X - O ágape

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Cato tenta me consolar, mas não consegue. Fico pensando... será que é isso que a família do garoto do 9 ou do garoto que nem sei de qual ditrito é, estão sentindo? Estam em suas casas em profunda tristeza? Começo a ver como os jogos são cruéis. Apesar da honra e glória que terei se ganhar, vai deixar de valer a pena, devido Marvel. A raiva começa a substituir a tristeza, raiva da capital por ter criado os jogos vorazes, raiva pela capital destruir o psicológico dos destritos, enviando duas crianças ou jovens para a arena e principalmemte raiva da garota do 12, por ter matado Marvel. Pois não posso fazer nada contra a capital, mas contra ela eu posso. Vou caça-la e depois de muita tortura vou queima-la. Ai sim ela vai ser a garota em chamas.

- Você quer que eu monte guarda a noite toda? - pergunta Cato.

- Não. Obrigada. Só te peço para montar guarda primeiro. Posso? - pergunto.

- Claro.

Passo a noite toda em claro... sem sono. Decido não acordar Cato, pois estou bem descansada. A noite na arena é estranha. Ouço sons estranhos, as vezes parece que alguém nos observa. Bem... alguém além de toda Panem.

Quando o Sol está nascendo acordo o Cato, só para avisar que vou no lago. Eu parto e ele fica em um estado semi acordado. Chegando lá, tiro minha roupa e faço o que sempre quis fazer. Dou um pulo na água cristalina e tento nadar. É a primeira vez que faço isso na vida, porém eu sei me virar. Dou umas braçadas, sem me preocupar na possibilidade de uma machado ficar cravado na minha cabeça. Como minha avó sempre dizia: o pensamento tem força. E tem mesmo, pois um machado para do lado da minha cabeça. Olho para direção de onde ele veio e vejo que foi a garota do cinco, a minha companheira no alto da cornucópia de acordo com o pesadelo. Me viro e pego o machado, porém quando olho de novo ela desaparece da mesma maneira que apareceu. Sem ser vista.

Visto minha roupa e volta para a cornucópia. Cato está dormindo. Decido dar uma lição nele. Pego o machado que ganhei e aponto para cabeça dele.

- Acorde - grito. Quando ele vê o machado suas pupilas se dilatam. Ele da um grito e se acalma, quando percebe que sou eu - nunca durma sozinho.

- Você é doida - diz ele com um pequeno sorriso - vamos comer?

- Vamos.

Pego a cesta e levo até Cato, porém quando eu abro há três pães salgados e dois doces.

- Alguém roubou um pão doce e um salgado - digo - Ou foi você que comeu enquanto estive fora?

- Eu estava dormindo - responde ele.

Começo a pensar na Finch, a garota do 5. Ela se mostrou sorrateira, esperta e silênciosa, como havia dito que ia ser na entrevista. Ela surgiu, quase me matou e desapareceu sem eu perceber. Cato, naquele estado super alerta, nem deve ter percebido ela roubando. Começo a ver que o ponto alto dos jogos esse ano é a inteligência. Comemos um pão doce e um salgado, ficando sem nada para fazer.

- Vamos caçar tributos? - pergunta Cato.

- Acho melhor não - respondo - Estamos muito vulneráveis. Todos os tributos restantes são considerados perigosos, exceto Peeta. Que deve estar em seu leito de morte. Precisamos de algo para nos proteger, pois caso isso não aconteça, não poderemos caçar.

- Você tem razão.

- Hei - grito, olhando para o céu - Brutus e Enobaria. Precisamos de ajuda.

Num segundo depois, um paraquedas começa a cair. Abro ele e vejo que só há uma mensagem.

Nem tudo é no seu tempo querida - E.

Ótimo. Uma mensagem de Enobaria, era o que eu mais queria.

Senhoras e senhores, amanhã ao amanhecer haverá um ágape, na cornucópia. Aposto que muitos de vocês já estão recusando. Mas pensem bem, pois cada um precisa de algo desesperadamente.

Nossas armaduras. Precisamos desesperadamente das armaduras.

- Você tem alguma ideia do que cada tributo precisa? - pergunta Cato.

- Não - respondo - Só sei que Peeta ainda está vivo e muito machucado. Com certeza katniss está com ele e vai vir salva-lo.

- Bom... acho que se você fizer um bom show para o público... eu te deixo cuidar dela - diz Cato.

- Pode deixar. Vou fazer com que nunca se esqueçam da septuagésima quarta edição dos jogos vorazes - respondo. Dando o sorrisinho maléfico, que só usei no centro de treinamento para intimidar os tributos.

- Perfeito. Quero que você arrase.

Quando deu uma hora, resolvemos entrar na floresta para colher alguma coisa. Depois de quarenta minutos a procura não achamos nada. Ja vimos vários coelhos e esquilos, porém como não sabemos cozinhar, os deixamos em seus lugares.

- Estou com sede - digo - podemos voltar?

- Vamos - respondeu Cato.

Quando estavamos quase na campina, senti algo estranho. Olho para o lado e vejo um fio de cabelo vermelho. Finch.

- Cato cuidado - meu grito faz com que ele se abaixe, fazendo com que a lança passe raspando por cima de sua cabeça.

Pego meu machado e Cato sua nova lança e corremos atrás... de ninguém. Não há ninguém para perseguir. Fico me perguntando como a nota dela foi somente um 5. Apesar dela ser minha inimiga, eu fico admirada, pois ela desaparece muito rápidamente. Minha chance de mata-la será no ágape. O ágape. Temos que bolar uma estratégia.

- Cato qual será nossa estratégia? - pergunto, agora na campina.

- Estive bolando várias, porém a melhor é nos escondermos na faixa de pinheiros. Vamos combinar que temos nossos inimigos pessoais. Você tem a Katniss - diz Cato.

- E você? - pergunto.

- Thresh - responde ele - Bom você fica na região leste, quando ela aparecer, vocês vão bater de frente. Eu fico perto da entrada do matagal.

- Bom o plano. Mas e a Finch? - pergunto.

- Vamos deixar ela para o final.

clove nos jogos vorazesOnde histórias criam vida. Descubra agora