Capítulo 24

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POV REBECA

Eu estava vermelha de raiva. Raiva do Caio de ter usado a Melissa. O pior é que eu até tentei ir atrás dela, mas Pablo não deixou. Ele me segurava para eu não avançar no Caio.

Caio subiu ao quarto dele. Olho para o lado e vejo Pablo de olhos fechados, pelo o que eu o  conheço, deve estar com dor de cabeça. Essa é a minha única chance.

Corro ao andar de cima, vejo Caio lá, tentando falar com alguém pelo telefone. É a minha hora.

- Seu filho da p***, seu desgraçado! - começo a gritar e a dar vários tapas e pontapés nele.

- Calma Rebeca! - ele tenta me segurar mas não consegue.

- Se você achava que só iria usar a minha amiga e depois sair como se nada tivesse acontecido, você está enganado! - dou mais murro nele.

Ele só se encolhe. Sinto alguém passar os braços pela minha cintura e me puxar.

- Eu sei que é você Pablo! Se você não me soltar agora, eu te mato aqui mesmo! - grito sem olhar para ele. Eu encarava o Caio.

- Não, não vou te soltar! Se você acha que bater nele vai melhorar as coisas, saiba que não vai! Então é melhor você se acalmar! - ele fala firme. Ele nunca falou assim comigo.

- Você só está falando isso, porque ele é seu amigo... Calma aí, você sabia dessa aposta?!  - eu me viro ficando de frente a ele.

Ele me encara como se tivesse culpa no cartório. Eu me soltei dele e dei uma risada sarcástica

- Lógico que você sabia. Vocês dois são irmãos. Eu não acredito que você, logo você, deixou ele usar a Melissa! - Caio me interrompe.

- Calma ai, Rebeca. Eu nunca usei a Melissa! No começo eu só gostava dela, depois eu acabei me apaixonando. Eu nem lembrava dessa aposta. E o Pablo não tem nenhuma culpa nisso. E nem precisa pedir desculpa pelos tapas, eu entendo o seu lado. - como sempre, o Caio falava calmamente.

- Quem disse que eu ia pedir desculpa? Se não fosse pelo Pablo, você estaria morto agora... O melhor que eu faço é ir atrás da minha amiga! - falo indo em direção a porta.

- Avisa a ela... - Caio começa a falar, mas eu interrompo.

- Nem vem com essa de avise-a! O melhor que você faz agora é deixá-la em paz! E Pablo, avisa para sua mãe, que hoje eu não vou jantar lá. - saio sem deixar os dois explicarem-se.

Dou tchau para meninas e saio em direção a casa da Melissa. Ligo para a mãe do Pablo, avisando que eu não irei hoje. Falei o motivo. Só falei o motivo, porque eu sei que ela vai dar um lição de moral no Pablo.

Chego na casa da Melissa e vejo que a porta está destrancada. Não tem ninguém em casa, vou no quarto e encontro ela deitada debaixo das cobertas. Não falo nada, apenas deito ao seu lado e a abraço. Nessas horas, nunca é bom falar, pois qualquer palavra pode piorar as coisas. De vez em quando, Melissa solta uns soluços. Quando vejo, ela já caiu no sono.

Abro os olhos e vejo que eu dormi, eu nem vi quando eu dormi. Solto a Melissa sem acordá-la, me levanto e saio. Mais tarde eu ligo para ela. Vou para cozinha e ouço vozes. Quando vejo, Pablo, Caio e a mãe da Melissa.

- O que você está fazendo aqui?- pergunto é todos me olham.

Caio sabe que essa pergunta foi direcionada a ele.

- Eu vim falar com a Melissa. Só que vi que vocês estavam dormindo, decidi esperar. - ele justifica-se. 

- Não, você não irá falar com ela. Ela custou a dormir, chorou horrores. Se você for falar com ela, só vai piorar as coisas. Não, você não vai. - eu falo e a mãe da Melissa fica confusa.

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