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— É... Eu... Prazer — o motivo de eu estar gaguejando não sei, não é normal isso.

— Lorenzo, prazer, pode sentar–se — ele aponta para a poltrona e me sento novamente, dessa vez mais contida.

— Você é o dono da casa? — as vezes quero e matar por ser tão curiosa.

— Por enquanto sim, mas depois de amanhã não mais, a menos que você não se case — do que ele está falando? — Oliver era meu avô.

— Nossa, eu sinto muito — finalmente estou conhecendo alguém da minha família.

— E eu sinto por você, foi uma perda bem maior que a minha.

— Pois é — não gosto de falar do acidente — então você mora aqui?

— Não, sou de Washington, vim para o velório junto com meu irmão, e também para cuidar dos negócios enquanto você não assume.

— Mas porque ele escolheu a mim?

— Sinceramente, acho que ele quis se redimir com seu avô por causa do passado — ele se levanta e pega um uísque me oferecendo, mas eu recuso — sei de pouca coisa, mas acho que você sabe de menos ainda.

— Eu não sei de nada sobre minha família, apenas que minha avó morreu quando meu pai nasceu e que uns dois três anos depois eles saíram daqui eu nunca nem tinha visitado esse lugar.

— Você me parece ser o tipo de pessoa que vai gostar daqui, só precisa de um tempo para conhecer.

Ele me dá um sorriso gentil, que retribuo, conversar com Lorenzo me deixou leve e confortável, e isso é bom, já que pelo jeito iremos morar juntos por um tempo.

— Então essa é a usurpadora! — me viro rápido e vejo um rapaz não muito mais bonito que Lorenzo, mas deve ser alguns anos mais velho.

— Fernando, não diga isso.

— E porque não, essa é a verdade, era para vovô colocar a herança em meu nome, mas não ele coloca no nome de uma completa estranha.

— Sim, mas você viu a condição dele.

Fernando se aproxima mais e para bem na minha frente, quase colando nossos rostos.

— Fique você sabendo que se depender de mim, não irá ganhar essa herança, pode gastar o quanto quiser, mas no final ela será minha.

Ele se retira tão rápido quanto chegou, e confesso que seu tom de ameaça me deixou com um pouco de medo.

— Não se intimide por meu irmão, ele só estava com raiva por que nosso avô não quis deixar nada para nós.

— E você, não está com raiva?

— Não — o observo bem para ter certeza de que não está mentindo — é sério, não ligo muito para a herança de meu avô, tenho minha própria empresa, porque ligaria para o dinheiro dele.

Lorenzo dá de ombros e se levanta, quando vejo estou de pé também.

— Vou acompanha–lá até seu quarto, não tenho nada para fazer mesmo.

Seu sorriso ao passar por mim me fez sentir um calor estranho, um calor que não sinto a um bom tempo já.

Subimos as escadas e vou reparando nos quadros que tem ali, um deles mostrando três jovens, que eu paro para observar, e reparo que um deles é parecido com meu pai.

— São nossos avós e nossa tia avó, quando tinham nossa idade, minha mãe é parecida com ela — vejo seus olhos brilharem, tenho certeza que ama muito a mãe.

— Meu pai era muito parecido com meu avô — sinto as lágrimas quererem cair, mas as afasto rapidamente piscando, já chorei demais.

— Vamos, é por aqui.

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Meu quarto é enorme, com uma cama que cabem cinco pessoas facilmente, Lorenzo me deixou sozinha para que pudesse desfazer as malas e dormir um pouco, o que pode cair bem agora, pois o cansaço finalmente começou a bater.

mas antes exploro o quartodesfaço as malas e tomo um banho de banheira, acho que nunca relaxei na vidacomo durante esse banho, estou começando a amar essa vida de rica.


De Repente RicaOnde histórias criam vida. Descubra agora