos a rir descontroladamente até chegar na porta da minha casa.

 Nós duas começamos a rir descontroladamente até chegar na porta da minha casa

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Pérola, 15anos.

𝑀𝑎𝑚𝑎𝑐𝑖𝑡𝑎 𝐵𝑒𝑙𝑎.Onde histórias criam vida. Descubra agora