XIII - Acordo

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Acordo desesperada. Que sonho hein. Hoje é dia da colheita e toda colheita, sempre tenho pesadelos. Esse que tive foi o pior... jamais iria matar o presidente e muito menos quase morrer por  causa de uma garota do 12. Bem... agora isso não importa, a colheita vai ser ás 10:00 e tenho que estar arrumada. Vou tomar banho e visto um vestido branco, penteo meus cabelos, coloco minha faca no bolso escondido do meu vestido e desço as escadas de minha casa... que... bem... é a mais luxuosa do distrito 2, perdendo apenas para a do prefeito.

Esse ano meu pai não poupou gastos com o café, pois fui a escolhida para me voluntariar. Ovos vindos do distrito 4 e bacon do distrito 10 foram as primeiras coisas que vi. Suco de uma fruta silvestre, que amo, porém nínguem sabe o nome, pão, queijo, um creme de leite pastoso e gelado, que antes dos dias escuros chamavam de... de... crovete... não, não é esse o nome... sorvete! Meu avo dizia que minha bisa amava. Leite quente e um achocolatado são as últimas coisas que eu vejo na mesa.

- Para minha futura campeã - diz meu pai.

Meu irmão mais velho chega e pela primeira vez não me humilha de primeira.

- Quando chegar na arena faz um favor pra mim? - pergunta ele.

- Qual? - respondo.

- Mata o Cato da pior maneira possivel - diz ele com muita raiva. Cato era o pior inimigo dele. Meu irmão é muito melhor que Cato, durante uma luta. Só que no dia que iam escolher o tributo que iria se voluntariar, Cato de alguma maneira o dopou. Como Cato era o segundo melhor, ele foi escolhido.

- Vou fazer com que ele se arrependa do que fez.

Meu pai se junta a nós. Fazemos um minuto de silêncio, em homenagem a minha mãe, que saiu para trabalhar e nunca mais voltou. Depois de comermos tudo, escovo meus dentes e espero meu irmão para irmos para a praça juntos. Quando ele chega vamos para a praça e espetamos nossos dedos.

- Boa sorte baixinha - diz ele me abraçando. Pela primeira vez não dou um tapa na cara dele como resposta.

Vou para o local dos adolescentes de quinze anos e fico ao lado de Blower, um amigo meu da escola e Laquanda uma garota metida que repetiu duas vezes a sétima série.

Glyde, a mulher que sempre lê o cartão dos tributos, sobe ao palco, seguida de todos os vencedores do distrito 2. Os homens do lado esquerdo do palco e as mulheres do lado direito. A que mais me impressiona é Enobaria, por causa de seus dentes afiados banhados a ouro. Se ela arrancasse todos, teria dinheiro para comprar dentes novos e ainda sobraria muito dinheiro, só que eu acho, que ela prefere guardar de recordação. Depois que o prefeito lê o tratado da traição, Glyde vai anunciar o nome do tributo feminino.

- Da...

- Eu me ofereço como tributo - Grito erguendo meu Braço e interrompedo-na.

- Suba ao palco querida - diz ela.

Subo e ela pergunta meu nome.

- Clove Lavignia - respondo.

- Agora os garotos - diz ela.

Ela vai a grande bola de vidro e retira o papel.

- Magnus Lavignia.

clove nos jogos vorazesOnde histórias criam vida. Descubra agora