VII - Sasha

534 37 5
                                    

Taco os dois potes para o garoto passar na boca e vou socorrer Cato. Marvel tenta reanima-lo, porém não consiguiu. Sussuro no ouvido dele : " é a Clove" e ele acorda gritando. Ele segura no meu braço forte até demais e me arrasta para um tronco distante dali.

- Nós éramos melhores amigos até os seis anos. - dizia ele tremendo.

- Como? Ele é do 3 e a gente é do 2 - respondi.

- Nós éramos melhores amigos... eu tinha seis e ele três. O pai dele era um rebelde, que estava fugindo para algum lugar que eu não sei. Como nossos pais também eram melhores amigos, execultaram os dois em praça pública. Então a mãe dele fugiu com ele do distrito. E hoje descobri onde ele foi parar - Explica ele.

- Você tem certeza? - pergunto.

- Sim. Agora Clove... - dizia ele com os olhos a ponto de chorar - não vou matar esse garoto. Você poderia fazer isso pra mim?

- Por enquanto não - respondo - Ele é do distrito 3. Fábricas e tecnologia. Apesar dele não ter aprendido a ser forte, aprendeu a ser mais inteligente que todos nós juntos.

- Você e Marvel tomam as decisões na presença do Sasha - diz Cato.

Quando voltamos para a beira do lago, Marvel estava armado até o útero, que ele não tinha, e apontando a lança para o garoto.

- Esse garoto tem que ser nosso aliado. O plano dele e incrível - diz Mavel.

- Qual é? - pergunto.

Depois que ele me explica, fico embasbiscada com o plano do garoto. Se resume assim:

1- retirar as minas da terra. Que ficavam debaixo dos pratos.

2- fazer uma pilha de suprimentos.

3- reescavar a terra ao redor da pilha, formando um caminho, que só Sasha saberá.

4- reativar as minas.

- Por que só ele saberá o caminho? - digo. Estou preocupada com Cato. Ele está olhando para um lugar fixo no horizonte, que não sei aonde é.

- Assim vocês me deixaram vivo - responde ele.

- Não gostei dessa parte.

- Como vou me garantir de que vocês me deixem vivos? - pergunta ele - a cornucópia ainda está cheia de armas.

- Você é nosso alíado - digo. Vou correndo para a cornucópia e vejo que ele tinha razão. Só havia um conjunto de facas. Peguei umas treze e coloquei no cinto, o resto deixei dentro da bolsa e coloquei na mochila. Quando vou pegar uma espada, Marvel aparece e diz:

- Nem pra me esperar, neh srt. Clove?

- Sou uma carreirista. O instinto falou mais alto - respondo - E eu só acho, que você tá melhor do que eu.

Coloco a espada, também no meu cinto e agora já está cheio. Peguei dois machados e coloquei na mochila das facas. Pego outra mochila para encher de alimentos e vejo que não há muita coisa. Cato surge do meu lado com quatro espadas no cinto, um facão na mão e uma mochila lotada, cheia de biscoitos.

- Pelo visto alguém já fez as compras - digo. Ele se permite um pequeno sorriso.

Sasha aparece com uma mochila cheia de primeiros socorros, Marvel volta com duas lanças, três armas que não identifico, que são parecidas com espadas retorcidas e suas meias estão cheias de facas, pequenas, que servem para tortura.

- Vamos por o plano em ação? - pergunto.

- Vamos - responde Sasha.

Depois que a pilha já estava feita e as minas fora da terra, paramos e comemos biscoito. Quero Carne. Estou farta de tanto biscoito, porém é melhor que passar fome. Quando terminamos a pilha já devia ser umas cinco horas da tarde.

- Vamos caçar? - pergunta Marvel.

- Fizemos muito barulho e já estamos aqui a horas. Todos os tributos já devem saber que estamos aqui - responde Cato.

- Não to falando de caçar tributos. Quero carne - diz Marvel.

- Eu e Cato vamos caçar e você e Sasha ficam de guarda - digo - vamos pegar os óculos Cato.

- Não tem mais nenhum.

Partimos na direção norte. A parte da arena nova para mim. Durante uns dez minutos atravessamos por um matagal, maior que eu. Depois entramos numa nova campina. Uma nova cornucópia. Vazia de armas, porém cheia de alimentos, maçãs, biscoitos salgados, um caldo verde, que eu não sabia o que era e pães de todos os distritos e muitas outras coisas. Vou em direção a cornucópia quando Cato me interrompe.

- Alguém esteve aqui, alguém saiu daqui e alguém vai voltar aqui. E acho que sei quem é - diz ele apontando para o pão em mais abundância. O do distrito 11.

clove nos jogos vorazesOnde histórias criam vida. Descubra agora