clove nos jogos vorazes

XVII - Sofrimento

Fico paralisada... sem conseguir chorar, piscar ou emitir qualquer tipo de som. Como isso é possivel? Ela saiu de casa e nunca mais voltou... e... virou uma avox? O que ela fez para ter a lingua cortada?

Ela coloca a bandeija na mesa e só caio na realidade, quando ela está se retirando. Pego-a pelo braço, impedindo-a de sair.

- O que fizeram com você? - pergunto.

- Clove... ela não pode... - tenta dizer Lyme.

Levanto-me e abraço ela. Ela não me abraça em resposta, muito pelo contrário. Ela me chuta e sai correndo para cozinha. Tento correr atrás dela, porém Cato me segura.

- Clove... - diz Brutus - Só pelo fato de você ter segurado ela, ela vai ser castigada.

- Não... - me jogo no Cato. Perco minhas forças e tento não chorar - não podem fazer isso...

- Podem... - diz Trude's.

- O que ela fez... - pergunto.

- Só Lyme sabe... - diz Brutus.

Nesse momento Lyme segura o choro e se retira da mesa.

Tento ir para cozinha, só que ainda estou nos braços de Cato.

- Me solta! - Começo a gritar e me debater.

- Vamos para o quarto - diz Cato.

Ele me levanta no ar e me leva para o meu quarto. Chegando lá, ele me joga na cama e me imobiliza.

- Lyme! Lyme! Lyme! - Começa gritar Cato.

Passa-se um curto tempo e Lyme aparece, com o rosto inchado e os olhos vermelhos. Concerteza, ela havia chorado.

- O que houve com você? -pergunta Cato.

- Nos deixe sozinhas - disse Lyme para Cato.

Cato sai do quarto e Lyme me da um abraço.

- Não quero que isso aconteça com você - diz Lyme quase chorando.

- O que vai acontecer? - pergunto.

- Eu também me matei antes dos meus jogos... o meu pior erro... acho que fui a única carreirista da história que não quis participar dessa porcaria de jogos... eles me reviveram... na arena eu não fiz nada. Fiquei sentada em meu prato. Falei para os carreiristas que estava passando mal e por isso ficaria ali. Não fiz nada. No final do terceiro dia já haviam 18 mortos. Foi quando desmaiei por desidratação - ela fez uma longa pausa.

- Como nínguem voltou para te matar? - pergunto.

- Depois de passar por uns arbustos gigantes que rodeavam a cornucópia, nínguem voltava de novo - responde ela - Por sorte eu ganhei. Desafiei a capital. Ao longo do tempo, adiquiri amigos verdadeiros. Me casei e tive dois filhos. No aniversário de cinco anos do filho mais velho, convidei só os meus verdadeiros amigos e seus filhos. No meio da festa começou o incêndio... - ela para de falar, por uns dez minutos - tudo e todos pegaram fogo em segundos, porém o fogo desviou de mim. No final do incêndio, apareceu a insígnia da capital... todos que eu amava... mortos. Por pura rebeldia minha. Não quero que isso aconteça com você - ela me abraça de novo.

- Mas... minha mãe - digo.

- Não sei o que aconteceu com sua mãe. Mas sei que não é aquela avox que você viu na janta. Pegaram uma mulher muito parecida, ou fizeram um robo, ou... bem é a capital. Isso só é o início da sua desgraça. Por favor... nunca mais desobedeça as regras - diz ela.

Ela me abraça e sai do quarto.