— E de que adiantaria me matar, se eu estiver morta vocês jamais teriam meu dinheiro.
— Por isso mesmo você passará o dinheiro para nossa conta e depois irei matá-la.
Katherine faz sinal para que eu me sente, e prefiro fazer o que ela manda, tenho amor pela minha vida e não quero morrer nem aqui, nem agora.
— Começa e não demore muito.
Concordo em silêncio, rezando para que Lorenzo me ache logo, porque ele está demorando tanto, com todo o dinheiro que temos ele já deveria estar aqui.
Sento-me em frente ao computador e fico olhando para a tela sem realmente focá-la. Posso fazê-los pensarem que esqueci minha senha, mas, na verdade, não estou pensando em nada, minha mente está um branco completo.
— O que está esperando Ashley?
— Eu não lembro a senha — digo mentindo, mas tem um fundo de verdade, já que a senha não vem à minha mente.
Sei que irritei Katherine e não me importo, não passarei dinheiro algum para ela.
De repente a porta por onde tentei sair se abre e ninguém menos que Fernando entra por ela, de início fiquei chocada, mas ele sempre quis a fortuna do avô, meio óbvio que trataria algo.
— E então, ela já fez?
— Disse que não lembra a senha — Katherine responde guardando a arma.
Fernando vem até mim e se inclina chegando muito perto do meu rosto. Seus olhos estão vermelhos como se tivesse ingerido alguma droga.
— Você transferirá esse dinheiro agora ou quer que eu lhe cause algum dano? — Ele saca uma adaga de algum lugar que não pude ver e faz um pequeno corte em minha bochecha.
Não demonstro dor, mesmo gritando por dentro, ele sabe que dói, e quer me ver gritar, por isso faz mais um corte um pouco abaixo do primeiro.
— Esses serão os primeiros, agora transfira o dinheiro, irei lhe soltar assim que terminar.
— Será que posso comer algo antes?
Não consigo mais fingir, estou morrendo de fome e posso até desmaiar, já sou magra, se não comer sumirei da face da terra.
— Peçam um prato de comida para ela e um suco, depois nos deixem a sós.
Katherine faz de prontidão o que Fernando manda, ao contrário de Ryan que cruza os braços e se escora na parede me observando o tempo todo, como se tivesse algo em mim que ele não soubesse explicar.
Depois do que se pareceram horas Katherine volta com a comida, que devoro em alguns minutos. Quando terminei de comer ficamos apenas Fernando e eu na sala, o que não me ajuda muito, até o momento eu não tive medo algum, mas agora...
— Escuta — ele começa sentando e uma cadeira e brincando com a adaga — não quero lhe machucar, afinal, meu irmão pretende se casar com você, mas você ficou desacordada por uma semana inteira, então acabei perdendo muito tempo, além de Lorenzo estar lhe procurando sem medir esforços.
— Porquê você é assim? — Pergunto o interrompendo.
— Por que mesmo sendo o mais velho, meu irmão sempre teve tudo o que quis, até mais amor de nossos pais ele teve, e agora meu avô inventa de passar toda a fortuna para você que ele nem chegou a conhecer, Ashley, esse dinheiro deveria ser meu, lógico que uma parte poderia ser de meu irmão, mas tirando isso — ele dá de ombros e se levanta andando círculos pelo recinto, estava parecendo um animal enjaulado.
— Só por isso você teve que me sequestrar? — Me levanto tremendo um pouco por estar fraca, mesmo.com o tanto de comida que ingeri — Sabe Fernando, eu não teria problema algum em te deixar desfrutar do dinheiro, das casas, ou de qualquer outro bem que seu avô tenha deixado para mim, mas desde o dia em que pisei naquela mansão você tem me tratado mal, me chegado e sabe-se lá o que tem falado sobre minha pessoa. Mas não, você teve que fazer tudo isso, me deixando não com ódio, mas sim com pena de você, pena por ser um homem que se submete a qualquer coisa por dinheiro e que...
Sou interrompida por ele colocando a adaga em meu pescoço e me prendendo na parede.
Fernando abre a boca para dizer algo, mas um estrondo cem do lado de fora chamando sua atenção, aproveito esse descuido e lhe dou um chute nas partes íntimas o fazendo me soltar na mesma hora, corro para a porta, mas como meu priminho é forte, ele se recupera e agarra meu calcanhar me fazendo cair.
— ME SOLTA FERNANDO.
Tento fazê-lo me soltar, mas isso é praticamente impossível, como um homem que recebeu um chute nas bolas não está se contorcendo e dor?
Ele consegue se levantar e me levar junto, segurando meus pulsos com uma mão e com a outra coloca a adaga em meu pescoço. No mesmo instante a porta é arrombada e um policial entra com a arma apontando direto na cabeça de Fernando.
— Solte a garota, agora.
— Saia daqui, ou então ela morre.
— SOLTE-À!
Sinto uma audiência em meu pescoço e sei que está sendo cortado. Tento pensar rápido em alguma coisa e me lembro de alguns golpes de autodefesa, piso em seu pé e bato em seu queixo com a minha cabeça. Sou tão rápida que ele me solta mais por reflexo do que por dor.
Corro para longe conseguindo sair por trás do policial que rende Fernando. Nem consigo acreditar que estou livre disso, finalmente.
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De Repente Rica
RomanceAshiley sempre foi uma mulher batalhadora e forte, morando no subúrbio do Brooklin, nunca teve muitas oportunidades na vida. Formada em moda trabalha em uma empresa de publicidade, mora com seu namorado Ryan e vive muito feliz, só nunca imaginou qu...