Capítulo 8

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POV MELISSA

Quando olho melhor para o novato que está ao lado da Carla logo reconheço quem é. Davi Dias o melhor amigo do meu maior pesadelo que se chama Guilherme Guerra.

Começo a sentir uma tontura e um mal estar terrível. Isso não pode estar acontecendo.

- Quanto tempo, Melissa. - droga, ele me reconheceu, isso está ficando cada vez pior.

- Davi. - tento sorrir, mas não consigo, me sinto fraca demais para conseguir fazer isso. Calma Melissa, respira.

- Você tem contato com o Guilherme ainda? - ele é o melhor amigo do Guilherme para que ele está me perguntando isso.

- Guilherme? Quem é Guilherme? - o Caio olha para o novato confuso.

- É meu ex melhor amigo e ex... - ele me olha e percebo que ele sentiu como se tivesse feito algo errado ao quase falar que ele é meu ex-namorado.

- Meu ex-namorado. Desde quando você e ele não são melhores amigos? - gente como é que eu perdi essa parte da história. O Caio me olhava fixamente.

- Depois que vocês terminaram ele ficou louco. Dava medo dele. - nunca imaginei uma coisa dessas. Começo a me sentir desconfortável com essa conversa. Acho que o Caio percebe e tenta mudar de assunto. Ele parece que também ficou desconfortável com essa conversa.

- Então, onde vocês farão esse trabalho de física? - ele olha para todos e a Carla logo se pronuncia.

- Eu e o Davi faremos lá na casa dele. - ela sorri para o Davi e ele retribui.

- Sei que trabalho que vocês vão fazer. - a Rebeca dá um murro no braço do Pablo quando ele fala isso e todo mundo começa a rir.

***

POV REBECA

- Vem aqui. - o Pablo fala me puxando para saída.

- Não me vai dizer que estava rolando um clima entre eles dois e eu não percebi? - falo o com um tom de sarcasmo.

- Não. - ele ri - Lembra que eu te disse que eu ia te ensinar a andar de skate? - eu assenti - Então... Que tal ser hoje?

- Hoje? - ele assente - Mas não estou com roupa adequada para isso.

- Não tem problema, hoje eu vou só te guiar... E aí? Vamos ou não vamos? - ele abre aquele sorrisinho dele.

- Ok. - eu bufo - Mas antes tenho que pegar minha bicicleta.

- Vai lá.

Eu e o Pablo acabamos de parar em frente a uma praça, onde tem duas quadras, uma pista para quem anda de bicicleta ou algo do tipo, tem um laguinho e tem um campo verde. Como é horário de almoço, tem bastante gente aqui.

- Deixa a bicicleta aqui e vamos andar. - ele simplesmente sai me puxando.

Nós seguimos para dentro de uma quadra. A minha sorte é que não tinha ninguém lá. Na hora que ele manda eu subir, a minha ficha cai.

- Acho que isso não é uma boa ideia. - o encaro.

- Se você está com medo de cair, eu vou estar aqui para te segurar. Pode ficar tranquila, baby. - ele fala na maior tranquilidade. Eu começo a corar por ele ter me chamado de baby.

Eu seguro a mão dele para subir e ele sai me puxando devagar para eu não cair.

- Viu, não é difícil. - o Pablo fala me fazendo olhar para ele.

- Não é difícil porque você está aqui me segurando. - logo em seguida ele solta a minha mão - Pablo, me segura, Pablo eu não estou de brincadeira! - grito e ele só faz é rir.

Eu finalmente consigo descer do skate sem cair e começo a correr na direção dele para dar uns tapas nele. Ele percebe a minha ação e sai correndo, eu o sigo.

Eu corro até não aguentar mais. Ele corre muito, já eu sou uma sedentária.

- Cansou, dona Rebeca? - ele pergunta num tom debochado.

- Engraçadinho. - tento recuperar o fôlego. - Lembre-me de nunca mais correr atrás de você.

- Pode deixar. - ele ri, nos sentamos na grama e ficamos em silêncio, não em um silêncio constrangedor, mas um silêncio que nenhum dos dois sabia o que falar.

- Desculpa. - ele sussurra quebrando o silêncio.

- Desculpa pelo o que? - falo em um tom de voz firme.

- Por eu ter tentado te beijar. - ele fala meio sem jeito.

Essa era a última conversa que eu queria ter.

- Tudo bem. - tento terminar aquele assunto.

- Dessa vez vou fazer diferente. - olho para ele confusa, ele se aproxima - Posso te dar um beijo? - ele passa seu o polegar por a minha bochecha.

Um monte de borboletas surge no meu estômago. O Pablo fica a espera da minha resposta.

- Eu não sei Pablo. Eu nun... - ele me interrompe.

- Não precisa repetir isso. Se você quiser eu te ensino. - ele fala tão calmo que me faz arregalar os olhos. Eu queria, mas ainda sim, eu tinha medo do que estava por vir.

- Eu quero... Mas... Eu tenho um pouco de medo. - falo meio sem graça.

- Faz assim então... Feche os olhos. - eu obedeço. - Agora, relaxe.

Eu fecho os olhos e fico relaxada. O Pablo passa sua mão para minha nuca me fazendo arrepiar. Logo em seguida ele cola seus lábios nos meus. Do nada surge um pedido para passagem de sua língua, eu deixo. O sabor desse beijo era de hortelã.

Como eu não sabia o que fazer, ele fazia todo o serviço sozinho. Ele caminhava lentamente a cada canto da minha boca. Depois eu vi como era e acabei fazendo a mesma coisa que ele. Fui subindo minha mão até parar na sua nuca, dessa vez fui eu que dei um belo de um beijo nele. Nós nos separamos por falta de ar. Ficamos com a testa colada, olhando um para o outro.

- E ai? Bom? - ele tenta recuperar o fôlego.

- Até que esse professor não é ruim. - falo num tom debochado e ele gargalha.

- Eu aposto que se não fosse pela falta de ar você nem teria se afastado. - eu fico vermelha de vergonha, e ele ri.

- Mas então... Eu... Bom... Eu fui... - eu não estava conseguindo formar aquela frase.

- Você quer saber se você foi boa?- assinto - Sim, você foi muito boa. - ele dá vários beijos pelo meu rosto.

Nós ficamos um tempo encarando um ao outro, o que foi muito bom.

- Olha, está muito boa essa nossa troca de olhares, mas eu preciso ir para casa. - eu me levantando e ele finge um choro.

- Já? - confirmo - Beleza. - ele se levanta.

Nós vamos em direção a minha bicicleta, eu a pego e o Pablo ainda fica com aquela cara de choro.

- Não fica assim, amanhã a gente vai se ver. - eu falo rindo.

- Eu sei, mas é que amanhã ainda está tão longe. - ele fala sério, mas eu acabo rindo.

- Dramático. - desta vez ele ri - Amanhã assim que eu chegar na escola, a primeira coisa que eu farei é ver se você chegou.  - ele abre um sorriso largo - Mas agora eu preciso mesmo ir.

- Então eu vou me despedir do meu jeito. - eu olho para ele confusa, ele puxa o meu corpo contra o dele e me beija. Eu fico surpresa. Não demora muito até ele se afastar - Pronto, agora você pode ir.

Eu subo na minha bicicleta e sigo o caminho de casa com um sorriso bobo no rosto.

Que dia foi esse em meu Deus?

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