— Então quer dizer que aquele velho babaca deixou tudo para essa estranha, nem sabemos se ela realmente é da família — Fernando se exalta e acaba elevando a voz ao falar.
Entendo ele também ficaria com raiva de meu avô se ele fizesse isso, mas Fernando já é rico, para que quer mais, será que não pode dividir com o restante da família.
— Fernando se acalme meu irmão.
— Não, Lorenzo, era para nós dois sermos os herdeiros, não ela, nós nem conhecemos ela.
— Mas devemos respeitar a vontade de nosso avô, e ele quis deixar tudo para ela.
— Lembrando que ela só ficará com toda essa fortuna se se casar no prazo de um ano — o tabelião diz, fazendo os dois se acalmarem.
— Posso ver? — Perguntei me referindo ao documento.
Quando começo a folhear e ver todos aqueles números, todas as propriedades, e no final o número total da herança começo a ficar tonta, consigo nem contar todos aqueles zeros, e são muitos zeros.
— O senhor tem certeza que estes números estão certos? — O tabelião concorda em silêncio, já que os dois irmãos atrás de mim, continuam discutindo.
Pergunto-lhe onde devo assinar e me levanto com uma carta de meu tio-avô nas mãos, passo por Fernando e Lorenzo que param de discutir para me ver passar com uma calma muito estranha.
Fecho a porta atrás de mim e sinto euforia, como foi acontecer isso? Como que fui de repente me tornar rica? E olha que rica é pouco, pois são muitos números mesmo, mais do que jamais pensei em ter na minha conta.
Saio da porta e vou até o jardim, lógico que me perco no começo, mas logo me localizo e encontro um jardim cheio de borboletas e flores, o lugar mais lindo que já vi. Vou até uma mesa de ferro e sento em umas das cadeiras a sombra de uma árvore frondosa, me sinto tranquila, mas quando olho para a carta fico pensando no que Oliver quer me dizer, mas antes que possa descobrir meu telefone toca.
— Alô!
— Oi Ash, não reconhece o número do seu melhor amigo?
— Desculpa Tyler, atendi sem ver quem era, você me parece triste, o que ouve?
— Fui despedido, junto com mais um monte de gente.
— Nossa, eu sinto muito — paro de falar um pouco e fico pensando, preciso de alguém aqui comigo, alguém com quem eu tenha algum tipo de laço.
— Ash? Está aí?
— Oi, oi, estou, é... Tyler, o que acha de vir para Smalvill me fazer companhia?
— Mas você disse que tem dois primos.
— Sim, e tenho, mas um deles está com raiva de mim devido à herança.
— Entendi, vou claro, só preciso arrumar uma passagem e estou indo.
— Me faz um favor antes?
— Claro, qualquer coisa por você.
— Vê se consegue falar com a enfermeira Carla, se consegue convencê-la a vir junto.
— Gostou mesmo dela em!
— Acredito que posso dizer que fiz uma amiga.
— Pode deixar, verei o que consigo.
Ele desliga e eu volto a olhar a carta.
— Está com receio de abri-la não é.
Ergo o rosto para ver Lorenzo vindo até mim, como o cara pode ser tão bonito assim meu Deus, eu só posso estar ficando louca é isso,
— Pois é, não sei o que seu avô escreveu para mim.
Ele senta à minha frente e me encara.
— Nunca saberá se não abrir.
Ele tem razão, se eu continuar com medo, nunca saberei o que meu tio-avô quer me dizer. Pego a carta e abro, sem saber o que esperar de alguém que nunca cheguei a conhecer e que já morreu.
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De Repente Rica
RomanceAshiley sempre foi uma mulher batalhadora e forte, morando no subúrbio do Brooklin, nunca teve muitas oportunidades na vida. Formada em moda trabalha em uma empresa de publicidade, mora com seu namorado Ryan e vive muito feliz, só nunca imaginou qu...