Capítulo 7

15 10 1
                                    

POV MELISSA

Eu e o Caio saímos em direção a sala de física e um silêncio pairava desde que saímos de perto da Rebeca e do Pablo, dando espaço para lembranças as quais ainda me deixam mal. Vendo a Rebeca com uma crise de ansiedade me fez lembrar da Maria Luísa que era minha melhor amiga, infelizmente eu não pude me despedir. Eu perdi minha melhor amiga para depressão e ansiedade. Por um tempo eu me senti muito culpada, mesmo que eu tenha a ajudado não adiantou, eu podia ter feito mais. Eu lembro até hoje o dia que eu recebi aquela maldita notícia. Quando o vizinho dela me falou o que havia em um bilhete que ela fez para mim (ele perdeu o bilhete, mas, decorou o que havia escrito lá) ela escreveu o seguinte:

Eu te amo muito. Obrigada por tudo. Você vai ser muito feliz. De onde quer que eu esteja eu sempre vou querer te ver bem e feliz. Não fica triste. Eu tenho certeza que vai ficar tudo bem. Eu te amo muito, NUNCA esqueça isso. Beijo.

Posso sentir meus olhos enchendo de lágrimas, minhas mãos tremendo mais que o normal. E as outras lembranças vêm. Depois que o vizinho dela me falou isso eu via as coisas acontecendo como em um sonho, parecia que só meu corpo estava ali. Vi eu me sentando e quando a minha ficha foi caindo em relação ao que estava acontecendo eu parei de ver as coisas como se estivesse sonhando. E fui entrando em desespero. Eu não conseguia falar, nem escutar muita coisa que estava acontecendo, não conseguia me mexer, eu não conseguia fazer nada só chorar. Eu fechava meus olhos na inútil esperança de que aquilo era só um pesadelo e que logo eu acordaria, mas só piorava porque cada vez mais eu caia na realidade. Foi um dos piores dias da minha vida se não foi o pior. E daí para frente tudo na minha vida desandou e eu me fechei mais ainda para demonstração de afeto, eu nunca fui boa em demostrar e depois disso eu fiquei pior ainda.

- Melissa? - escuto o Caio e seu olhar é de preocupação. - Você está bem?

- Sim. Só estava perdida nos meus pensamentos. - olho para ele.

- Certeza? - ele é mesmo preocupado.

- Certeza. - não consigo evitar um sorriso o qual ele retribui.

- Quer um abraço? - ele abre os braços e me dá um sorriso.

- Quero. - ele me abraça. Seu abraço me passa paz, como ele é quente. - Acho melhor irmos para sala.

- Verdade. - saio do seu abraço e ele me estende a mão.

Quando vamos entrar na sala a professora de física ainda não está lá e a Carla vem falar com a gente.

- A Rebeca está bem? - ela pergunta preocupada.

- Sim. - respondo e percebo ela olhar para minha mão e para a do Caio. Por que estamos de mãos dadas? 

- É... Por que vocês estão de mãos dadas? - claro que a Carla ia perguntar. Ela dá um sorriso - Que parte eu perdi? Já são um casal?

- Não! - respondo rapidamente e tiro a minha mão da do Caio.

Ainda estamos do lado de fora da sala e adivinha quem aparece? Luana. Olho para o lado para evitar contato com essa menina e vejo a Rebeca e o Pablo vindo à nossa direção. Ainda bem. Uma salvação.

***

POV REBECA

- Melissa. - eu a chamo, assim que ela me vê, ela me dá um abraço apertado. Por essa eu não esperava.

- Você está melhor? - ela fala se afastando.

- Sim, melhor agora depois desse abraço. - ela abre um sorriso largo - Eu tenho que te contar uma coisa, mas não pode ser aqui. -  ela fica com um semblante de preocupada.

One Part Of WeOnde histórias criam vida. Descubra agora