One Part Of We

Capítulo 1

POV REBECA

De uma coisa eu sei, eu estou muito, mais muito atrasada para o meu primeiro dia de aula na nova escola. Tem-se uma coisa que eu odeio é chegar atrasada na escola.

- Quem vai te buscar hoje sou eu. - minha mãe me alerta.

- Ok.

- Agora corre que você já está atrasada. - ela me dá um beijo na testa e eu praticamente saio correndo de dentro do carro.

Passo por vários adolescentes e a maioria deles estão me olhando, deve ser porque sou aluna nova. Não sei se isso é sorte, mas o sinal ainda não bateu. Eu tenho uma sorte tão grande por ter minha mãe na minha vida, se não fosse ela eu não saberia qual seria minha turma e nem a minha sala.

***

POV MELISSA

Acordo às cinco horas da manhã e estou muito nervosa em saber que irei para uma escola nova. Eu nunca fiquei assim por causa de uma escola, mas tem uns meses que as coisas vêm mudando em um nível que às vezes eu nem me reconheço. Tento voltar a dormir, mas não consigo e logo decido me levantar.

Depois de fazer a minha higiene matinal, vou me vestir. Escolho uma calça de moletom preta, uma blusa preta da minha banda preferida (TNBH – The Neighbourhood) e um tênis cano alto preto. Pego minha mochila e desço, quando chego à cozinha minha mãe está preparando o café da manhã.

- Bom dia. Já acordou? – ela me olha impressionada e bate palmas.

- Bom dia, já acordei, não me olha assim. – olho para ela com uma careta e dou um sorrisinho de lado, ela arruma sua bolsa e vem em minha direção.

- Eu estou orgulhosa de você. Tem certeza que você quer adiantar a ida para a nova escola? – ela me pergunta me lançando um olhar preocupado.

- Bom, eu não tenho certeza de mais nada que eu faço em minha vida ultimamente. – falo enquanto coloco um pouco de suco de maracujá em um copo - E pode deixar que eu já sei que: "se eu precisar de alguma coisa é só falar com você". – coloco meu copo na bancada e ela me abraça.

- Eu sempre estarei aqui. – ela fala enquanto me aperta em seus braços.

- Eu sei mãe. Obrigada e me desculpa por tudo. – falo e a aperto assim como ela faz comigo, minha mãe gosta bastante de demonstração de afeto, eu não vou negar que também gosto mesmo que não a faça.

- Eu te amo. – ela me dá um beijo no topo da cabeça, todo dia ela me fala isso. – Eu estou indo trabalhar, quer que eu te leve? – ela me pergunta enquanto pega a chave do carro e sua bolsa.

- Eu também te amo. Não precisa me deixar. Eu acho que já está na hora de eu voltar a viver minha vida e não só assisti-la. Eu preciso encarar o mundo, as pessoas, eu... – falo e seus olhos brilham.

- Tem certeza? – ela pergunta, sempre preocupada.

- Tenho. Hoje eu irei de skate, tem tempo que eu não ando, na verdade tem tempo que eu não saio de casa. – falo e abro um sorriso. Eu sempre amei andar de skate.

- Você me dá muito orgulho, você se tornou uma mulher e tanto. Você está certa, tem que voltar a viver sua vida, quem sabe fazer amigos... – ela fala sempre nesse assunto de fazer novas amizades, só minha mãe mesmo.

- Você e essa história de fazer amizades. – falo e reviro os olhos.

- Vai te fazer bem, eu prometo, experimenta. Se você não gostar eu não insisto mais nisso. – ela fala enquanto sorri para mim.

- Eu vou tentar. – falo e ela bate palmas, que mania.

- Promete? – ela me pergunta já toda serelepe.

- Prometo. – a asseguro e acrescento: – Mas se não der certo você não toca mais nesse assunto?

- Não toco mais. – ela está tão sorridente, eu gosto de ver a minha mãe assim.

- Nunca mais? – olho séria para ela.

- Nunca mais. – ela fala e levanta seu dedinho mindinho.

- Ok. Mas agora eu acho melhor você ir, se não irá se atrasar. – alerto e ela olha para o relógio em seu pulso.

- Meu Deus, nem percebi o tempo passar. Não se atrase para o seu primeiro dia de aula, mocinha. – ela coloca a mão na cintura, se eu não consegui dormir de tão nervosa imagina me atrasar.

- Vai tranquila, mãe. – mando um beijo no ar.

- Eu te amo. – ela fala pela segunda vez só essa manhã.

- Eu também te amo. Tenha um bom dia. – falo enquanto ela sai pela porta correndo.

- Você também, boa sorte! – ela grita da garagem.

Subo para buscar meu skate e vejo que esqueci meu celular em cima da cama, o coloco no bolso da minha calça e desço.

Levo uns dez a quinze minutos para chegar à escola. Quando chego percebo algumas meninas me olharem com uma cara horrível. Chego ao meu armário e coloco meu skate e alguns livros lá, os quais eu não irei usar por agora.

Pego meu celular para olhar que aula será agora. Quando eu vou entrando na sala fico ao lado de uma menina, será que ela também é nova aqui?