Capítulo 17

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POV MELISSA

Quando eu chego a casa tenho uma conversa com a minha mãe. Não foi a melhor, mas, foi melhor do que eu esperava. Eu até concordei com a ideia de marcar um almoço em família, ela falou para eu chamar o Caio, depois que ela falou isso não tive coragem de contar o que aconteceu.

Vou para o meu quarto, tomo um banho para relaxar, visto uma roupa confortável e me deito. Sinto um aperto no peito, não deve ser nada. Pego meu celular e coloco para tocar algumas músicas.

***

POV ÂNGELA

Eu sei que deve ser difícil para a Melissa ter que encontrar o pai depois de quase dezessete anos. Ele nunca chegou a vê-la. Ele me largou quando eu ainda estava grávida.

Nós éramos jovens inconsequentes e achávamos que nada que acontecesse mudaria nossa vida.

Ele era popular na escola, eu não era tanto até que ele começou a dar em cima de mim. Eu como toda adolescente boba acabei caindo na conversa dele. Ele era diferente comigo. Eu me achava por causa disso. Ele era o tal e quem ficava perto dele também virava. Eu logo fui alvo da inveja das outras meninas.

Minha mãe diversas vezes me avisou para eu tomar cuidado e eu lógico que não ouvi. Ainda falava que era coisa da cabeça dela.

Tornei-me descolada. Passei a andar com meninas descoladas. Eu ficava constrangida muitas vezes porque eu era a única virgem. Começaram a colocar coisa na minha cabeça que eu devia ficar com o Victor, que ele era meu namorado então isso seria normal. Eu estava no início dos meus quinze anos e lá em casa não tinha tanta abertura para esse tipo de assunto.

O Victor falava que poderia esperar, mas, as minhas "amigas" falavam que ele iria me trocar porque ele era jovem e tinha suas "necessidades". Vê se pode uma coisa dessas. Pensamento machista. Eu comecei a acreditar que ele me trocaria se eu não transasse com ele.

Certo dia eu decidi que perderia minha virgindade. Haveria uma festa e daria para eu ficar com ele.

Minha mãe falava que estava com um pressentimento ruim em relação a essa festa e que não queria que eu fosse. Eu falei que ia e fui. Naquela época eu não tinha nada na cabeça. Achava-me responsável e madura. Até que eu era, mas, por causa das companhias que eu tinha eu mudei.

Chegando a festa eu bebi e até usei um pouco de droga. No meio da festa ele me levou para o quarto dele e nossos hormônios estavam à flor da pele. Ele fez daquele momento o mais especial da minha vida. Aquele dia foi inesquecível. Mesmo que ele tenha sido muito idiota comigo, eu adoraria viver aquele momento mais uma vez.

Depois desse dia eu e ele ficamos várias outras vezes. Um dia minha mãe chegou para falar comigo sobre o meu corpo e o mal estar que eu comecei a sentir. Depois dessa conversa eu percebi que realmente havia algo diferente comigo. Não contei para minha mãe que não era mais virgem, fiquei com medo e eu estava como muitos adolescentes, bem rebelde.

Comprei um teste de gravidez e fiquei bem assustada com o resultado. Eu chorei horrores quando vi que havia dado positivo. Eu tinha minha vida toda planejada. Eu tinha sonhos, eu sabia que ter filho por agora não acabaria com eles e sim faria eles serem realizados mais tarde. Bem mais tarde.

Resolvi contar para minha mãe porque o Victor não atendia nenhuma ligação minha. Minha mãe ficou muito brava. Pagou-me um sapo. Quase me bateu. Nesse dia fui para casa do Victor e contei que estava grávida. Ele foi super agressivo, me mandou abortar, me falou mal de tudo quanto era nome. Ele foi ridículo. Ele tinha quase dezoito anos na época e falou que uma criança destruiria a vida dele. Além de tudo o que estava acontecendo no mesmo dia descobri que ele me traia. Ele me bateu e eu fui para casa.

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