Vendida

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Já estou quase chegando em casa, não parei de pensar em tudo que eu fiz hoje, cara, eu bati muito na garota.
Ela mereceu?
Sim, ainda bem que sei controlar minha raiva. Ou quase isso.

Estou na porta da minha casa, mas com muito medo de entrar, está fazendo muitos barulhos de gritos do meu pai e uma outra pessoa falando, estão quebrando tudo, aí meu Deus espero não morrer hoje.

Abri a porta bem rápido, quando me deparo com um cara apontado uma arma na cabeça do meu pai

—o..oi..o.o que... está... acontecendo? —falei com medo, eles me olharam e eu quase sai correndo dali.

—E aí gatinha? Esse é o seu pai?—perguntou o cara

—Si...sim —respondi, até onde eu saiba.
Devia ter mantido, droga, não aprendi nada nos livros.

—Ah, é, então é você que ele quer vender? —perguntou me deixam confusa

—Não quero vender, já vendi! —falou meu pai raivoso e sério

—Como assim vendida?... Eu não posso ser vendida, isso é muito grave eu trabalho eu acabei de entrar no 3°ano do ensino médio—falei com os olhos marejados. Isso não pode estar acontecendo.
Quando fico muito nervosa começo a falar sem pensar...

Como ele teve coragem de me vender para um bandido.
Não isso só pode ser um sonho, por favor seja um sonho.

—Ei, gatinha qual seu nome?

—Lilly, senhor—falei chorando

—Então, Lilly, vá arrumar suas coisas, agora! —falou autoritário

—Sim senhor, estou indo—falei irônica

Subi as escadas com toda a raiva do mundo. Como o meu "pai" teve coragem de me vender, fiquei pensando em tudo que ele já me fez enquanto arrumava minhas coisas.

—Moço, eu posso tomar um banho? —gritei

—Se for rápida pode —gritou de volta

Tomei um banho rapidinho lavei o cabelo vesti uma roupa qualquer e sai do quarto com 2 malas grandes e 2 mochilas.

O moço, que eu ainda não sei o nome, me ajudou com as malas.
Mas antes de sair de casa tem uma coisa que eu necessito de fazer

— Ei, pai —falei sarcástica

Ele me olhou

— Você é uma pessoa repugnante, a minha mãe não morreu por minha culpa, morreu porque não aquentava mais você! Você sempre foi um idiota, pode até ser meu pai, mas tenho certeza, que puxei tudo da minha mãe, porque não sou bêbada, nem drogada, igual a você, eu trabalho para pagar minhas coisas eu trabalho em casa para cuidar de você, cuidar de um babaca — bati a porta antes dele falar algumas coisas

Entrei no carro e pensei um pouco, mano, eu já li uma história assim, se chamava vendida ao dono do morro, vou tentar se obediente — talvez... Na maior parte do tempo— porque as 'minas dos livros são gente que não tem amor a vida, mas apesar de isso não ser um livro né? Sei lá.

—Moço você é dono de qual morro?

Ele me olhou confusa talvez por eu ter feito uma pergunta tão aleatória, ou ter certeza que ele é dono de um morro.

—Bom... Lilly... sou dono do morro da maré —falou sem olhar pra mim

—Então tá, qual seu nome?

— Fera! —falou sério e rápido

—Moço eu quero saber seu nome, não sei vulgo! — falei calma olhando a rua

De repente mafiosaOnde histórias criam vida. Descubra agora