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Saio correndo daquele prédio e percebo estar em um hotel, quando chego na calçada vejo vários policiais e também o único homem que eu queria ali.

Lorenzo está discutindo com um policial, e como estou longe não sei sobre o que, mas não me importo, apenas corro até ele, chamando seu nome. Quando percebe que sou eu, ele abre seus braços me recebendo com um abraço bem apertado.

— Meu Deus, eu tive tanto medo que algo de ruim acontecesse com você.

— Estou bem Enzo, só alguns arranhões nada de mais.

Ele me solta um pouco e analisa meu rosto, depois meus braços e quando constata que não tenho mais nada além de arranhões me abraça novamente, beijando minha cabeça várias vezes.

— Juro que quando ver quem fez isso com você, eu vou...

Ele não termina a frase, mas pelo seu jeito tenho certeza de que não sabe sobre o irmão. O abraço forte como se ele pudesse me proteger de todo o mal do mundo.

Sinto seus músculos se retraírem de repente e sei bem a cena que está atrás de mim.

— Lorenzo por favor não vai até lá — digo com a voz abafada por sua camisa.

— Vamos, vou te tirar daqui.

Ele me dá mais um abraço forte e me leva até o carro, só então percebo estar em Manhattan, como me trouxeram até aqui não faço ideia é também não quero imaginar, pois, já cansei demais com tudo isso.

Ao chegar na mansão após mais um dia de viagem, vou direto para meu quarto, aonde vou para o banheiro e tomo um banho demorado de banheira. Percebo alguém me observando e abro meus olhos, encontrando Fernando me olhando como um demônio.

— Dessa vez você não fica viva, se eu não terei o dinheiro, você também não.

Tento me levantar rápido, mas ele é mais veloz e coloca suas mãos em meu pescoço me fazendo afundar na água. Prendo a respiração o máximo possível, enquanto tento levantar, mas como ele é mais forte eu não consigo, ele simplesmente me firma embaixo da água.

Acabo engolindo um pouco da água suja de sabão e sinto meus pulmões começaram a encher de água também, só o que me bastava era morrer afogada.

Sinto ele sair de cima de mim, e tiro a cabeça da água puxando o ar ao tempo que cuspo água fora, com a visão meio embaçada consigo distinguir Lorenzo dando socos em Fernando, não tenho forças nem para gritar chamando ajuda.

Saio da banheira e consigo me levantar pegando uma toalha e me encolhendo no canto do banheiro, quando Lorenzo vem me abraçar eu o afasto, pois, suas mãos estão com sangue, vou até o closet e coloco um vestido sem nada por baixo, tranco aquela porta e fico ali dentro chorando, sem saber o que fazer, sei que estou parecendo uma criança, mas poxa, já sofri com pó sequestro, agora aquele louco quase me mata, o que mais pode acontecer comigo enquanto estiver aqui?

— Chega, não posso mais — penso alto.

Mas também não posso ficar longe dele, não sei se consigo, esses meses foram os melhores para mim, não sei se aguentaria ficar distante dele.

— Ashy, abre a porta, a polícia que pegar seu depoimento — Lorenzo diz do outro lado e como sei que isso é importante me levanto indo até o quarto.

— Quer comer algo? — Enzo não saiu do meu lado por nada, nem quando Tyler chegou e me abraçou forte, seguido de Carla.

— Não, estou bem, mas julgo que não consigo dormir aqui hoje.

— Ashy, você precisa comer.

— Sei Carla, mas sério gente, eu estou bem, não consigo engolir nada agora.

— Você pode dormir em um dos outros quartos de hóspedes — Lorenzo passa a mão em meu cabelo e dá um beijo em minha testa, depois vai até meu ouvido — ou pode dormir comigo.

Não entendo porque ele não quer que os outros saibam, mas concordo em silêncio, melhor dormir com ele que já estou acostumado do que sozinha correndo o risco do maluco do irmão dele escapar de novo.

De Repente RicaOnde histórias criam vida. Descubra agora